Partido Comunista cresce 300% nestas eleições
O senador Inácio Arruda destacou nesta terça-feira (28) o crescimento do seu partido nas últimas eleições e também o fortalecimento das legendas da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas últimas eleições, em 2004, o PCdoB elegeu dez prefeitos, e agora, 40, em municípios como Crateús e Potengi (CE), Olinda (PE) e Aracaju (SE), ou seja, um crescimento de 300%.
“Quero registrar o desempenho do nosso partido, em cidades grandes, em cidades médias e importantes cidades deste imenso país que é o Brasil. Tivemos também uma participação ativa em alianças. Para enfrentar a crise que vivemos, o país precisa dos comunistas”, afirmou.
Discursando no plenário do Senado, Inácio ressaltou que o êxito do PCdoB nas eleições municipais é muito significativo e destacou os resultados em Maranguape, onde George Valentim, um jovem administrador de empresas e que participava da administração do Prefeito Eduardo Gurgel, e a reeleição da Prefeita da cidade de Graça, Augusta.
O Senador cumprimentou ainda os servidores públicos pela passagem do seu dia, comemorado nesta terça-feira, em especial os do Congresso Nacional - tanto os efetivos quanto aqueles com cargos comissionados. Inácio Arruda parabenizou em especial os servidores da Consultoria Legislativa da Câmara e do Senado, e pediu que o Congresso reforce o "apoio aos servidores públicos, apreciando matérias de seu interesse" com celeridade e atenção.
Leia íntegra do pronunciamento no site: www.inacio.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação do Senador Inácio Arruda
Rádio Chapada
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Graciliano - Um escritor comunista
Evento multimídia gratuito celebra 70 anos de lançamento do livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos
Um evento multimídia gratuito celebrará, em novembro, os 70 anos de lançamento do romance "Vidas Secas", considerado a obra literária mais importante do escritor alagoano Graciliano Ramos (Quebrangulo, AL, 27 de outubro de 1892 - Rio de Janeiro, RJ, 20 de março de 1953).
Marco na literatura brasileira, por trazer um relato contundente sobre a luta pela sobrevivência do sertanejo nordestino, além de abarcar uma crítica social às causas da miséria e do flagelo da estiagem, "Vidas Secas" já vendeu um milhão e meio de cópias e se encontra na sua centésima sétima (107ª) edição.
Intitulado "Vidas, para sempre secas?", o evento-homenagem a Graciliano Ramos acontecerá a partir deste sábado, 1º de novembro (prosseguindo até o dia 30), nos Centros Culturais Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - Centro - fone: (85) 3464.3108) e Cariri (rua São Pedro, 337 - Centro - fone: (88) 3512.2855) - em Juazeiro do Norte.
Diversas atividaes estão previstas entre palestras, oficinas e exposições.
Biografia de Graciliano Ramos
Primogênito de dezesseis filhos do casal Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ramos, Graciliano viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste brasileiro. Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista. Volta para o Nordeste em setembro de 1915, fixando-se junto ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano, casa-se com Maria Augusta de Barros, que morre em 1920, deixando-lhe quatro filhos.Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Manter-se-ia no cargo por dois anos, renunciando em 10 de abril de 1930. Segundo uma das auto-descrições , "(...) quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas". Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto Schmidt, editor carioca que o animou a publicar "Caetés", em 1933.
Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa Oficial e diretor da Instrução Pública de Alagoas. Em 1934, havia publicado "São Bernardo", e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado pelo presidente Getúlio Vargas após a Intentona Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar "Angústia" (1936), considerada por muitos críticos como a melhor obra.Graciliano Ramos é libertado em janeiro de 1937. As experiências da cadeia, entretanto, ficariam gravadas em um obra publicada postumamente, "Memórias do cárcere" (1953), relato franco dos desmandos e incoerências da ditadura (Estado Novo) a que estava submetida o Brasil.Em 1938, publicou "Vidas Secas". Em seguida, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal de ensino. Em 1945, ingressou no Partido Comunista do Brasil - PCB (que nos anos 1960, dividiu-se em Partido Comunista Brasileiro - PCB - e Partido Comunista do Brasil - PcdoB), de orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes.Nos anos seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus com a segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, retratadas no livro "Viagem" (1954). Ainda em 1945, publicou "Infância", relato autobiográfico. Adoeceu gravemente em 1952. No início de 1953 foi internado. Faleceu em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão.O estilo formal da escrita e a caracterização do eu em constante conflito (até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seriam marcas da sua literatura. Dono de estilo contundente e direto, Graciliano Ramos é um dos mais importantes autores da literatura brasileira, cujo interesse estético é inseparável do comprometimento ético.Seja por suas intervenções no campo político, pelo empenho em favor dos oprimidos ou ainda pela defesa do artista no mundo moderno, Graciliano Ramos reafirma, de modo inconfundível, o vínculo entre literatura e vida.
Ler os livros do escritor alagoano é tarefa fundamental para todos que têm interesse em entender o Brasil - e entender a si mesmos.
Chico Lopes consegue aprovar duas emendas
Aprovadas duas emendas de Chico Lopes ao relatório da Reforma Tributária. Semi-árido é beneficiado
O relatório da Reforma Tributária, entregue esta quarta-feira pelo deputado Sandro Mabel (PR-GO), inclui duas emendas aprovadas de autoria do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE). A primeira, emenda 431, determina que 50% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional - FNDR destinados ao Nordeste sejam aplicados em obras e iniciativas na região do semi-árido. A segunda emenda, de número 428, retira do Poder Executivo a atribuição de legislar sobre a mudança da forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
"A emenda sobre os recursos para o semi-árido é uma forma de garantir com que essa região, historicamente mais necessitada e de demandas sociais que continuam, apesar dos avanços nos últimos anos, seja contemplada com uma fatia de pelo menos metade dos recursos do FNE", explica Chico Lopes, sobre a emenda 431, constante da página 152 do relatório de Delcídio Amaral.
"Já a emenda sobre o ICMS corrige uma distorção que poderia acontecer caso o Poder Executivo federal, ou seja, o presidente da República, interferisse na legislação sobre ICMS. Como é um tributo estadual, essa mudança tem de ser prerrogativa dos Estados, pelo princípio do federalismo, e, pelos parlamentares entenderem assim, nossa emenda foi aprovada", acrescenta Chico Lopes, sobre a emenda 428, presente à página 126 do relatório do OGU para 2009.
Fonte: Ass. Imprensa - Dep. Fed. Chico Lopes - PCdoB-CE
Reunião na URCA discute Bienal da UNE
Começa mobilização no Cariri para Bienal da UNE. A reunião será nesta terça-feira, dia 04.
O tema da décima Bienal é Raízes do Brasil: Formação e sentido do povo brasileiro
Artistas e estudantes da região do Cariri estão se mobilizando para participar da 6ª Bienal de Cultura da União Nacional dos Estudantes – UNE que será realizada no período de 20 a 25 de janeiro, na capital baiana, Salvador. A Bienal é considerada um dos maiores eventos estudantis de arte da América Latina. Nesta terça-feira, dia 04 de novembro, acontecerá na sala de vídeo da URCA, a partir das 19 horas, reunião com a participação de Nah Vieira – da Base da UNE e uma das articuladoras da Bienal no Estado.
A Bienal reúne trabalhos das diversas linguagens artísticas: música, artes plásticas , artes cênicas, literatura, audiovisual, dança e trabalhos científicos. A região do Cariri já participou de edições anteriores. As inscrições já estão abertas e o regulamento e as fichas de inscrição encontram-se disponível no site da UNE: www.une.org.br
Serviço:
6ª. Bienal de Cultura da UNE
Período: 20 a 25 de janeiro de 2009
Salvador Bahia
Site da UNE: www.une.org.br
Nah Vieira (85)88525714 – Diretora Estadual de Cultura da UJS e da Base da UNE
Abertas as inscrições para a 6ª Bienal de Cultura da UNE
Evento receberá trabalhos de artes cênicas, música, literatura, ciência e tecnologia, cinema e artes visuais
Já pensou em participar do maior festival de arte estudantil da América Latina? Ter seu trabalho publicado, apresentá-lo para estudantes de todo o Brasil e ainda debater a formação e sentido do povo brasileiro com intelectuais, artistas e estudiosos, tudo isso regado a apresentações artísticas de todos os tipos? Pois então se prepare, porque a partir de hoje (25.08) estão abertas as inscrições para a 6ª Bienal de Cultura da UNE.
O maior festival de arte estudantil da América Latina receberá trabalhos nas seguintes áreas: artes cênicas, música, literatura, ciência e tecnologia, cinema e artes visuais. Esta edição do evento terá a participação não apenas de universitários, mas também de secundaristas e pós-graduandos.
Para participar basta ler o regulamento, preencher a ficha de inscrição e enviar o trabalho que será apresentado juntamente com o comprovante de pagamento da taxa de inscrição (emita aqui seu boleto) no valor de R$10,00, para o seguinte endereço: Centro Universitário de Cultura e Arte da Bahia, Av. Reitor Miguel Calmon, s/n. Vale do Canela - PAC (Pavilhão de Aulas do Canela) - CEP 40110-100 - Salvador, Bahia. Para as inscrições feitas por Correio será válida a data de postagem. O prazo termina dia 15 de novembro.
A divulgação dos trabalhos selecionados será feita pela internet, no sitio da UNE, a partir do dia 20 de dezembro de 2008, e os materiais enviados para julgamento não serão devolvidos.
O estudante que tiver seu trabalho selecionado para apresentação no evento estará isento do pagamento da taxa de inscrição. No caso de trabalhos coletivos, que forem selecionados, cada integrante deverá pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 10,00.
Para participar das atividades, o valor é de R$ 50,00. Os soteropolitanos pagarão uma taxa de R$ 15,00. Estudantes da UFBA e da UCSAL que inscreverem trabalhos pagarão R$ 5,00 e para alunos de demais unidades de ensino (médio, superior ou pós graduação) do estado na mesma condição o valor é de R$ 10,00. Vale lembrar que o custo de alojamento e alimentação não estão incluídos neste valor e que todos os inscritos na 6ª Bienal terão acesso às instalações, shows e demais atividades do evento.
Ao enviar seu trabalho para a 6ª Bienal da UNE, escreva no envelope a área escolhida. As inscrições que não contiverem todo o material solicitado no regulamento serão automaticamente eliminadas, portanto leia com atenção!
Não se esqueça de enviar a cópia do depósito bancário do valor da inscrição e o documento disponibilizando o trabalho sob a licença Creative Commons (clique aqui e veja o modelo)
Garanta sua participação no maior festival de arte estudantil da América Latina. Inscreva-se e organize desde já sua Caravana rumo a Salvador! Outras informações: (71) 3283.7688.
Voltando à Bahia de todos os santos
A 6ª edição da Bienal vai comemorar o 10º aniversário do Festival e também marcará a volta do evento a Salvador, já que em 1999 aconteceu na capital baiana a primeira edição da Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE, vinte anos após a UNE ter sido colocada na clandestinidade pela ditadura militar.
Outro fator marcante desta Bienal será a importância da cidade-sede em relação ao tema "Raízes do Brasil – formação e sentido do povo brasileiro", que pretende discutir a formação do povo brasileiro de um ponto de vista contemporâneo.
Fonte: www.une.org.br
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Índios Kariri se reúnem com movimentos sociais
Índios Kariri se reúnem com movimentos sociais
Movimentos sociais discutem questão indígena no Crato nesta
quarta-feira, dia 29, na Universidade Regional do Cariri – URCA, às 9
horas, na sala de Vídeo do Campus Pimenta, a intenção da reunião é
fortalecer a luta dos índios Kariri pelo seu reconhecimento
antropológico pela Funai e dar continuidade ao processo de organização
e de defesa de políticas públicas. Na cidade do Crato, os Kariri
residem na comunidade do sitio Poço Dantas, no distrito de Monte
Alverne e desde o ano passado, eles auto se reconhecem índios.
Diversas entidades e órgãos governamentais estão empenhados em
contribuir para a causa indígena no Cariri. Como a URCA, através da
Pró-Reitoria de Extensão, Instituto Ecológico e Cultural Martins
Filho e Centro de Educação, Funasa, Casa Lilás, Conselho da Mulher,
Secretaria de Cultura e da Educação do Crato, Recid, ACB, Caritas
Diocesana e o Instituto da Memória do Povo Cearense – IMOPEC. A
reunião é aberta para novos parceiros.
Serviço:
Informações adicionais no Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho
– IEC – Campus Pimenta – Telefone: (88)3102-1212 ramal 2424 falar com
Alexandre Lucas
Ou Professora indígena Ana Débora (88)9248-0873
Movimentos sociais discutem questão indígena no Crato nesta
quarta-feira, dia 29, na Universidade Regional do Cariri – URCA, às 9
horas, na sala de Vídeo do Campus Pimenta, a intenção da reunião é
fortalecer a luta dos índios Kariri pelo seu reconhecimento
antropológico pela Funai e dar continuidade ao processo de organização
e de defesa de políticas públicas. Na cidade do Crato, os Kariri
residem na comunidade do sitio Poço Dantas, no distrito de Monte
Alverne e desde o ano passado, eles auto se reconhecem índios.
Diversas entidades e órgãos governamentais estão empenhados em
contribuir para a causa indígena no Cariri. Como a URCA, através da
Pró-Reitoria de Extensão, Instituto Ecológico e Cultural Martins
Filho e Centro de Educação, Funasa, Casa Lilás, Conselho da Mulher,
Secretaria de Cultura e da Educação do Crato, Recid, ACB, Caritas
Diocesana e o Instituto da Memória do Povo Cearense – IMOPEC. A
reunião é aberta para novos parceiros.
Serviço:
Informações adicionais no Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho
– IEC – Campus Pimenta – Telefone: (88)3102-1212 ramal 2424 falar com
Alexandre Lucas
Ou Professora indígena Ana Débora (88)9248-0873
Começa mobilização no Cariri para Bienal da UNE
Artistas e estudantes da região do Cariri estão se mobilizando para participar da 6ª Bienal de Cultura da União Nacional dos Estudantes – UNE que será realizada no período de 20 a 25 de janeiro, na capital baiana, Salvador. A Bienal é considerada um dos maiores eventos estudantis de arte da América Latina. Nesta terça-feira, dia 04 de novembro, acontecerá na sala de vídeo da URCA, a partir das 19 horas, reunião com a participação de Nah Vieira – da Base da UNE e uma das articuladoras da Bienal no Estado.
A Bienal reúne trabalhos das diversas linguagens artísticas: música, artes plásticas , artes cênicas, literatura, audiovisual, dança e trabalhos científicos. A região do Cariri já participou de edições anteriores. As inscrições já estão abertas e o regulamento e as fichas de inscrição encontram-se disponível no site da UNE: www.une.org.br
Serviço:
6ª. Bienal de Cultura da UNE
Período: 20 a 25 de janeiro de 2009
Salvador Bahia
Site da UNE: www.une.org.br
Nah Vieira (85)88525714 – Diretora Estadual de Cultura da UJS e da Base da UNE
sábado, 25 de outubro de 2008
Sítio Fundão será reestruturado
O patrimônio ecológico Parque Estadual Sítio Fundão, criado em março deste ano pelo governo estadual, vai ser reestruturado. A área fica na cidade do Crato, na Região do Cariri
Por Rita Célia Faheina
O projeto de reestruturação do Parque Estadual Sítio Fundão, patrimônio ecológico que fica no Crato, Região do Cariri, será lançado hoje, às 8 horas, no auditório da Coordenadoria Regional da Saúde (20ª Cres), no bairro São Miguel. A área, de 93.54 hectares desapropriada pelo Governo do Estado em fevereiro deste ano, estava sendo motivo de preocupação dos ambientalistas que denunciavam a ação de caçadores de animais silvestres e de vândalos que roubavam a fiação elétrica dos postes localizados no parque.
Edmundo Alencar, filho do antigo proprietário do sítio, Jefferson da Franca Alencar, é um dos denunciantes. Ele se diz preocupado com o abandono da área que é rica em biodiversidade e mata nativa. Possui, inclusive, vegetação remanescente da Mata Atlântica. Segundo Edmundo, já houve no local a ocorrência de queimadas, a retirada ilegal de madeira e a colocação de arapucas para capturar animais nativos.
O Sítio Fundão, localizado a três quilômetros da sede do Crato, ainda conserva um carro de boi feito de pau, uma barragem construída no período da escravidão e casa de taipa antiga com dois andares. Segundo o projeto que será apresentado hoje pelo superintendente estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), Herbert Vasconcelos, o engenho será reestruturado e a casa de taipa vai ser transformada em um centro de visitação.
Segundo Herbert, quando o governo estadual comprou a área, foi recebida com 400 metros de cerca danificada. Essa cerca de proteção será reconstruída. O projeto, que será lançado hoje, inclui também a nova sede do escritório da Semace-Cariri, uma unidade da Companhia de Policiamento do Meio Ambiente (CPMA). Dentro do Sítio Fundão está localizado o geotope Batateiras, um dos nove que compõem o Geopark Araripe.
O decreto de desapropriação da área data de 8 de fevereiro passado, mas só foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 11 daquele mês. No dia 14 de março deste ano, o Governo do Estado criou o Parque Estadual do Sítio Fundão, uma área de 93 metros quadrados, 520 hectares em unidade de conservação de proteção integral. (Colaborou Amaury Alencar)
SAIBA MAIS
O Sítio Fundão Faz parte do Geotope Batateiras do Geopark Araripe que é uma outra ação de preservação ambiental do contexto geológico e paleontológico da Bacia Sedimentar do Araripe. Neste âmbito, existem também compromissos públicos de transformação desta ação em um Programa Estadual de Governo e consolidação efetiva do parque, já que o próprio Governo do Estado está à frente da realização da 1ª Conferencia Americana dos Geoparks Unesco, no Crato, em 2009.
O Geopark Araripe é uma iniciativa do Governo do Estado do Ceará, representado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, coordenado pela Universidade Regional do Cariri (Urca). Em dezembro de 2005, o Governo do Estado do Ceará apresentou postulação à Divisão de Ciências da Terra da Unesco, que reconheceu em setembro de 2006 o Geopark Araripe como primeiro Geopark das Américas.
O conceito do Geopark Araripe está baseado no estabelecimento de uma rede de Unidades de Conservação da Natureza, que se estendem por uma área de mais de 5.000 km, abrangendo seis municípios diferentes da região. Cada unidade é denominada de Geotope e corresponde a um estrato e tempo geológico definido, permitindo ao visitante uma abrangente compreensão da origem, evolução e estrutura atual da Bacia Sedimentar do Araripe.
Os geotopes são nove: Exu (Pontal de Santa Cruz, em Santana do Cariri); Arajara (Parque do Riacho do Meio em Barbalha); Santana (Parque dos Pterossauros em Santana do Cariri); Ipubi (antiga Minas Chaves entre Santana do Cariri e Nova Olinda); Nova Olinda (Mina de pedra cariri em Nova Olinda).
Outros geotopes são: Batateiras (rio das Batateiras no Crato); Missão Velha (floresta fóssil); Devoniano (Canyon do rio Salgado) e Granito (Colina do Horto, onde fica a estátua do padre Cícero em Juazeiro do Norte). O Geopark Araripe possui ainda um escritório central na cidade de Crato e o Museu de Paleontologia da Urca, como unidades fundamentais.
FONTE: www.geoparkararipe.org
Por Rita Célia Faheina
O projeto de reestruturação do Parque Estadual Sítio Fundão, patrimônio ecológico que fica no Crato, Região do Cariri, será lançado hoje, às 8 horas, no auditório da Coordenadoria Regional da Saúde (20ª Cres), no bairro São Miguel. A área, de 93.54 hectares desapropriada pelo Governo do Estado em fevereiro deste ano, estava sendo motivo de preocupação dos ambientalistas que denunciavam a ação de caçadores de animais silvestres e de vândalos que roubavam a fiação elétrica dos postes localizados no parque.
Edmundo Alencar, filho do antigo proprietário do sítio, Jefferson da Franca Alencar, é um dos denunciantes. Ele se diz preocupado com o abandono da área que é rica em biodiversidade e mata nativa. Possui, inclusive, vegetação remanescente da Mata Atlântica. Segundo Edmundo, já houve no local a ocorrência de queimadas, a retirada ilegal de madeira e a colocação de arapucas para capturar animais nativos.
O Sítio Fundão, localizado a três quilômetros da sede do Crato, ainda conserva um carro de boi feito de pau, uma barragem construída no período da escravidão e casa de taipa antiga com dois andares. Segundo o projeto que será apresentado hoje pelo superintendente estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), Herbert Vasconcelos, o engenho será reestruturado e a casa de taipa vai ser transformada em um centro de visitação.
Segundo Herbert, quando o governo estadual comprou a área, foi recebida com 400 metros de cerca danificada. Essa cerca de proteção será reconstruída. O projeto, que será lançado hoje, inclui também a nova sede do escritório da Semace-Cariri, uma unidade da Companhia de Policiamento do Meio Ambiente (CPMA). Dentro do Sítio Fundão está localizado o geotope Batateiras, um dos nove que compõem o Geopark Araripe.
O decreto de desapropriação da área data de 8 de fevereiro passado, mas só foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 11 daquele mês. No dia 14 de março deste ano, o Governo do Estado criou o Parque Estadual do Sítio Fundão, uma área de 93 metros quadrados, 520 hectares em unidade de conservação de proteção integral. (Colaborou Amaury Alencar)
SAIBA MAIS
O Sítio Fundão Faz parte do Geotope Batateiras do Geopark Araripe que é uma outra ação de preservação ambiental do contexto geológico e paleontológico da Bacia Sedimentar do Araripe. Neste âmbito, existem também compromissos públicos de transformação desta ação em um Programa Estadual de Governo e consolidação efetiva do parque, já que o próprio Governo do Estado está à frente da realização da 1ª Conferencia Americana dos Geoparks Unesco, no Crato, em 2009.
O Geopark Araripe é uma iniciativa do Governo do Estado do Ceará, representado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, coordenado pela Universidade Regional do Cariri (Urca). Em dezembro de 2005, o Governo do Estado do Ceará apresentou postulação à Divisão de Ciências da Terra da Unesco, que reconheceu em setembro de 2006 o Geopark Araripe como primeiro Geopark das Américas.
O conceito do Geopark Araripe está baseado no estabelecimento de uma rede de Unidades de Conservação da Natureza, que se estendem por uma área de mais de 5.000 km, abrangendo seis municípios diferentes da região. Cada unidade é denominada de Geotope e corresponde a um estrato e tempo geológico definido, permitindo ao visitante uma abrangente compreensão da origem, evolução e estrutura atual da Bacia Sedimentar do Araripe.
Os geotopes são nove: Exu (Pontal de Santa Cruz, em Santana do Cariri); Arajara (Parque do Riacho do Meio em Barbalha); Santana (Parque dos Pterossauros em Santana do Cariri); Ipubi (antiga Minas Chaves entre Santana do Cariri e Nova Olinda); Nova Olinda (Mina de pedra cariri em Nova Olinda).
Outros geotopes são: Batateiras (rio das Batateiras no Crato); Missão Velha (floresta fóssil); Devoniano (Canyon do rio Salgado) e Granito (Colina do Horto, onde fica a estátua do padre Cícero em Juazeiro do Norte). O Geopark Araripe possui ainda um escritório central na cidade de Crato e o Museu de Paleontologia da Urca, como unidades fundamentais.
FONTE: www.geoparkararipe.org
Senador do PCdoB que manutenção dos investimentos no Ceará
O Senador do Partido Comunista do Brasil - PCdoB, Inácio Arruda quer manutenção dos investimentos no Estado do Ceará
O senador Inácio Arruda fala aos senadores, deputados e representantes da sociedade civil, presentes a seminário que discutiu Orçamento Federal para 2009Durante o seminário da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, o senador Inácio Arruda defendeu a continuidade dos investimentos do Governo Federal em obras de infra-estrutura para o Estado do Ceará. Para ele, em um momento de crise como o que a economia mundial enfrenta, os investimentos voltados para o fomento da produção configuram-se na melhor solução para encarar a ameaça de recessão.
O seminário aconteceu na manhã dessa quinta-feira (23.10), no Plenário 13 de Maio da Assembléia Legislativa, contando com a participação do vice-presidente da Comissão, senador Marconi Perillo, do relator Geral do Orçamento, senador Delcídio Amaral, dos deputados Jorge Khoury, Chico Lopes, Raimundo Gomes de Matos e José Pimentel.
O senador Inácio Arruda espera que dentro do projeto da Lei Orçamentária Anual da União para 2009 estejam garantidos os recursos para o Estado. "A minha maior preocupação é exatamente com a grande expectativa que nós cearenses temos com relação ao orçamento da União, de onde vem os maiores investimentos", inclusive os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), argumentou.
Inácio Arruda citou obras que não podem perder fôlego como a refinaria Premium da Petrobras, " o maior de todos os investimentos", além do Canal da Integração. "Sem água não tem refinaria nem siderúrgica", defendeu. O comunista destacou a necessidade de se tocar as obras de irrigação no Tabuleiro de Russas, Baixo Acaraú e Araras Norte e o trabalho nas barragens da Bacia do rio Acaraú, rio Jaguaribe e rio Poti, como também no açude de Itapebussu e no âmbito do Programa de Macrodrenagem de Fortaleza dos rios Cocó, Maranguapinho e Ceará. O deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), que é membro da Comissão Mista de Orçamento, corroborou com a exposição de Inácio, sem esquecer os investimentos na área de infra-estrutura. Ele disse que não aceita corte no orçamento para o Estado. "Tem que ter mais investimento. Temos que ser mais arrojados para produzir mais e continuar com o desenvolvimento", enfatizou.
Vigilância
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Domingos Filho, abriu o primeiro seminário regional da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, que discutiu o projeto da Lei Orçamentária Anual da União para 2009. Para ele, esse tipo de evento deveria ser uma prática constante, "pois o dever de cidadania inclui a vigilância sobre as contas públicas e a fiscalização sobre a aplicação correta dos recursos do erário como um dever constitucional. O deputado destacou ainda a importância do Parlamento trazer a discussão para perto do cidadão e avaliou que as Câmaras e Assembléias Legislativas são o foro natural para essas audiências, já que estão mais próximas da população e, dessa forma, oferecerem as melhores condições de conhecimento para que haja questionamentos e sugestões.
O vice-presidente da Comissão Mista, senador Marconi Perillo (PSDB/GO), agradeceu a receptividade dos parlamentares e da população cearense e disse que é uma honra começar as discussões pelo estado do Ceará. Ele citou algumas novidades na discussão e fiscalização da execução orçamentária.
Segundo Perillo, a primeira delas é que as propostas poderão ser encaminhadas por qualquer instituição através de um link no site da Câmara Federal. Segundo Perillo, o relator geral do Orçamento, senador Delcídio Amaral (PT/MS), vai incluir uma emenda à proposta justamente para contemplar as sugestões feitas nos seminários regionais.
Outra novidade anunciada por Marconi Perillo é o "Fiscalize", sistema que também está à disposição no site da Câmara Federal e que permite a qualquer cidadão fiscalizar e acompanhar a execução do orçamento da União.
Transparência
Já o senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator geral do Orçamento, disse que há uma grande preocupação em desenvolver os trabalhos com transparência e que é preciso ter condições de mostrar tudo que a comissão está fazendo para a elaboração do relatório. "É fundamental aproximar o Orçamento Público do cidadão e divulgar ferramentas que permitam o controle da legislação orçamentária", complementou.
O senador informou que o Orçamento é de aproximadamente R$ 1,6 trilhão, registrando que o relatório preliminar apresentado à comissão já está na Internet à disposição de todos. O relator geral destacou também que a proposta orçamentária é preparada pelo Ministério do Planejamento, encaminhado à Presidência da República e, em seguida, encaminhado ao Congresso Nacional. "A Comissão de Orçamento tem um relator geral, um relator da receita, e relatores setoriais por áreas temáticas (quatro senadores e seis deputados). Nós temos deputados e senadores que irão trabalhar nesses relatórios setoriais e, por fim, o relator geral junta tudo no relatório final de 2009", explicou.
Segundo Delcídio, quando a comissão recebe o orçamento da presidência, há uma tramitação que envolve esforço conjunto dos parlamentares, para receber e analisar emendas e é importante que a comissão cumpra seus cronogramas. O senador disse ainda que já foram iniciados os trabalhos com os relatores setoriais e, até 22 de dezembro, a peça orçamentária estará aprovada.
Finalizando, Delcídio Amaral ressaltou que já recebeu uma contribuição dos movimentos sociais organizados do Ceará com propostas como o apoio à revitalização das cinco escolas agrícolas do Ceará, a implantação de 70 Centros de Inclusão Digital no Interior e a ampliação da tecnologia social de fortalecimento do semi-árido, com investimentos de R$ 30 milhões aproximadamente. De acordo com ele, sugestões e reivindicações podem ser feitas no site www.camara.gov.br
A Comissão Mista de Orçamento realiza seminários regionais anualmente, promovendo debates em várias cidades do País. O primeiro seminário deste ano foi realizado em Brasília na quarta-feira. Depois de Fortaleza, a Comissão passará pelos estados de Pernambuco (23/10), Mato Grosso do Sul (28/10), Amazonas (30/10) e Goiás (31/10). Em novembro, os debates serão realizados no Rio Grande do Sul (3/11), Espírito Santo (3/11) e Minas Gerais (4/11).
Assessoria do gabinete com informações do site da Assembléia Legislativa
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Saramago em festa
O rosto de Marx continuava a olhar-lhe com toda a veemência do passado enquanto José Saramago discursava, há três semanas, na sala do Centro de Trabalho do PCP (Partido Comunista Português), na Avenida da Liberdade, em Lisboa. O “camarada Zé” estava às voltas com 300 comunistas, reunidos em homenagem aos dez anos da premiação do escritor com o Nobel de Literatura.
Saramago: comunista 'com orgulho' Também para comemorar seu feito, será construída neste ano em Azinhaga do Ribatejo — aldeia natal de Saramago — uma estátua em sua homenagem. Mas foi entre seus pares, na sala do PCP, que a emoção foi maior. Dos militantes ao secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, sem contar os vários dirigentes históricos do PCP, como Domingos Abrantes e Albano Nunes — todos eles lá estavam, de pé, para abraçar Saramago.
Antes da homenagem, foi feita a leitura de um trecho de Memorial do Convento. Sofia Ferreira ofereceu ao escritor um ramo de flores. Já o fadista Carlos do Carmo, encarregado de cantar um fado em homenagem a Saramago, contou como escolheu musicar uma ''poesia do Zé'' — Aprendamos o Rito, do livro Poemas Possíveis.
Carmo destacou ainda como a “bomba atômica Pilar” suavizara a relação de ambos. Mulher do escritor, Pilar del Rio declarou da Espanha — onde ela vive — ao Rádio Clube: ''O Nobel é o reconhecimento da Academia Sueca por uma obra que já antes foi reconhecida pelo público''.
Num discurso de três páginas, Jerónimo de Sousa tratou Saramago como “grande escritor”, ressaltando as posições ideológicas do autor de Ensaio sobre a Cegueira. “Creio que a sua condição de comunista e a grandeza da sua obra literária não são facilmente dissociáveis”, disse o dirigente do PCP. “Sem essa condição, a massa humana de muitos dos seus livros não se moveria com o mesmo fulgor — e não se sentiria em muitos deles o penoso, trágico, exultante, contraditório, luminoso, sombrio, incessante movimento da história.''
Lembrando-se da vitória
Na parte final da cerimônia, Saramago agradeceu as palavras de Jerónimo e fez questão de se apresentar, ''com orgulho'', como um comunista. O próprio escritor, militante desde a década de 1960, fez uma revelação. Lembrou que, nos anos 80, Álvaro Cunhal foi “submetido a uma operação de alto risco”. Para o caso de não sobreviver, o grande dirigente comunista escreveu ''algumas cartas'' a ''várias pessoas'', incluindo a ele, José Saramago. ''Felizmente, para todos e para ele, Cunhal sobreviveu, viveu e trabalhou, e as cartas foram destruídas.''
Desconhecia-se o conteúdo da mensagem que cabia ser enviada ao escritor — mas Saramago revelou ter tido conhecimento do que o líder histórico do PCP lhe escreveu. “O camarada Álvaro Cunhal dizia que estava convencido de que eu nunca abandonaria o partido”, afirmou o Nobel da Literatura, ouvido em silêncio. “Ele tinha razão — e aqui estou”, acrescentou Saramago, recebendo então uma ruidosa e emocionada salva de palmas de militantes e amigos do PCP.
O autor português declarou ter escrito, num dos volumes de Cadernos de Lanzarote, quando se comentava a hipótese de receber o Nobel, que jamais “abandonaria as suas convicções políticas e ideológicas” para receber o prêmio. “As coisas correram bem: eu não abandonei as minhas convicções e recebi o Prêmio Nobel.''
Também relembrou o que sentiu quando foi informado de que ganhara o Nobel. Após um momento de incredulidade, a notícia caíra como uma bomba nas redações: o prêmio, naquele ano de 1998, ia para um escritor português — o primeiro (e até agora único) da língua portuguesa a ganhar tal distinção. O agraciado chamava-se José Saramago, na época com 76 anos. Após a estupefação inicial, houve uma onda de entusiasmo e orgulho.
Naquele exato momento, Saramago estava em Frankfurt, na Alemanha. Sozinho, num corredor do aeroporto, com uma capa de chuva no braço, murmurou para si mesmo: “Tenho o Prêmio Nobel. E quê? Não nasci para isto”. Ao receber a premiação na Academia Sueca, a 7 de dezembro de 1998, Saramago se recordou do avô, Jerônimo Melrinho: ''O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever''.
Passada uma década, o autor reconheceu que merece o prêmio “no plano cívico”. Já no plano literário, disse primeiro preferir que “as pessoas julguem” — e depois arrematou que fez jus ao prêmio. “Aqui entre nós, acho que sim'', afirmou o escritor, de novo muito aplaudido, apesar de admitir correr o risco de voltarem a dizer que é vaidoso.
Vitória surpresa?
Embora falada por 200 milhões de pessoas, a língua portuguesa ficara sempre fora das escolhas do comitê sueco — e o fato de o voto ser secreto diminuía ainda mais as esperanças. Sabia-se que o brasileiro Jorge Amado tinha andado pela lista de favoritos num e noutro ano, bem como o português Ferreira de Castro, o autor de A Selva — romance que teve grande popularidade internacional nos anos 30. Mas nenhum deles foi escolhido.
Por isso, parecia tão inacreditável que um português vencesse o Nobel. Havia mais um fator que aumentava o descrédito, mesmo entre os especialistas. É que, nos anos anteriores à vitória de Saramago — durante quase toda a década de 90 —, tinham vencido escritores relativamente desconhecidos. Em 1997, por exemplo, triunfou o italiano Dario Fo — ainda hoje uma escolha difícil de compreender.
Na realidade — agora é fácil percebê-lo —, o Nobel de 1998 não deveria ter surpreendido ninguém. Saramago era um escritor internacional, muito traduzido e lido no estrangeiro, popular não apenas na língua portuguesa. A composição do júri também mudara recentemente — e talvez esse elemento tenha sido importante.
Comparando os premiados até 1997 com os que se seguiram a 1998, o júri se tornou, neste último ano, mais favorável ao estilo pós-moderno, com técnica inovadora e conteúdo mais profundo — os casos de Saramago, Günter Grass, Imre Kertész ou Orhan Pamuk.
Autor controverso
Quando venceu o Nobel, José Saramago tinha uma obra consolidada, com um punhado de romances de grande impacto: Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984); mas também O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), alvo de uma violenta polêmica, após a exclusão da lista de candidatos ao Prêmio Europeu da Literatura; e aquele que para muitos analistas é talvez o melhor livro do escritor, o Ensaio sobre a Cegueira.
O estilo poético e original fora desenvolvido num livro de 1977, Manual de Pintura e Caligrafia, e aperfeiçoado em Levantado do Chão (1980). Lançados quando Saramago já contava com mais de 55 anos, os dois livros lhe deram fama nacional.
Quando ganhou o Nobel, Saramago tinha 76 anos. Era um autor controverso, que não recusava discussões políticas, comunista assumido, protagonista dos anos turbulentos da revolução. E José Saramago continuou a escrever, desmentindo o mito de que ganhar aquele prêmio marca o fim de uma carreira. A prova é que, em breve, publicará A Viagem do Elefante.
Fonte: www.vermelho.org.br
Saramago: Crime (financeiro) contra a humanidade
Pensava escrever no blog sobre a crise económica que nos lançaram para cima quando tive que me dedicar a cumprir um compromisso com outros meios de comunicação. Deixo aqui o que penso e que já foi publicado em Espanha, no jornal Público, e em Portugal, no semanário Expresso.
A história é conhecida, e, nos antigos tempos de uma escola que a si mesma se proclamava como perfeita educadora, era ensinada aos meninos como exemplo da modéstia e da discrição que sempre deverão acompanhar-nos quando nos sintamos tentados pelo demónio a ter opinião sobre aquilo que não conhecemos ou conhecemos pouco e mal. Apeles podia consentir que o sapateiro lhe apontasse um erro no calçado da figura que havia pintado, porquanto os sapatos eram o ofício dele, mas nunca que se atrevesse a dar parecer sobre, por exemplo, a anatomia do joelho. Em suma, um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar. À primeira vista, Apeles tinha razão, o mestre era ele, o pintor era ele, a autoridade era ele, quanto ao sapateiro, seria chamado na altura própria, quando se tratasse de deitar meias solas num par de botas. Realmente, aonde iríamos nós parar se qualquer pessoa, até mesmo a mais ignorante de tudo, se permitisse opinar sobre aquilo que não sabe? Se não fez os estudos necessários, é preferível que se cale e deixe aos sabedores a responsabilidade de tomar as decisões mais convenientes (para quem?).
Sim, à primeira vista, Apeles tinha razão, mas só à primeira vista. O pintor de Filipe e de Alexandre da Macedónia, considerado um génio na sua época, esqueceu-se de um aspecto importante da questão: o sapateiro tem joelhos, portanto, por definição, é competente nestas articulações, ainda que seja unicamente para se queixar, sendo esse o caso, das dores que nelas sente. A estas alturas, o leitor atento já terá percebido que não é propriamente de Apeles nem de sapateiro que se trata nestas linhas. Trata-se, isso sim, da gravíssima crise económica e financeira que está a convulsionar o mundo, a ponto de não escaparmos à angustiosa sensação de que chegámos ao fim de um época sem que se consiga vislumbrar qual e como seja o que virá a seguir, após um tempo intermédio, impossível de prever, para levantar as ruínas e abrir novos caminhos. Como assim? Uma lenda antiga para explicar os desastres de hoje? Por que não? O sapateiro somos nós, nós todos que assistimos, impotentes, ao avanço esmagador dos grandes potentados económicos e financeiros, loucos por conquistarem mais e mais dinheiro, mais e mais poder, por todos os meios legais ou ilegais ao seu alcance, limpos ou sujos, correntes ou criminosos. E Apeles? Apeles são esses precisamente, os banqueiros, os políticos, os seguradores, os grandes especuladores, que, com a cumplicidade dos meios de comunicação social, responderam nos últimos trinta anos aos nossos tímidos protestos com a soberba de quem se considerava detentor da última sabedoria, isto é, que ainda que o joelho nos doesse não nos seria permitido falar dele, denunciá-lo, apontá-lo à condenação pública. Foi o tempo do império absoluto do Mercado, essa entidade presuntivamente auto-reformável e autocorrectora encarregada pelo imutável destino de preparar e defender para todo o sempre a nossa felicidade pessoal e colectiva, ainda que a realidade se encarregasse de o desmentir a cada hora.
E agora? Irão finalmente acabar os paraísos fiscais e as contas numeradas? Irá ser implacavelmente investigada a origem de gigantescos depósitos bancários, de engenharias financeiras claramente delituosas, de investimentos opacos que, em muitíssimo casos, não são mais que maciças lavagens de dinheiro negro, de dinheiro do narcotráfico? E já que falamos de delitos… Terão os cidadãos comuns a satisfação de ver julgar e condenar os responsáveis directos do terramoto que está sacudindo as nossas casas, a vida das nossas famílias, o nosso trabalho? Quem resolve o problema dos desempregados (não os contei, mas não duvido de que já sejam milhões) vítimas do crash e que desempregados irão continuar a ser durante meses ou anos, malvivendo de míseros subsídios do Estado enquanto os grandes executivos e administradores de empresas deliberadamente levadas à falência gozam de milhões e milhões de dólares a coberto de contratos blindados que as autoridades fiscais, pagas com o dinheiro dos contribuintes, fingiram ignorar? E a cumplicidade activa dos governos, quem a apura? Bush, esse produto maligno da natureza numa das suas piores horas, dirá que o seu plano salvou (salvará?) a economia norte-americana, mas as perguntas a que terá de responder são estas: Não sabia o que se passava nas luxuosas salas de reunião em que até o cinema já nos fez entrar, e não só entrar, como assistir à tomada de decisões criminosas sancionadas por todos os códigos penais do mundo? Para que lhe serviram a CIA e o FBI, mais as dezenas de outros organismos de segurança nacional que proliferam na mal chamada democracia norte-americana, essa onde um viajante, à entrada do país, terá de entregar ao polícia de turno o seu computador para que ele faça copiar o respectivo disco duro? Não percebeu o senhor Bush que tinha o inimigo em casa, ou, pelo contrário, sabia e não lhe importou?
O que está a passar-se é, em todos os aspectos, um crime contra a humanidade e é desta perspectiva que deveria ser objecto de análise em todos os foros públicos e em todas as consciências. Não estou a exagerar. Crimes contra a humanidade não são somente os genocídios, os etnocídios, os campos de morte, as torturas, os assassínios selectivos, as fomes deliberadamente provocadas, as poluições maciças, as humilhações como método repressivo da identidade das vítimas. Crime contra a humanidade é o que os poderes financeiros e económicos dos Estados Unidos, com a cumplicidade efectiva ou tácita do seu governo, friamente perpetraram contra milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçadas de perder o dinheiro que ainda lhes resta e depois de, em muitíssimos casos (não duvido de que eles sejam milhões), haverem perdido a sua única e quantas vezes escassa fonte de rendimento, o trabalho.
Os criminosos são conhecidos, têm nomes e apelidos, deslocam-se em limusinas quando vão jogar o golf, e tão seguros de si mesmos que nem sequer pensaram em esconder-se. São fáceis de apanhar. Quem se atreve a levar este gang aos tribunais? Ainda que não o consiga, todos lhe ficaremos agradecidos. Será sinal de que nem tudo está perdido para as pessoas honestas.
Fonte: blog Caderno de Saramago – 19 de outubro de 2008
A história é conhecida, e, nos antigos tempos de uma escola que a si mesma se proclamava como perfeita educadora, era ensinada aos meninos como exemplo da modéstia e da discrição que sempre deverão acompanhar-nos quando nos sintamos tentados pelo demónio a ter opinião sobre aquilo que não conhecemos ou conhecemos pouco e mal. Apeles podia consentir que o sapateiro lhe apontasse um erro no calçado da figura que havia pintado, porquanto os sapatos eram o ofício dele, mas nunca que se atrevesse a dar parecer sobre, por exemplo, a anatomia do joelho. Em suma, um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar. À primeira vista, Apeles tinha razão, o mestre era ele, o pintor era ele, a autoridade era ele, quanto ao sapateiro, seria chamado na altura própria, quando se tratasse de deitar meias solas num par de botas. Realmente, aonde iríamos nós parar se qualquer pessoa, até mesmo a mais ignorante de tudo, se permitisse opinar sobre aquilo que não sabe? Se não fez os estudos necessários, é preferível que se cale e deixe aos sabedores a responsabilidade de tomar as decisões mais convenientes (para quem?).
Sim, à primeira vista, Apeles tinha razão, mas só à primeira vista. O pintor de Filipe e de Alexandre da Macedónia, considerado um génio na sua época, esqueceu-se de um aspecto importante da questão: o sapateiro tem joelhos, portanto, por definição, é competente nestas articulações, ainda que seja unicamente para se queixar, sendo esse o caso, das dores que nelas sente. A estas alturas, o leitor atento já terá percebido que não é propriamente de Apeles nem de sapateiro que se trata nestas linhas. Trata-se, isso sim, da gravíssima crise económica e financeira que está a convulsionar o mundo, a ponto de não escaparmos à angustiosa sensação de que chegámos ao fim de um época sem que se consiga vislumbrar qual e como seja o que virá a seguir, após um tempo intermédio, impossível de prever, para levantar as ruínas e abrir novos caminhos. Como assim? Uma lenda antiga para explicar os desastres de hoje? Por que não? O sapateiro somos nós, nós todos que assistimos, impotentes, ao avanço esmagador dos grandes potentados económicos e financeiros, loucos por conquistarem mais e mais dinheiro, mais e mais poder, por todos os meios legais ou ilegais ao seu alcance, limpos ou sujos, correntes ou criminosos. E Apeles? Apeles são esses precisamente, os banqueiros, os políticos, os seguradores, os grandes especuladores, que, com a cumplicidade dos meios de comunicação social, responderam nos últimos trinta anos aos nossos tímidos protestos com a soberba de quem se considerava detentor da última sabedoria, isto é, que ainda que o joelho nos doesse não nos seria permitido falar dele, denunciá-lo, apontá-lo à condenação pública. Foi o tempo do império absoluto do Mercado, essa entidade presuntivamente auto-reformável e autocorrectora encarregada pelo imutável destino de preparar e defender para todo o sempre a nossa felicidade pessoal e colectiva, ainda que a realidade se encarregasse de o desmentir a cada hora.
E agora? Irão finalmente acabar os paraísos fiscais e as contas numeradas? Irá ser implacavelmente investigada a origem de gigantescos depósitos bancários, de engenharias financeiras claramente delituosas, de investimentos opacos que, em muitíssimo casos, não são mais que maciças lavagens de dinheiro negro, de dinheiro do narcotráfico? E já que falamos de delitos… Terão os cidadãos comuns a satisfação de ver julgar e condenar os responsáveis directos do terramoto que está sacudindo as nossas casas, a vida das nossas famílias, o nosso trabalho? Quem resolve o problema dos desempregados (não os contei, mas não duvido de que já sejam milhões) vítimas do crash e que desempregados irão continuar a ser durante meses ou anos, malvivendo de míseros subsídios do Estado enquanto os grandes executivos e administradores de empresas deliberadamente levadas à falência gozam de milhões e milhões de dólares a coberto de contratos blindados que as autoridades fiscais, pagas com o dinheiro dos contribuintes, fingiram ignorar? E a cumplicidade activa dos governos, quem a apura? Bush, esse produto maligno da natureza numa das suas piores horas, dirá que o seu plano salvou (salvará?) a economia norte-americana, mas as perguntas a que terá de responder são estas: Não sabia o que se passava nas luxuosas salas de reunião em que até o cinema já nos fez entrar, e não só entrar, como assistir à tomada de decisões criminosas sancionadas por todos os códigos penais do mundo? Para que lhe serviram a CIA e o FBI, mais as dezenas de outros organismos de segurança nacional que proliferam na mal chamada democracia norte-americana, essa onde um viajante, à entrada do país, terá de entregar ao polícia de turno o seu computador para que ele faça copiar o respectivo disco duro? Não percebeu o senhor Bush que tinha o inimigo em casa, ou, pelo contrário, sabia e não lhe importou?
O que está a passar-se é, em todos os aspectos, um crime contra a humanidade e é desta perspectiva que deveria ser objecto de análise em todos os foros públicos e em todas as consciências. Não estou a exagerar. Crimes contra a humanidade não são somente os genocídios, os etnocídios, os campos de morte, as torturas, os assassínios selectivos, as fomes deliberadamente provocadas, as poluições maciças, as humilhações como método repressivo da identidade das vítimas. Crime contra a humanidade é o que os poderes financeiros e económicos dos Estados Unidos, com a cumplicidade efectiva ou tácita do seu governo, friamente perpetraram contra milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçadas de perder o dinheiro que ainda lhes resta e depois de, em muitíssimos casos (não duvido de que eles sejam milhões), haverem perdido a sua única e quantas vezes escassa fonte de rendimento, o trabalho.
Os criminosos são conhecidos, têm nomes e apelidos, deslocam-se em limusinas quando vão jogar o golf, e tão seguros de si mesmos que nem sequer pensaram em esconder-se. São fáceis de apanhar. Quem se atreve a levar este gang aos tribunais? Ainda que não o consiga, todos lhe ficaremos agradecidos. Será sinal de que nem tudo está perdido para as pessoas honestas.
Fonte: blog Caderno de Saramago – 19 de outubro de 2008
PCdoB/CE promove neste sábado Fórum de Prefeitos e Vice-Prefeitos do Partido eleitos no Ceará
O Comitê Estadual do PCdoB realiza neste sábado, 25 de outubro, o Fórum de Prefeitos e Vice-Prefeitos do Partido. O objetivo do encontro é proporcionar a troca de experiências e informações entre os prefeitos eleitos, orientar os novos gestores e sistematizar as idéias das administrações.
“Nossa intenção é aglutinar as ações municipais às parlamentares além de pensar a gestão municipal de forma mais política. Queremos inserir os debates e estimular os planejamentos dentro das administrações”, diz Gilvan Paiva, Secretário Estadual para Ações Institucionais e Políticas Públicas do PCdoB-CE.
Na programação serão abordados temas como o cenário pós-eleitoral no Brasil e no Ceará e planejamento, gestão e a modernização administrativa nos municípios. O Comitê Estadual informa ainda que irá promover em novembro outro fórum mas desta vez direcionado aos vereadores eleitos neste ano.
Fórum de Prefeitos e Vice-Prefeitos
Data: 25 de outubro de 2008 (Sábado)
Local: Hotel Íbis (Rua Atualpa Barbosa Lima 660 – Praia de Iracema - Tel: (85) 3219.2121)
Programação:
8h30 - Abertura
"Nossos mandatos de Prefeito, o Fórum e o PCdoB"
Carlos Augusto Patinhas - Presidente estadual do PCdoB
9h15 - "As novas configurações políticas pós-cenário eleitoral no Brasil e no Ceará e os desafios dos gestores eleitos"
Inácio Arruda - Senador
Ritelza Cabral - Prefeita de Aquiraz
10h às 10h45 – Intervenções dos Prefeitos
10h45 às 11h – Intervalo
11h às 12h15 – Planejamento estratégico para os municípios
Dr. José Cidrião de Alencar – Superintendente do ETENE-BNB
12h15 - Almoço
14h - Planejamento, gestão e a modernização administrativa nos municípios
e a construção de políticas públicas
Alberto Teixeira – Professor e Diretor da Escola de Formação de Governantes
Ieda Nobre - Secretária de Assistência Social de Maracanaú
15h às 16h30 - Intervenções (07 minutos cada)
16h30 – Considerações finais
17h – Encerramento
Coordenação: Gilvan Paiva - Secretário Estadual para Ações Institucionais e Políticas Públicas do PCdoB-CE
De Fortaleza,
Carolina Campos
“Nossa intenção é aglutinar as ações municipais às parlamentares além de pensar a gestão municipal de forma mais política. Queremos inserir os debates e estimular os planejamentos dentro das administrações”, diz Gilvan Paiva, Secretário Estadual para Ações Institucionais e Políticas Públicas do PCdoB-CE.
Na programação serão abordados temas como o cenário pós-eleitoral no Brasil e no Ceará e planejamento, gestão e a modernização administrativa nos municípios. O Comitê Estadual informa ainda que irá promover em novembro outro fórum mas desta vez direcionado aos vereadores eleitos neste ano.
Fórum de Prefeitos e Vice-Prefeitos
Data: 25 de outubro de 2008 (Sábado)
Local: Hotel Íbis (Rua Atualpa Barbosa Lima 660 – Praia de Iracema - Tel: (85) 3219.2121)
Programação:
8h30 - Abertura
"Nossos mandatos de Prefeito, o Fórum e o PCdoB"
Carlos Augusto Patinhas - Presidente estadual do PCdoB
9h15 - "As novas configurações políticas pós-cenário eleitoral no Brasil e no Ceará e os desafios dos gestores eleitos"
Inácio Arruda - Senador
Ritelza Cabral - Prefeita de Aquiraz
10h às 10h45 – Intervenções dos Prefeitos
10h45 às 11h – Intervalo
11h às 12h15 – Planejamento estratégico para os municípios
Dr. José Cidrião de Alencar – Superintendente do ETENE-BNB
12h15 - Almoço
14h - Planejamento, gestão e a modernização administrativa nos municípios
e a construção de políticas públicas
Alberto Teixeira – Professor e Diretor da Escola de Formação de Governantes
Ieda Nobre - Secretária de Assistência Social de Maracanaú
15h às 16h30 - Intervenções (07 minutos cada)
16h30 – Considerações finais
17h – Encerramento
Coordenação: Gilvan Paiva - Secretário Estadual para Ações Institucionais e Políticas Públicas do PCdoB-CE
De Fortaleza,
Carolina Campos
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Hoje tem Cinetério na Praça Cristo Reis no Crato, a partir das 22 horas
Acontece hoje, dia 22, a partir das 22 horas, na Praça Cristo Reis no Crato, mais uma edição do Projeto Cinetério, o qual tem o objetivo de democratizar o cinema para o grande público e valorizar a praça com equipamento público de interação e integração das pessoas.
O Projeto é realizado pelo professor Cláudioreis e tem o apoio da Urca, através da Pró-Reitoria de Extensão – Proex, Sesc, Secretária de Cultura e de pessoas ligadas ao fazer artístico da região.
Estamira é o filme de hoje
um filme como poucos. O diretor Marcos Prado faz uma denuncia social corajosa.
Diferente de todos esses filmes medíocres que não acrescentam nada na vida das pessoas, o documentário Estamira de Marcos Prado chega com um toque singular e reflexivo. É possível ter dignidade mesmo quando se vive num “lixão”? O que é insano e o que é razão quando o que se tem para comer são restos podres e mofados? Quem é Deus nesse mundo tão cruel e hipócrita? Essas indagações fazem parte do imaginário do documentário vencedor de 23 prêmios, entre eles nacionais e internacionais.
O cenário é no Aterro Sanitário do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, lá por dia mais de oito mil toneladas de lixo são jogadas nos mais de 1.200.000 metros quadrados. Uma situação deplorável que mistura humanos com animais carniceiros, e os dois buscam a mesma coisa: sobreviver.
Apesar do vídeo ter só sonoras, não dá aquela vontade de ir embora do cinema. Pelo contrário, instiga – se ainda mais a cada cena. O filme é bem singular, corajoso e com uma linguagem muito própria. Ausente de qualquer “estrelismo” de diretor.
O filme é livre, entra fielmente como um observador do cotidiano, da vida, do pensamento e do comportamento daquela senhora revoltosa, doente, louca e cheia de tormentos e crenças. E mostra a realidade “assim como ela é”, sem maquiagem ou panos quentes. Escancara a opinião de uma mulher que para muitos é apenas uma pobre coitada, com problemas mentais e que não presta para nada. E que na realidade, é tudo ao contrário.
Não é possível classificar o filme facilmente ou colocar rótulos ou estereótipos. Cada cena nos convida a entrar ainda mais naquele mundo varrido de Estamira, e a cada passo entendemos os motivos que levaram uma senhora de 63 anos, estar há 20, vivendo no lixão. Sim, por que para ela, estar no aterro todo dia é um emprego como qualquer outro. É dali que ela tira o que comer, o que vestir, a decoração de sua casa. E todo o resto. Ali ela tem amigos de trabalho e até possíveis maridos.
O filme tem vários sentidos... Cada um deles bem complexos que nos transmitem divergentes sensações. Realmente, Marcos Prado não teve medo de arriscar e explorou muito bem cada cena. A construção do filme é tão bem elaborada e tão sólida que mesmo a cena mais bizarra não nos remete a pensar coisas do tipo: coitada ou que tolice!.
Estamira é por si superior. Em nenhum momento o filme nos passa essa sensação de dó e piedade. Mas sim, o de indignação e horror pelo que acontece com inúmeras pessoas no mundo inteiro que não tem a mínima condição de viver dignamente.
O filme pode não ter nada disso. Mas Estamira está nos cinemas nacionais e internacionais, e uma vez vista, fica a sensação de que estas imagens e a dialética não tem nada de insano.
O Projeto é realizado pelo professor Cláudioreis e tem o apoio da Urca, através da Pró-Reitoria de Extensão – Proex, Sesc, Secretária de Cultura e de pessoas ligadas ao fazer artístico da região.
Estamira é o filme de hoje
um filme como poucos. O diretor Marcos Prado faz uma denuncia social corajosa.
Diferente de todos esses filmes medíocres que não acrescentam nada na vida das pessoas, o documentário Estamira de Marcos Prado chega com um toque singular e reflexivo. É possível ter dignidade mesmo quando se vive num “lixão”? O que é insano e o que é razão quando o que se tem para comer são restos podres e mofados? Quem é Deus nesse mundo tão cruel e hipócrita? Essas indagações fazem parte do imaginário do documentário vencedor de 23 prêmios, entre eles nacionais e internacionais.
O cenário é no Aterro Sanitário do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, lá por dia mais de oito mil toneladas de lixo são jogadas nos mais de 1.200.000 metros quadrados. Uma situação deplorável que mistura humanos com animais carniceiros, e os dois buscam a mesma coisa: sobreviver.
Apesar do vídeo ter só sonoras, não dá aquela vontade de ir embora do cinema. Pelo contrário, instiga – se ainda mais a cada cena. O filme é bem singular, corajoso e com uma linguagem muito própria. Ausente de qualquer “estrelismo” de diretor.
O filme é livre, entra fielmente como um observador do cotidiano, da vida, do pensamento e do comportamento daquela senhora revoltosa, doente, louca e cheia de tormentos e crenças. E mostra a realidade “assim como ela é”, sem maquiagem ou panos quentes. Escancara a opinião de uma mulher que para muitos é apenas uma pobre coitada, com problemas mentais e que não presta para nada. E que na realidade, é tudo ao contrário.
Não é possível classificar o filme facilmente ou colocar rótulos ou estereótipos. Cada cena nos convida a entrar ainda mais naquele mundo varrido de Estamira, e a cada passo entendemos os motivos que levaram uma senhora de 63 anos, estar há 20, vivendo no lixão. Sim, por que para ela, estar no aterro todo dia é um emprego como qualquer outro. É dali que ela tira o que comer, o que vestir, a decoração de sua casa. E todo o resto. Ali ela tem amigos de trabalho e até possíveis maridos.
O filme tem vários sentidos... Cada um deles bem complexos que nos transmitem divergentes sensações. Realmente, Marcos Prado não teve medo de arriscar e explorou muito bem cada cena. A construção do filme é tão bem elaborada e tão sólida que mesmo a cena mais bizarra não nos remete a pensar coisas do tipo: coitada ou que tolice!.
Estamira é por si superior. Em nenhum momento o filme nos passa essa sensação de dó e piedade. Mas sim, o de indignação e horror pelo que acontece com inúmeras pessoas no mundo inteiro que não tem a mínima condição de viver dignamente.
O filme pode não ter nada disso. Mas Estamira está nos cinemas nacionais e internacionais, e uma vez vista, fica a sensação de que estas imagens e a dialética não tem nada de insano.
PALESTRA e LANÇAMENTO DO LIVRO: Direito, Arte e Cultura
PALESTRANTE e AUTOR: Francisco Humberto Cunha Filho (Advogado da União, Dr. em Direito e prof. no Mestrado e Doutorado em Direito da UNIFOR)
DATA: 23/10/2008
HORÁRIO: 19 h
LOCAL: Palácio da Microempresa - SEBRAE/CE, Rua São Pedro, S/N, Matriz - Juazeiro do Norte/CE
TEMAS RELACIONADOS:
BASES CONSTITUCIONAIS
AMBIÊNCIA HISTÓRICO CULTURAL
REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO: DIREITO, ARTE e CULTURA
FOMENTOS E PROTEÇÃO À ATIVIDADE CULTURAL
Inscrições gratuitas realizadas no ato.
DATA: 23/10/2008
HORÁRIO: 19 h
LOCAL: Palácio da Microempresa - SEBRAE/CE, Rua São Pedro, S/N, Matriz - Juazeiro do Norte/CE
TEMAS RELACIONADOS:
BASES CONSTITUCIONAIS
AMBIÊNCIA HISTÓRICO CULTURAL
REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO: DIREITO, ARTE e CULTURA
FOMENTOS E PROTEÇÃO À ATIVIDADE CULTURAL
Inscrições gratuitas realizadas no ato.
Chico Lopes alerta para cortes do Orçamento da União
Cortes no orçamento da União não podem prejudicar políticas públicas, afirma Lopes
Quando se fala em cortes no Orçamento na área de custeio, isso afeta diretamente as políticas públicas que beneficiam as pessoas de baixa renda e que muitas vezes não tem plano de saúde, nem condições de contratar segurança privada. A avaliação é do deputado Chico Lopes (PCdoB), membro da Comissão de Orçamento, que vê com temeridade a proposta do relator do Orçamento de 2009, senador Delcídio Amaral (PT-MS), de fazer cortes nos custeios e investimentos do governo por conta da crise financeira.
“Toda vez que a gente se depara com uma crise, apenas os servidores são penalizados”, lembra Lopes. Segundo ele, “na proporção que corto salário, eu corto consumo, corto produção, corto emprego. Essa linha de raciocínio deve ser revista”, sugere, acrescentando que “é preciso pensar em meios para tornar o Orçamento mais moderno no sentido de enfrentar crises.”
Para ele, “essa crise não termina agora, vai mais além, não é crise do Brasil, mas do sistema capitalista, gerada pelo “deus” mercado”, ironiza, enfatizando que as soluções exigem “criatividade”, refutando a idéia de adotar os mesmos métodos das crises passadas.
Previsto para ser entregue nesta semana à Comissão Mista de Orçamento, o relatório preliminar do Orçamento de 2009, segundo Delcídio Amaral, vai apresentar sugestões de cortes nos recursos de custeio e investimentos do governo por conta da crise financeira, que mudou os parâmetros de inflação, câmbio e crescimento da economia.
Momento especial
A única concordância do parlamentar comunista com o relator do Orçamento é de que o relatório não seja definitivo. Ele defende o aprofundamento dos debates e “criatividade” na busca de soluções. “Vamos discutir outra maneira de aprovar o Orçamento sem prejudicar os funcionários públicos que prestam as políticas públicas”, sugere o parlamentar, para quem a proposta do senador é “sem criatividade.”
A crise financeira é vista por Lopes como um “momento especial” para produzir discussões que podem ser “ricas”, afastando a idéia do “governo querer mais verba por mais verba, mas dentro de uma proposta de que está sendo ameaçado pela crise, mas que tem condições de ajudar na superação da crise.”
Lopes diz que “se é verdade que o Brasil vai ser afetado pela crise, é também verdade que o Brasil é um dos poucos países da América Latina que está em posição `privilegiada´ para enfrentá-la”.
Inclusão de outros temas
Ele lembrou que existe uma reforma tributária em curso e que esse momento representa uma experiência fantástica para aprofundar os debates. “Não podemos ficar olhando pelo retrovisor para não bater no carro da frente”, afirmou, ao mesmo tempo em que faz uma série de críticas às políticas econômicas adotadas no passado, quando foram privatizados bancos e organismos de infra-estrutura.
“Insisto no aprofundamento da discussão, incluindo a criação do Fundo Soberano, que considero correto e de mais solidez, que dá margem ao Poder Executivo de trabalhar com rapidez para se livrar das discussões intermináveis do Legislativo”, afirmou, destacando que nas discussões deve se encontrar equilíbrio “para não dar carta branca ao governo”, destaca, acrescentando que “queremos ser responsáveis tanto pelo sucesso quanto pelo fracasso.”
O parlamentar comunista também defende as emendas parlamentares, que também estão sob ameaça de cortes no orçamento pelo relator. Lopes lembrou que “elas beneficiam municípios do Norte e Nordeste, que tem as emendas como única fonte de renda, além das transferências do governo federal, que não dá apara assumir os compromissos internos das cidades, para empregar em infra-estrutura.”
Também nesse caso, ele propõe que sejam abertas discussões para aprofundar o debate sobre o que fazer. Lopes disse que existe um calendário para discussão do Orçamento nas capitais, o que vai ajudar o relator, porque os municípios vão estar presentes e falarão de suas dificuldades.
Fonte: Portal Vermelho - Márcia Xavier
Quando se fala em cortes no Orçamento na área de custeio, isso afeta diretamente as políticas públicas que beneficiam as pessoas de baixa renda e que muitas vezes não tem plano de saúde, nem condições de contratar segurança privada. A avaliação é do deputado Chico Lopes (PCdoB), membro da Comissão de Orçamento, que vê com temeridade a proposta do relator do Orçamento de 2009, senador Delcídio Amaral (PT-MS), de fazer cortes nos custeios e investimentos do governo por conta da crise financeira.
“Toda vez que a gente se depara com uma crise, apenas os servidores são penalizados”, lembra Lopes. Segundo ele, “na proporção que corto salário, eu corto consumo, corto produção, corto emprego. Essa linha de raciocínio deve ser revista”, sugere, acrescentando que “é preciso pensar em meios para tornar o Orçamento mais moderno no sentido de enfrentar crises.”
Para ele, “essa crise não termina agora, vai mais além, não é crise do Brasil, mas do sistema capitalista, gerada pelo “deus” mercado”, ironiza, enfatizando que as soluções exigem “criatividade”, refutando a idéia de adotar os mesmos métodos das crises passadas.
Previsto para ser entregue nesta semana à Comissão Mista de Orçamento, o relatório preliminar do Orçamento de 2009, segundo Delcídio Amaral, vai apresentar sugestões de cortes nos recursos de custeio e investimentos do governo por conta da crise financeira, que mudou os parâmetros de inflação, câmbio e crescimento da economia.
Momento especial
A única concordância do parlamentar comunista com o relator do Orçamento é de que o relatório não seja definitivo. Ele defende o aprofundamento dos debates e “criatividade” na busca de soluções. “Vamos discutir outra maneira de aprovar o Orçamento sem prejudicar os funcionários públicos que prestam as políticas públicas”, sugere o parlamentar, para quem a proposta do senador é “sem criatividade.”
A crise financeira é vista por Lopes como um “momento especial” para produzir discussões que podem ser “ricas”, afastando a idéia do “governo querer mais verba por mais verba, mas dentro de uma proposta de que está sendo ameaçado pela crise, mas que tem condições de ajudar na superação da crise.”
Lopes diz que “se é verdade que o Brasil vai ser afetado pela crise, é também verdade que o Brasil é um dos poucos países da América Latina que está em posição `privilegiada´ para enfrentá-la”.
Inclusão de outros temas
Ele lembrou que existe uma reforma tributária em curso e que esse momento representa uma experiência fantástica para aprofundar os debates. “Não podemos ficar olhando pelo retrovisor para não bater no carro da frente”, afirmou, ao mesmo tempo em que faz uma série de críticas às políticas econômicas adotadas no passado, quando foram privatizados bancos e organismos de infra-estrutura.
“Insisto no aprofundamento da discussão, incluindo a criação do Fundo Soberano, que considero correto e de mais solidez, que dá margem ao Poder Executivo de trabalhar com rapidez para se livrar das discussões intermináveis do Legislativo”, afirmou, destacando que nas discussões deve se encontrar equilíbrio “para não dar carta branca ao governo”, destaca, acrescentando que “queremos ser responsáveis tanto pelo sucesso quanto pelo fracasso.”
O parlamentar comunista também defende as emendas parlamentares, que também estão sob ameaça de cortes no orçamento pelo relator. Lopes lembrou que “elas beneficiam municípios do Norte e Nordeste, que tem as emendas como única fonte de renda, além das transferências do governo federal, que não dá apara assumir os compromissos internos das cidades, para empregar em infra-estrutura.”
Também nesse caso, ele propõe que sejam abertas discussões para aprofundar o debate sobre o que fazer. Lopes disse que existe um calendário para discussão do Orçamento nas capitais, o que vai ajudar o relator, porque os municípios vão estar presentes e falarão de suas dificuldades.
Fonte: Portal Vermelho - Márcia Xavier
Aumenta demanda por água em municípios do Ceará
Quantidade de cidades em emergência é menor do que no ano passado, mas a tendência é aumentar o número
Cinquanta e três municípios cearenses entraram com pedido de abastecimento por meio de carro-pipa junto à Coordenadoria de Defesa Civil do Estado. Deste total, 13 são atendidos pelo Exército Brasileiro e 30 já foram avaliados. Esperam a elaboração do documento para definir a decretação de emergência.
Já os municípios restantes serão avaliados no decorrer deste ano, à medida que outras cidades também entrarão com o pedido de abastecimento.
Por mais que o número de municípios atingidos pela estiagem seja menor em relação ao ano passado, a Defesa Civil prevê que pode aumentar a quantidade de cidades atendidas pelos carros-pipas, à medida que ainda serão realizadas mais avaliações nos municípios que enviaram decretos. “Ainda faltam dez cidades a serem avaliadas. Nessa avaliação iremos analisar os prejuízos e se pode haver, ou não, decreto de emergência”, afirmou a assessora técnica do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado, Ioneide Araújo.
Ela informa que são avaliados cerca de quatro a cinco municípios por semana. Com isso, o resultado final deverá ser concluído até o início de novembro. A avaliação é realizada “in loco”, sendo verificados os prejuízos econômicos, sociais, humanos, materiais e ambientais, também como a situação e capacidade de armazenamento dos recursos hídricos. “Também não é somente para dimensionar a necessidade de carros-pipas, mas levantar as potencialidades de fortalecimento de recursos hídricos, obras de infra-estrutura e apontar alternativas viáveis para que a política de abastecimento de carros-pipas seja eliminada”, diz Ioneide.
A assessora técnica acredita que mais municípios irão entrar com decreto de situação de emergência na Defesa Civil, em decorrência do fim do período de chuvas no Interior. “Ano passado tivemos muito mais municípios em situação de emergência porque a quadra chuvosa foi muito mal distribuída. Este ano foi bastante acima da média e também já começou o período da estiagem”, completa. Para Ioneide, os momentos sem chuva no Estado comprometem o trabalho dos agricultores, nas atividades de cultivo, bem como os moradores em geral.
Dos 131 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 21 deles encontram-se com nível de capacidade de armazenamento inferior a 50%. No entanto, o nível crítico está relacionado aos açudes que possuem reserva igual ou menor que 30%, como os reservatórios Cedro, Pedra Branca e Pirabibu, na Bacia do Banabuiú, com 6,5%, 26,1% e 8,8%, respectivamente. Outros açudes, como Martinóple, Bonito, Farias de Sousa, Amanary, Pompeu Sobrinho, Caracas e Sousa também se encontram na mesma situação.
De acordo com o presidente da Cogerh, Francisco José Coelho Teixeira, somente quando um açude atinge um nível de armazenamento inferior a 30% de sua capacidade, é que deve-se pensar, cautelosamente, em um gerenciamento hídrico com maior atenção. “Isso acontece todos os anos. Nos açudes de menor porte há uma variação muito grande. Eles tanto são fáceis de encher, como são fáceis de secar quando encerrado o período de chuva. Nós buscamos liberar água como racionalidade para que o reservatório não entre em colapso”, diz.
Francisco Teixeira cita, ainda, a situação dos açudes Cedro, em Quixadá; e Farias de Sousa, em Nova Russas. Os dois reservatórios estão com a capacidade comprometida e encontram-se inviáveis para o abastecimento humano. “Nossa meta é cortar a demanda agrícola e priorizar o abastecimento humano.”, afirma ele.
Os reservatórios integrantes das 11 bacias hídricas monitoradas pela Cogerh, formada por 131 açudes, indicam armazenamento de 76,4% da reserva geral, o equivalente a 13 bilhões de metros cúbicos de água no total.
Água armazenada
Conforme a Defesa Civil, a quantidade de municípios que decretaram situação de emergência está menor em comparação ao mesmo período do ano passado (140). Neste ano, 52 cidades entraram com decreto, sendo apenas 39 reconhecidas e homologadas pelo Governo do Estado.
Os municípios restantes serão avaliados pela Defesa Civil. No boletim disponível no site da Coordenadoria de Defesa Civil, as principais causas dos decretos são enchentes, seguidos de estiagem, abalos sísmicos e erosão marinha.
Municípios em situação de emergência
De acordo com o relatório divulgado pela Defesa Civil do Estado, existem 52 municípios que decretaram situação de emergência, seja por enchentes, abalos sísmicos, alagamentos e perda de safra. São eles: Aurora, Alto Santo, Araripe, Banabuiú, Barro, Bela Cruz, Brejo Santo, Caucaia, Caririaçu, Cariús, Cedro, Choró, Crateús, Crato, Hidrolândia, Icó, Iguatu, Independência, Ipaporanga, Itapipoca, Itatira, Itapajé, Jaguaribe, Jati, Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Mauriti, Meruoca, Milhã, Missão Velha, Mombaça, Morada Nova, Nova Olinda, Novo Oriente, Ocara, Orós, Pacujá, Parambu, Pentecoste, Penaforte, Porteiras, Quixadá, Quiterianópolis, Quixelô, Quixeramobim, Santa Quitéria, Tabuleiro do Norte, Tauá, Tejuçuoca, Tianguá, Uruoca e Ubajara. Deste total, apenas 13 cidades são abastecidas pelos carros-pipas no Interior. A operação é realizada e coordenada pelo Exército.
Diário do Nordeste
Cinquanta e três municípios cearenses entraram com pedido de abastecimento por meio de carro-pipa junto à Coordenadoria de Defesa Civil do Estado. Deste total, 13 são atendidos pelo Exército Brasileiro e 30 já foram avaliados. Esperam a elaboração do documento para definir a decretação de emergência.
Já os municípios restantes serão avaliados no decorrer deste ano, à medida que outras cidades também entrarão com o pedido de abastecimento.
Por mais que o número de municípios atingidos pela estiagem seja menor em relação ao ano passado, a Defesa Civil prevê que pode aumentar a quantidade de cidades atendidas pelos carros-pipas, à medida que ainda serão realizadas mais avaliações nos municípios que enviaram decretos. “Ainda faltam dez cidades a serem avaliadas. Nessa avaliação iremos analisar os prejuízos e se pode haver, ou não, decreto de emergência”, afirmou a assessora técnica do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado, Ioneide Araújo.
Ela informa que são avaliados cerca de quatro a cinco municípios por semana. Com isso, o resultado final deverá ser concluído até o início de novembro. A avaliação é realizada “in loco”, sendo verificados os prejuízos econômicos, sociais, humanos, materiais e ambientais, também como a situação e capacidade de armazenamento dos recursos hídricos. “Também não é somente para dimensionar a necessidade de carros-pipas, mas levantar as potencialidades de fortalecimento de recursos hídricos, obras de infra-estrutura e apontar alternativas viáveis para que a política de abastecimento de carros-pipas seja eliminada”, diz Ioneide.
A assessora técnica acredita que mais municípios irão entrar com decreto de situação de emergência na Defesa Civil, em decorrência do fim do período de chuvas no Interior. “Ano passado tivemos muito mais municípios em situação de emergência porque a quadra chuvosa foi muito mal distribuída. Este ano foi bastante acima da média e também já começou o período da estiagem”, completa. Para Ioneide, os momentos sem chuva no Estado comprometem o trabalho dos agricultores, nas atividades de cultivo, bem como os moradores em geral.
Dos 131 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 21 deles encontram-se com nível de capacidade de armazenamento inferior a 50%. No entanto, o nível crítico está relacionado aos açudes que possuem reserva igual ou menor que 30%, como os reservatórios Cedro, Pedra Branca e Pirabibu, na Bacia do Banabuiú, com 6,5%, 26,1% e 8,8%, respectivamente. Outros açudes, como Martinóple, Bonito, Farias de Sousa, Amanary, Pompeu Sobrinho, Caracas e Sousa também se encontram na mesma situação.
De acordo com o presidente da Cogerh, Francisco José Coelho Teixeira, somente quando um açude atinge um nível de armazenamento inferior a 30% de sua capacidade, é que deve-se pensar, cautelosamente, em um gerenciamento hídrico com maior atenção. “Isso acontece todos os anos. Nos açudes de menor porte há uma variação muito grande. Eles tanto são fáceis de encher, como são fáceis de secar quando encerrado o período de chuva. Nós buscamos liberar água como racionalidade para que o reservatório não entre em colapso”, diz.
Francisco Teixeira cita, ainda, a situação dos açudes Cedro, em Quixadá; e Farias de Sousa, em Nova Russas. Os dois reservatórios estão com a capacidade comprometida e encontram-se inviáveis para o abastecimento humano. “Nossa meta é cortar a demanda agrícola e priorizar o abastecimento humano.”, afirma ele.
Os reservatórios integrantes das 11 bacias hídricas monitoradas pela Cogerh, formada por 131 açudes, indicam armazenamento de 76,4% da reserva geral, o equivalente a 13 bilhões de metros cúbicos de água no total.
Água armazenada
Conforme a Defesa Civil, a quantidade de municípios que decretaram situação de emergência está menor em comparação ao mesmo período do ano passado (140). Neste ano, 52 cidades entraram com decreto, sendo apenas 39 reconhecidas e homologadas pelo Governo do Estado.
Os municípios restantes serão avaliados pela Defesa Civil. No boletim disponível no site da Coordenadoria de Defesa Civil, as principais causas dos decretos são enchentes, seguidos de estiagem, abalos sísmicos e erosão marinha.
Municípios em situação de emergência
De acordo com o relatório divulgado pela Defesa Civil do Estado, existem 52 municípios que decretaram situação de emergência, seja por enchentes, abalos sísmicos, alagamentos e perda de safra. São eles: Aurora, Alto Santo, Araripe, Banabuiú, Barro, Bela Cruz, Brejo Santo, Caucaia, Caririaçu, Cariús, Cedro, Choró, Crateús, Crato, Hidrolândia, Icó, Iguatu, Independência, Ipaporanga, Itapipoca, Itatira, Itapajé, Jaguaribe, Jati, Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Mauriti, Meruoca, Milhã, Missão Velha, Mombaça, Morada Nova, Nova Olinda, Novo Oriente, Ocara, Orós, Pacujá, Parambu, Pentecoste, Penaforte, Porteiras, Quixadá, Quiterianópolis, Quixelô, Quixeramobim, Santa Quitéria, Tabuleiro do Norte, Tauá, Tejuçuoca, Tianguá, Uruoca e Ubajara. Deste total, apenas 13 cidades são abastecidas pelos carros-pipas no Interior. A operação é realizada e coordenada pelo Exército.
Diário do Nordeste
13 municípios do Ceará serão prioridade em cerco contra o desmonte
Promotores e funcionários do Tribunal de Contas dos Municípios se reuniram na Associação Cearense do Ministério Público para traçar estratégias de combate ao desmonte na troca de comando em prefeituras
Dos 53 municípios onde potencialmente pode haver desmonte, 13 serão prioridade para as primeiras visitas das equipes formadas por técnicos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e do Ministério Público Estadual (MPE). Ontem, promotores e funcionários do TCM reuniram-se na sede da Associação Cearense do Ministério Público para traçar estratégias no intuito de minimizar a dilapidação do patrimônio das prefeituras do Interior durante a transição do poder municipal do atual gestor para aquele que assumirá em 1º de janeiro de 2009.
"Nós estabelecemos uma matriz de risco. Desses 53 (municípios), tiramos uma lista de 13 que estamos classificando como 'alto risco'. São aqueles municípios que, além de não terem eleito os sucessores, não estão prestando contas com o TCM", explicou o presidente do tribunal, Ernesto Saboia. Ele garantiu, porém, que todos as 53 cidades serão visitadas pelas quatro equipes do TCM e do MPE até o fim do ano.
Cada equipe será formada por cinco ou seis profissionais. De acordo com Leilyanne Feitosa, representante do MPE no TCM, na próxima sexta-feira os coordenadores do grupo que comandarão a operação contra o desmonte no Interior irão se reunir na Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), às 9 horas. Segundo ela, a cada semana quatro cidades serão fiscalizadas ao mesmo tempo.
As primeiras devem ser Palmácia e Guaramiranga, de acordo com Leilyanne. As outras duas cidades que também serão investigadas na semana que vem serão escolhidas na próxima sexta-feira. "Vai depender do porte do município", declarou. Leilyanne disse que as investigações serão estendidas às câmaras municipais. "Legislativo também é fundamental", observou. Ela adiantou que três promotores já pediram uma reunião mais específica para seus casos: Caucaia, Acopiara e São Luís do Curu. "Cada município tem aquela pedra no sapato".
Exemplos
Casos de desmonte não faltaram na reunião de ontem, fechada para a imprensa. De acordo com o coordenador da Procap, Maurício Carneiro, promotores contaram suas experiências e o TCM fez explanações.
O MPE já começou a atuar em Caucaia. Em entrevista, o promotor Ricardo Rocha explicou que a prefeitura tem até a próxima quinta-feira para entregá-lo um plano de transição. Em Saboeiro, o promotor Daniel Isídio detectou problema de expediente. "Já constatei que o horário de funcionamento da prefeitura foi reduzido. Abre às 8 horas e fecha às 10h30min", contou. Ele adiantou que pedirá explicações oficialmente sobre o horário do funcionamento da administração.
O POVO telefonou para a Prefeitura de Saboeiro na tarde de ontem. Um funcionário que se identificou como Iranildo disse que a prefeitura funcionava, diariamente, até o meio-dia. Ele informou que só seria possível falar com a prefeita Maria de Fátima Araújo Diógenes na manhã de hoje, quando ela estaria no gabinete. Na casa dela ninguém atendeu.
MUNICÍPIOS PRIORITÁRIOS
Aurora, Canindé, Groaíras, Guaramiranga, Ibaretama, Ipu,
Itapajé, Morada Nova, Palmácia, Pindoretama, Potiretama, Santana do Acaraú e São Luís do Curu.
Outros municípios
Acaraú, Aquiraz, Araripe, Aratuba, Arneiroz, Barbalha, Barroquinha, Baturité, Bela Cruz, Boa Viagem, Brejo Santo, Capistrano, Caridade, Cariré, Caucaia, Chaval, Choró, Chorozinho, Crateús, Fortim, Ibiapina, Ibicuitinga, Ipaumirim, Jaguaretama, Jaguaribara, Jijoca de Jericoacoara, Juazeiro do Norte*, Marco, Monsenhor Tabosa, Moraújo, Morrinhos, Mulungu, Nova Russas, Pacujá, Penaforte, Saboeiro, São Benedito, Senador Sá, Tururu e Varjota.
* O atual prefeito Raimundo Macedo (PSDB) rompeu com seu partido e apoiou o eleito Manoel Santana (PT). Os dois já foram inimigos políticos em Juazeiro do Norte.
Desmonte é a dilapidação do patrimônio público. Exemplos: sucateamento de veículos, atraso de pagamento dos servidores e apropriação indevida de bens da prefeitura.
De acordo com o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Ernesto Saboia, dos 66 gestores investigados em 2004 por desmonte, 19 foram candidatos neste ano. Somente dois se elegeram: Fernando Assef (PSDB), em Boa Viagem, e Francisco Júnior Lopes Tavares (PSDB), em Caridade.
Jornal O Povo
Dos 53 municípios onde potencialmente pode haver desmonte, 13 serão prioridade para as primeiras visitas das equipes formadas por técnicos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e do Ministério Público Estadual (MPE). Ontem, promotores e funcionários do TCM reuniram-se na sede da Associação Cearense do Ministério Público para traçar estratégias no intuito de minimizar a dilapidação do patrimônio das prefeituras do Interior durante a transição do poder municipal do atual gestor para aquele que assumirá em 1º de janeiro de 2009.
"Nós estabelecemos uma matriz de risco. Desses 53 (municípios), tiramos uma lista de 13 que estamos classificando como 'alto risco'. São aqueles municípios que, além de não terem eleito os sucessores, não estão prestando contas com o TCM", explicou o presidente do tribunal, Ernesto Saboia. Ele garantiu, porém, que todos as 53 cidades serão visitadas pelas quatro equipes do TCM e do MPE até o fim do ano.
Cada equipe será formada por cinco ou seis profissionais. De acordo com Leilyanne Feitosa, representante do MPE no TCM, na próxima sexta-feira os coordenadores do grupo que comandarão a operação contra o desmonte no Interior irão se reunir na Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), às 9 horas. Segundo ela, a cada semana quatro cidades serão fiscalizadas ao mesmo tempo.
As primeiras devem ser Palmácia e Guaramiranga, de acordo com Leilyanne. As outras duas cidades que também serão investigadas na semana que vem serão escolhidas na próxima sexta-feira. "Vai depender do porte do município", declarou. Leilyanne disse que as investigações serão estendidas às câmaras municipais. "Legislativo também é fundamental", observou. Ela adiantou que três promotores já pediram uma reunião mais específica para seus casos: Caucaia, Acopiara e São Luís do Curu. "Cada município tem aquela pedra no sapato".
Exemplos
Casos de desmonte não faltaram na reunião de ontem, fechada para a imprensa. De acordo com o coordenador da Procap, Maurício Carneiro, promotores contaram suas experiências e o TCM fez explanações.
O MPE já começou a atuar em Caucaia. Em entrevista, o promotor Ricardo Rocha explicou que a prefeitura tem até a próxima quinta-feira para entregá-lo um plano de transição. Em Saboeiro, o promotor Daniel Isídio detectou problema de expediente. "Já constatei que o horário de funcionamento da prefeitura foi reduzido. Abre às 8 horas e fecha às 10h30min", contou. Ele adiantou que pedirá explicações oficialmente sobre o horário do funcionamento da administração.
O POVO telefonou para a Prefeitura de Saboeiro na tarde de ontem. Um funcionário que se identificou como Iranildo disse que a prefeitura funcionava, diariamente, até o meio-dia. Ele informou que só seria possível falar com a prefeita Maria de Fátima Araújo Diógenes na manhã de hoje, quando ela estaria no gabinete. Na casa dela ninguém atendeu.
MUNICÍPIOS PRIORITÁRIOS
Aurora, Canindé, Groaíras, Guaramiranga, Ibaretama, Ipu,
Itapajé, Morada Nova, Palmácia, Pindoretama, Potiretama, Santana do Acaraú e São Luís do Curu.
Outros municípios
Acaraú, Aquiraz, Araripe, Aratuba, Arneiroz, Barbalha, Barroquinha, Baturité, Bela Cruz, Boa Viagem, Brejo Santo, Capistrano, Caridade, Cariré, Caucaia, Chaval, Choró, Chorozinho, Crateús, Fortim, Ibiapina, Ibicuitinga, Ipaumirim, Jaguaretama, Jaguaribara, Jijoca de Jericoacoara, Juazeiro do Norte*, Marco, Monsenhor Tabosa, Moraújo, Morrinhos, Mulungu, Nova Russas, Pacujá, Penaforte, Saboeiro, São Benedito, Senador Sá, Tururu e Varjota.
* O atual prefeito Raimundo Macedo (PSDB) rompeu com seu partido e apoiou o eleito Manoel Santana (PT). Os dois já foram inimigos políticos em Juazeiro do Norte.
Desmonte é a dilapidação do patrimônio público. Exemplos: sucateamento de veículos, atraso de pagamento dos servidores e apropriação indevida de bens da prefeitura.
De acordo com o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Ernesto Saboia, dos 66 gestores investigados em 2004 por desmonte, 19 foram candidatos neste ano. Somente dois se elegeram: Fernando Assef (PSDB), em Boa Viagem, e Francisco Júnior Lopes Tavares (PSDB), em Caridade.
Jornal O Povo
Sem acordo, greve dos bancários continua
Após adiamentos, bancos não apresentam nova proposta. Categoria realiza, hoje, passeata na Praça do Ferreira
Os bancários cearenses entram, hoje, no 14º dia de paralisação sem perspectiva de acordo com os bancos. Após uma série de adiamentos da rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na manhã e na tarde de ontem, a categoria decidiu, durante assembléia, manter a greve por ampla maioria de votos. E à noite, com o anúncio de que a Fenaban não havia apresentado nenhuma nova proposta, a expectativa é de que a paralisação continue até, no mínimo, amanhã.
‘‘Decidimos dar continuidade à paralisação diante da falta de proposta por parte da Fenaban. Estamos sentindo muita dificuldade em abrir um canal de negociação com os bancos por conta da demora, pois a próxima negociação nacional foi marcada para as 18 horas de amanhã [hoje], quando também ocorre grande parte das assembléias estaduais. E mesmo que seja apresentada uma nova proposta, a categoria só poderá decidir finalizar ou não a greve na próxima quarta-feira’’, explica o presidente do sindicato, Marcos Saraiva.
O Sindicato dos Bancários planeja, durante todo o dia, reforçar os piquetes em frente às agências bancárias oficiais como forma de fortalecer o movimento. Também está prevista uma manifestação da categoria a partir das 16h, saindo da Praça do Ferreira até a sede do sindicato, na Rua 24 de Maio.
Os bancários pedem 13,23% de aumento, sendo 7% equivalente à inflação entre agosto de 2007 e de 2008 e o restante de ganho real. Além disso, os bancários reivindicam auxílio-creche e vale-alimentação de R$ 415, além de vale-refeição de R$ 17,50 por dia.
Segundo dados do Sindicato dos Bancários do Ceará, 63,12% da categoria aderiu à greve, o que corresponde a 4.603 dos 7.292 funcionários de bancos. Das 417 agências existentes no Estado, 248 estão sem funcionar, o que corresponde a 59,47% do total. Apenas quatro agências funcionam parcialmente, enquanto as 165 restantes estão com atendimento normal.
A paralisação impede que operações como recebimento de contas, depósitos, abertura e fechamento de contas sejam realizados. Muitos clientes precisam recorrer a supermercados, farmácias e casas lotéricas para fazer o pagamento em dia. Mas de acordo com o advogado da Associação Cearense de Bancos (Abance), Lúcio Paiva, a principal preocupação é com a falta de depósitos bancários e a crescente demanda por saques, que podem ser realizados no caixa eletrônico, gerando prejuízos principalmente para os bancos públicos.
Lúcio Paiva espera que a situação seja resolvida antes que seja decretado dissídio coletivo e o Ministério Público do Trabalho (MPT) tenha que intervir para chegar a um acordo. ‘‘Há 20 anos o sistema bancário não sofre dissídio coletivo. Esperamos que haja bom senso entre as partes e em 48 horas se chegue a um acordo’’.
Diário do Nordeste
Os bancários cearenses entram, hoje, no 14º dia de paralisação sem perspectiva de acordo com os bancos. Após uma série de adiamentos da rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na manhã e na tarde de ontem, a categoria decidiu, durante assembléia, manter a greve por ampla maioria de votos. E à noite, com o anúncio de que a Fenaban não havia apresentado nenhuma nova proposta, a expectativa é de que a paralisação continue até, no mínimo, amanhã.
‘‘Decidimos dar continuidade à paralisação diante da falta de proposta por parte da Fenaban. Estamos sentindo muita dificuldade em abrir um canal de negociação com os bancos por conta da demora, pois a próxima negociação nacional foi marcada para as 18 horas de amanhã [hoje], quando também ocorre grande parte das assembléias estaduais. E mesmo que seja apresentada uma nova proposta, a categoria só poderá decidir finalizar ou não a greve na próxima quarta-feira’’, explica o presidente do sindicato, Marcos Saraiva.
O Sindicato dos Bancários planeja, durante todo o dia, reforçar os piquetes em frente às agências bancárias oficiais como forma de fortalecer o movimento. Também está prevista uma manifestação da categoria a partir das 16h, saindo da Praça do Ferreira até a sede do sindicato, na Rua 24 de Maio.
Os bancários pedem 13,23% de aumento, sendo 7% equivalente à inflação entre agosto de 2007 e de 2008 e o restante de ganho real. Além disso, os bancários reivindicam auxílio-creche e vale-alimentação de R$ 415, além de vale-refeição de R$ 17,50 por dia.
Segundo dados do Sindicato dos Bancários do Ceará, 63,12% da categoria aderiu à greve, o que corresponde a 4.603 dos 7.292 funcionários de bancos. Das 417 agências existentes no Estado, 248 estão sem funcionar, o que corresponde a 59,47% do total. Apenas quatro agências funcionam parcialmente, enquanto as 165 restantes estão com atendimento normal.
A paralisação impede que operações como recebimento de contas, depósitos, abertura e fechamento de contas sejam realizados. Muitos clientes precisam recorrer a supermercados, farmácias e casas lotéricas para fazer o pagamento em dia. Mas de acordo com o advogado da Associação Cearense de Bancos (Abance), Lúcio Paiva, a principal preocupação é com a falta de depósitos bancários e a crescente demanda por saques, que podem ser realizados no caixa eletrônico, gerando prejuízos principalmente para os bancos públicos.
Lúcio Paiva espera que a situação seja resolvida antes que seja decretado dissídio coletivo e o Ministério Público do Trabalho (MPT) tenha que intervir para chegar a um acordo. ‘‘Há 20 anos o sistema bancário não sofre dissídio coletivo. Esperamos que haja bom senso entre as partes e em 48 horas se chegue a um acordo’’.
Diário do Nordeste
Nós, os comunistas
Comunistas nós somos porque,
os pés solidamente plantados no dia de hoje,
sondamos do futuro a noite densa
somamos o presente de viver.
Comunistas nós somos porque
ouvimos a classe que murmura
com os sem-vozes lançados ao ataque
formamos uma massa unida como um só e que canta.
Comunistas nós somos porque,
andando sobre a praia nua
quando já sobe o ruído da maré
nós seguimos, desprezando o refúgio.
Comunista nós somos porque,
pesando com justiça os mais e os menos,
sabemos recuar, batalhar na retaguarda,
e partir novamente para a luta.
Maiakovski
os pés solidamente plantados no dia de hoje,
sondamos do futuro a noite densa
somamos o presente de viver.
Comunistas nós somos porque
ouvimos a classe que murmura
com os sem-vozes lançados ao ataque
formamos uma massa unida como um só e que canta.
Comunistas nós somos porque,
andando sobre a praia nua
quando já sobe o ruído da maré
nós seguimos, desprezando o refúgio.
Comunista nós somos porque,
pesando com justiça os mais e os menos,
sabemos recuar, batalhar na retaguarda,
e partir novamente para a luta.
Maiakovski
Cais do Porto e Karine Cunha no Sesc Crato
Nesta quinta-feira, dia 23, a partir das 20 horas, auditório do Sesc Crato
Pela primeira vez a cidade do Crato receberá a cantora e compositora gaúcha, Karine Cunha. Selecionada pelo edital do Banco do Nordeste, ela vem ao Cariri apresentar o show Epahei! No repertório composições próprias, na sua maioria gravadas no seu mais recente CD, segundo da carreira que já no título faz uma homenagem a cultura afro-brasileira: Epahei! É o grito de Iansã no idioma yorubá, saudação a deusa dos ventos e tempestades. Nas letras, Karine exalta a figura do negro, explora as lendas dos orixás, deuses africanos muito conhecidos no Brasil como Iemanjá, Ogum (São Jorge pelo sincretismo), entre outros. Mas também há canções que falam de amor como Fascinio de Luna, um bolero estilizado com letra em espanhol; Viração, que traz um ritmo muito conhecido no Sul do país o chamamé mas tocado no cavaquinho, o que faz dele algo ainda mais inusitado. Também no repertório poemas musicados e entre eles “Por Gentileza” do cearense Alan Mendonça, com quem Karine já tem mais de dez parcerias e “Bilhete” poema do gaúcho Mario Quintana.
Haverá na oportunidade performance poética do Cais do Porto.
Pela primeira vez a cidade do Crato receberá a cantora e compositora gaúcha, Karine Cunha. Selecionada pelo edital do Banco do Nordeste, ela vem ao Cariri apresentar o show Epahei! No repertório composições próprias, na sua maioria gravadas no seu mais recente CD, segundo da carreira que já no título faz uma homenagem a cultura afro-brasileira: Epahei! É o grito de Iansã no idioma yorubá, saudação a deusa dos ventos e tempestades. Nas letras, Karine exalta a figura do negro, explora as lendas dos orixás, deuses africanos muito conhecidos no Brasil como Iemanjá, Ogum (São Jorge pelo sincretismo), entre outros. Mas também há canções que falam de amor como Fascinio de Luna, um bolero estilizado com letra em espanhol; Viração, que traz um ritmo muito conhecido no Sul do país o chamamé mas tocado no cavaquinho, o que faz dele algo ainda mais inusitado. Também no repertório poemas musicados e entre eles “Por Gentileza” do cearense Alan Mendonça, com quem Karine já tem mais de dez parcerias e “Bilhete” poema do gaúcho Mario Quintana.
Haverá na oportunidade performance poética do Cais do Porto.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Alexandre Pilati: Com Cuba
Com Cuba digo qualquer palavra
meu nome meu coração
são són Malecón Martí
Digo minha mãe América
minha espada escrevo a carvão
Como qualquer paixão calada
qualquer prisão alada digo
Cuba
E caminho e abro caminhos
no magma do meu peito
mais e mais latino-americano
Com Cuba escrevo rima e guerrilha
ilha ímã poema irmã o sorriso
de minha filha
digo e descubro
com Cuba
Saio do pouco que sou
entre trânsito e aviões
vitrines e aleijões
inflamações subcutâneas
bolsas e bolsões de mísera vida
Mesmices minhas
minhas trovas
esqueço
E digo tanto, tanto com Cuba...
Outras vogais inconsonâncias
com Cuba
Ponte sobre o horizonte
mais homem sou
Com Cuba
Pedintes putas professores
presidentes estudantes
engraxates barítonos
Tudo isso quero ser com Cuba
onda do mar imensa com Cuba
Com Cuba a que nunca fui
mas que é tudo aquilo
que é Cuba em mim
inflo dentes
Meus dentes de crocodilo verde
e masco neon juros perdas e danos
anéis de doutor e jeans
Masco e rumino o cheiro da gente
das frutas que apodrecem
das abelhas que firmam no céu
a utopia de um mel vermelho vermelho
Como Cuba
Desabrocho talheres
a modo de anzol e foice
a rasgar o céu da boca
de outra possível vida – ida
Com Cuba
Com Cuba outro sol
mais colorido que mais queima
mais cheio de nervos de luzes pontiagudas
Meus olhos negros meu amor
com Cuba
por séculos e séculos
Até quando nem preciso for
com Cuba
Agarrarei teus cabelos de sal
E irei mundo a mil
Com Cuba
e seus orixás
a milhas e milhas daqui
Grega alexandrina mínima guevariana
pobre fidel isla bloqueada
- É esta a música, amigo
Com ela sou teu mais companheiro
intransitivamente
Com Cuba
A todo tempo de todo dia
com Cuba
Até que a vitória vingue
ou vire sonho
Com Cuba sempre
Com Cuba
Nota
Muito embora a mídia convencional chafurde na “crise” financeira do capital especulativo, outros acontecimentos no mundo chamam a nossa atenção e convocam a nossa participação. Vários irmãos cubanos sofrem com o embargo criminoso ao seu país, situação esta que se agravou devido a catástrofes naturais ocorridas no último mês de setembro. Alimentação, produção, saúde, tudo precariza-se ainda mais devido a terríveis acontecimentos neste pequeno país que sustentou sozinho, durante muito tempo, a chama de combate por uma sociedade mais viva, mais humana, menos perversa. Nós artistas, intelectuais, povo de bem do mundo inteiro somos convocados. É nosso dever ajudar. A nossos irmãos cubanos devemos muito. Em Brasília, a Embaixada de Cuba e o Nescuba da UnB estão recebendo apoio e doações ao país. Para entrar em contato e saber como ajudar, acesse: http://www.unb.br/ceam/nescuba/ e entre em contato.
--------------------------------------------------------------------------------
Alexandre Pilati, é membro do PCdoB-DF, escritor e doutor em literatura brasileira pela UnB. É autor do livro de poemas Prafóra (7letras, 2007).
meu nome meu coração
são són Malecón Martí
Digo minha mãe América
minha espada escrevo a carvão
Como qualquer paixão calada
qualquer prisão alada digo
Cuba
E caminho e abro caminhos
no magma do meu peito
mais e mais latino-americano
Com Cuba escrevo rima e guerrilha
ilha ímã poema irmã o sorriso
de minha filha
digo e descubro
com Cuba
Saio do pouco que sou
entre trânsito e aviões
vitrines e aleijões
inflamações subcutâneas
bolsas e bolsões de mísera vida
Mesmices minhas
minhas trovas
esqueço
E digo tanto, tanto com Cuba...
Outras vogais inconsonâncias
com Cuba
Ponte sobre o horizonte
mais homem sou
Com Cuba
Pedintes putas professores
presidentes estudantes
engraxates barítonos
Tudo isso quero ser com Cuba
onda do mar imensa com Cuba
Com Cuba a que nunca fui
mas que é tudo aquilo
que é Cuba em mim
inflo dentes
Meus dentes de crocodilo verde
e masco neon juros perdas e danos
anéis de doutor e jeans
Masco e rumino o cheiro da gente
das frutas que apodrecem
das abelhas que firmam no céu
a utopia de um mel vermelho vermelho
Como Cuba
Desabrocho talheres
a modo de anzol e foice
a rasgar o céu da boca
de outra possível vida – ida
Com Cuba
Com Cuba outro sol
mais colorido que mais queima
mais cheio de nervos de luzes pontiagudas
Meus olhos negros meu amor
com Cuba
por séculos e séculos
Até quando nem preciso for
com Cuba
Agarrarei teus cabelos de sal
E irei mundo a mil
Com Cuba
e seus orixás
a milhas e milhas daqui
Grega alexandrina mínima guevariana
pobre fidel isla bloqueada
- É esta a música, amigo
Com ela sou teu mais companheiro
intransitivamente
Com Cuba
A todo tempo de todo dia
com Cuba
Até que a vitória vingue
ou vire sonho
Com Cuba sempre
Com Cuba
Nota
Muito embora a mídia convencional chafurde na “crise” financeira do capital especulativo, outros acontecimentos no mundo chamam a nossa atenção e convocam a nossa participação. Vários irmãos cubanos sofrem com o embargo criminoso ao seu país, situação esta que se agravou devido a catástrofes naturais ocorridas no último mês de setembro. Alimentação, produção, saúde, tudo precariza-se ainda mais devido a terríveis acontecimentos neste pequeno país que sustentou sozinho, durante muito tempo, a chama de combate por uma sociedade mais viva, mais humana, menos perversa. Nós artistas, intelectuais, povo de bem do mundo inteiro somos convocados. É nosso dever ajudar. A nossos irmãos cubanos devemos muito. Em Brasília, a Embaixada de Cuba e o Nescuba da UnB estão recebendo apoio e doações ao país. Para entrar em contato e saber como ajudar, acesse: http://www.unb.br/ceam/nescuba/ e entre em contato.
--------------------------------------------------------------------------------
Alexandre Pilati, é membro do PCdoB-DF, escritor e doutor em literatura brasileira pela UnB. É autor do livro de poemas Prafóra (7letras, 2007).
João Paulo da Silva: por que 'Vidas Secas' ainda vive
“Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente, andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala.”
Por João Paulo da Silva, no Site do MST
Assim começa o romance que conta a história de cinco personagens na luta pela sobrevivência. Fabiano, Sinhá Vitória, menino mais velho, menino mais novo e a cadela Baleia são cinco almas que se confundem com milhares de tantas outras espalhadas pelo Nordeste brasileiro. Um importante objetivo os une: fugir da estiagem em busca de sustento.
Em 2008, Vidas Secas, do escritor alagoano Graciliano Ramos, completa 70 anos de sua primeira edição. A narrativa alcançou tanto prestígio que chegou a ser traduzida para francês, inglês, italiano, russo, tcheco, polonês, alemão, espanhol, húngaro, búlgaro, romeno, finlandês e holandês. A força da obra conferiu a Graciliano reconhecimento internacional, seja pela abordagem sociopolítica, seja pela profundidade psicológica. Em 1963, o romance ganhou uma excelente adaptação para o cinema, assinada pelo diretor Nelson Pereira dos Santos.
Vidas Secas mostra uma história que continua latejando na literatura brasileira, como uma ferida aberta pela miséria e pela seca no sertão nordestino.
O auge do regionalismo
O romance que narra a jornada de uma família de retirantes é considerado a obra mais representativa do regionalismo do século 20. A luta desumana dos fugitivos da seca, viajando para o sul na tentativa de escapar dos rigores do sertão, é o retrato mais brutal das desgraças a que estão submetidos muitos nordestinos.
Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos, seguidos pela cachorra Baleia, vagam de fazenda em fazenda, percorrendo quilômetros de terra rachada, em busca de um pedaço de chão que lhes dê o que comer. São criaturas jogadas ao extremo da miséria, vestem-se com roupas sujas e rasgadas, não possuem casa, comida, saúde nem futuro. Como se já não fossem muitas as adversidades, os retirantes ainda sofrem com a prepotência do fazendeiro enganador e com as injustiças de uma estrutura sociopolítica decadente.
Vidas Secas, narrado em terceira pessoa, é o ponto máximo do período que ficou conhecido na literatura brasileira como a “Geração do romance de 1930”. Nessa época, nossa prosa de ficção ganhou uma nova força criadora, nos colocando em contato com um Brasil pouco conhecido. Através de escritores como José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, Érico Veríssimo e Graciliano Ramos, a literatura mostrou o homem alicerçado em cada uma das diversas estruturas sócio-econômicas do país.
Entretanto, quase sempre num confronto desigual com o mundo que o cercava. Além de pôr no centro da produção ficcional aqueles que antes eram figurantes, o romance regional da segunda fase modernista trouxe também outra roupagem cultural e estética, apresentando os canaviais, as caatingas da seca e do cangaço, as terras do cacau, do fumo e das fronteiras gaúchas.
Crítica social e análise psicológica
Graciliano Ramos não só desnudou as incongruências sociais do sertão nordestino como também revelou o íntimo de seus personagens. Em Vidas Secas, Graciliano demonstra o estrago que a vida de privações provoca na maneira como suas criaturas vêem o mundo, os bichos e as coisas. Com habilidade, o escritor alagoano faz uma profunda análise psicológica, buscando sempre investigar o homem e seus dramas individuais. Os sonhos, as angústias, os desejos.
É como se cada um tivesse seu momento no divã. Tudo vem à tona de modo retalhado, mas sempre deixando clara a condição de impotência dos personagens diante do mundo e de si mesmos. Fabiano e sua família representam figuras que existem aos milhares. Entretanto, surgem constantemente presas a uma solidão de náufragos. Num clima de tensão e agonia, Graciliano disseca as dores dos condenados do sertão, mostrando quão embrutecidos ficam os homens diante de um mundo que lhes nega tudo.
De certa forma, mesmo que instintivamente, as criaturas de Vidas Secas têm consciência de que sobrevivem numa sociedade injusta. Isso fica claro na passagem em que Fabiano é preso – sem razão alguma – pelo soldado amarelo, representação do Estado Novo fascista de Getúlio Vargas.
Em discurso indireto livre, o escritor revela as reflexões feitas por Fabiano na prisão. “Por que tinham feito aquilo? Era o que não podia saber. Pessoa de bons costumes, sim senhor, nunca fora preso. De repente um fuzuê sem motivo. Achava-se tão perturbado que nem acreditava naquela desgraça. Tinham-lhe caído todos em cima, de supetão, como uns condenados. Assim um homem não podia resistir”.
A situação subumana de vida dos retirantes explica a importância dada a sonhos aparentemente tão banais. É o caso, por exemplo, de Sinhá Vitória, que deseja profundamente uma cama de lastro de couro, onde possa dormir como gente de verdade. Para ela, uma cama talvez redimisse a condenação de uma existência miserável.
Há também, em Graciliano, a inocência fazendo descobertas cruéis. Quando o menino mais velho ouve da mãe a palavra inferno, procura saber seu significado. Como resposta, recebe, primeiramente, uma definição vaga. “É um lugar ruim, quente”. Depois, insistindo em descobrir como a mãe sabia que o lugar era assim, acaba recebendo um cascudo. Chorando, vai se consolar com a cachorra Baleia. Neste momento, por meio de uma associação simples, faz sua descoberta cruel. O inferno é ruim e quente, assim como o lugar em que ele e a família vivem. Ali, portanto, era o inferno.
Uma parte do mundo em Vidas Secas é apresentada através da aridez do meio e da dureza da vida, mas é apenas a partir do aprofundamento psicológico das personagens que Graciliano consegue dar densidade à obra.
“Você é um bicho, Fabiano”
O ponto de ligação entre todos os personagens é a luta pela sobrevivência. A conseqüência disso é a constante repetição da palavra bicho na obra. As condições desumanas de vida colocam no mesmo nível pessoas e animais. Fabiano e sua família não dominam a linguagem verbal. Embrutecidos, falam pouco e se comunicam mais por grunhidos e outros sons, assim como os bichos. O próprio Fabiano, orgulhoso de ter sido capaz de vencer as dificuldades, conclui: “Você é um bicho, Fabiano”.
Outro exemplo da condição animal das personagens é o fato de os filhos do casal não possuírem nomes. São, simplesmente, chamados de menino mais velho e menino mais novo. Na mesma proporção em que Graciliano animaliza as pessoas em sua obra, o autor também humaniza os bichos. A cachorra que acompanha os retirantes é tratada como gente, possui nome (algo que os meninos não têm!) e até sonhos próprios. Baleia vivia a sonhar com um céu repleto de preás. O animal só foi sacrificado por Fabiano porque estava doente, o que poderia atrapalhar a caminhada da família.
O universo apresentado por Graciliano Ramos é envolvido por enredos que abordam a seca, o latifúndio, o drama dos retirantes, a caatinga. As vidas secas que habitam o romance são seres oprimidos, fabricados pelo meio. Não em sua obra a idealização do Nordeste. Talvez por isso, por não apresentar uma felicidade inexistente, tenha sido muitas vezes chamado de pessimista. Para o autor, a única saída seria mudar as estruturas e o sistema que geraram os sofrimentos de suas personagens.
Seco como um mandacaru
O poeta modernista Oswald de Andrade costumava dizer que Graciliano Ramos era um “mandacaru escrevendo”. O estilo do autor alagoano era seco como o sertão que retratou em suas obras. Seu texto enxuto e conciso, construído com períodos curtos, pouca adjetivação, sem enfeites e destacando a importância de verbos e substantivos, era a prova de que a linguagem sintética havia encontrado alguém sem adornos inúteis.
O próprio Graciliano revelou sua preferência pelo estilo duro e rigoroso quando afirmou: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. Uma parte de sua obra pode ser classificada como autobiográfica – Infância e Memórias do Cárcere. Outra é inspirada em fatos e situações das quais ele mesmo foi testemunha viva – São Bernardo e Vidas Secas.
Nascido em Quebrangulo, Alagoas, em 27 de outubro de 1892, fez apenas os estudos secundários em Maceió, jamais cursando uma faculdade. Morou no Rio de Janeiro, onde trabalhou como jornalista, e em Palmeira dos Índios, cidade da qual foi prefeito. Estreou tarde na literatura, aos 34 anos, publicando Caetés e chegou a dirigir em Maceió a Imprensa Oficial e a Instrução Pública. Em março de 1936, foi preso sob a acusação de participar da Intentona Comunista.
As humilhações e as dores sofridas na prisão, resultaram no livro Memórias do Cárcere. Com o fim da ditadura de Vargas, em 1945, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, convidado pelo próprio Luis Carlos Prestes. Em 1952, viajou para o Leste Europeu, com a intenção de ver de perto os rumos que a União Soviética tomava. Não gostou do que estava sendo feito. No ano seguinte, em 20 de março, aos 60 anos, perdeu uma guerra importante: a do câncer de pulmão.
Fonte: www.vermelho.org.br
Por João Paulo da Silva, no Site do MST
Assim começa o romance que conta a história de cinco personagens na luta pela sobrevivência. Fabiano, Sinhá Vitória, menino mais velho, menino mais novo e a cadela Baleia são cinco almas que se confundem com milhares de tantas outras espalhadas pelo Nordeste brasileiro. Um importante objetivo os une: fugir da estiagem em busca de sustento.
Em 2008, Vidas Secas, do escritor alagoano Graciliano Ramos, completa 70 anos de sua primeira edição. A narrativa alcançou tanto prestígio que chegou a ser traduzida para francês, inglês, italiano, russo, tcheco, polonês, alemão, espanhol, húngaro, búlgaro, romeno, finlandês e holandês. A força da obra conferiu a Graciliano reconhecimento internacional, seja pela abordagem sociopolítica, seja pela profundidade psicológica. Em 1963, o romance ganhou uma excelente adaptação para o cinema, assinada pelo diretor Nelson Pereira dos Santos.
Vidas Secas mostra uma história que continua latejando na literatura brasileira, como uma ferida aberta pela miséria e pela seca no sertão nordestino.
O auge do regionalismo
O romance que narra a jornada de uma família de retirantes é considerado a obra mais representativa do regionalismo do século 20. A luta desumana dos fugitivos da seca, viajando para o sul na tentativa de escapar dos rigores do sertão, é o retrato mais brutal das desgraças a que estão submetidos muitos nordestinos.
Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos, seguidos pela cachorra Baleia, vagam de fazenda em fazenda, percorrendo quilômetros de terra rachada, em busca de um pedaço de chão que lhes dê o que comer. São criaturas jogadas ao extremo da miséria, vestem-se com roupas sujas e rasgadas, não possuem casa, comida, saúde nem futuro. Como se já não fossem muitas as adversidades, os retirantes ainda sofrem com a prepotência do fazendeiro enganador e com as injustiças de uma estrutura sociopolítica decadente.
Vidas Secas, narrado em terceira pessoa, é o ponto máximo do período que ficou conhecido na literatura brasileira como a “Geração do romance de 1930”. Nessa época, nossa prosa de ficção ganhou uma nova força criadora, nos colocando em contato com um Brasil pouco conhecido. Através de escritores como José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, Érico Veríssimo e Graciliano Ramos, a literatura mostrou o homem alicerçado em cada uma das diversas estruturas sócio-econômicas do país.
Entretanto, quase sempre num confronto desigual com o mundo que o cercava. Além de pôr no centro da produção ficcional aqueles que antes eram figurantes, o romance regional da segunda fase modernista trouxe também outra roupagem cultural e estética, apresentando os canaviais, as caatingas da seca e do cangaço, as terras do cacau, do fumo e das fronteiras gaúchas.
Crítica social e análise psicológica
Graciliano Ramos não só desnudou as incongruências sociais do sertão nordestino como também revelou o íntimo de seus personagens. Em Vidas Secas, Graciliano demonstra o estrago que a vida de privações provoca na maneira como suas criaturas vêem o mundo, os bichos e as coisas. Com habilidade, o escritor alagoano faz uma profunda análise psicológica, buscando sempre investigar o homem e seus dramas individuais. Os sonhos, as angústias, os desejos.
É como se cada um tivesse seu momento no divã. Tudo vem à tona de modo retalhado, mas sempre deixando clara a condição de impotência dos personagens diante do mundo e de si mesmos. Fabiano e sua família representam figuras que existem aos milhares. Entretanto, surgem constantemente presas a uma solidão de náufragos. Num clima de tensão e agonia, Graciliano disseca as dores dos condenados do sertão, mostrando quão embrutecidos ficam os homens diante de um mundo que lhes nega tudo.
De certa forma, mesmo que instintivamente, as criaturas de Vidas Secas têm consciência de que sobrevivem numa sociedade injusta. Isso fica claro na passagem em que Fabiano é preso – sem razão alguma – pelo soldado amarelo, representação do Estado Novo fascista de Getúlio Vargas.
Em discurso indireto livre, o escritor revela as reflexões feitas por Fabiano na prisão. “Por que tinham feito aquilo? Era o que não podia saber. Pessoa de bons costumes, sim senhor, nunca fora preso. De repente um fuzuê sem motivo. Achava-se tão perturbado que nem acreditava naquela desgraça. Tinham-lhe caído todos em cima, de supetão, como uns condenados. Assim um homem não podia resistir”.
A situação subumana de vida dos retirantes explica a importância dada a sonhos aparentemente tão banais. É o caso, por exemplo, de Sinhá Vitória, que deseja profundamente uma cama de lastro de couro, onde possa dormir como gente de verdade. Para ela, uma cama talvez redimisse a condenação de uma existência miserável.
Há também, em Graciliano, a inocência fazendo descobertas cruéis. Quando o menino mais velho ouve da mãe a palavra inferno, procura saber seu significado. Como resposta, recebe, primeiramente, uma definição vaga. “É um lugar ruim, quente”. Depois, insistindo em descobrir como a mãe sabia que o lugar era assim, acaba recebendo um cascudo. Chorando, vai se consolar com a cachorra Baleia. Neste momento, por meio de uma associação simples, faz sua descoberta cruel. O inferno é ruim e quente, assim como o lugar em que ele e a família vivem. Ali, portanto, era o inferno.
Uma parte do mundo em Vidas Secas é apresentada através da aridez do meio e da dureza da vida, mas é apenas a partir do aprofundamento psicológico das personagens que Graciliano consegue dar densidade à obra.
“Você é um bicho, Fabiano”
O ponto de ligação entre todos os personagens é a luta pela sobrevivência. A conseqüência disso é a constante repetição da palavra bicho na obra. As condições desumanas de vida colocam no mesmo nível pessoas e animais. Fabiano e sua família não dominam a linguagem verbal. Embrutecidos, falam pouco e se comunicam mais por grunhidos e outros sons, assim como os bichos. O próprio Fabiano, orgulhoso de ter sido capaz de vencer as dificuldades, conclui: “Você é um bicho, Fabiano”.
Outro exemplo da condição animal das personagens é o fato de os filhos do casal não possuírem nomes. São, simplesmente, chamados de menino mais velho e menino mais novo. Na mesma proporção em que Graciliano animaliza as pessoas em sua obra, o autor também humaniza os bichos. A cachorra que acompanha os retirantes é tratada como gente, possui nome (algo que os meninos não têm!) e até sonhos próprios. Baleia vivia a sonhar com um céu repleto de preás. O animal só foi sacrificado por Fabiano porque estava doente, o que poderia atrapalhar a caminhada da família.
O universo apresentado por Graciliano Ramos é envolvido por enredos que abordam a seca, o latifúndio, o drama dos retirantes, a caatinga. As vidas secas que habitam o romance são seres oprimidos, fabricados pelo meio. Não em sua obra a idealização do Nordeste. Talvez por isso, por não apresentar uma felicidade inexistente, tenha sido muitas vezes chamado de pessimista. Para o autor, a única saída seria mudar as estruturas e o sistema que geraram os sofrimentos de suas personagens.
Seco como um mandacaru
O poeta modernista Oswald de Andrade costumava dizer que Graciliano Ramos era um “mandacaru escrevendo”. O estilo do autor alagoano era seco como o sertão que retratou em suas obras. Seu texto enxuto e conciso, construído com períodos curtos, pouca adjetivação, sem enfeites e destacando a importância de verbos e substantivos, era a prova de que a linguagem sintética havia encontrado alguém sem adornos inúteis.
O próprio Graciliano revelou sua preferência pelo estilo duro e rigoroso quando afirmou: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. Uma parte de sua obra pode ser classificada como autobiográfica – Infância e Memórias do Cárcere. Outra é inspirada em fatos e situações das quais ele mesmo foi testemunha viva – São Bernardo e Vidas Secas.
Nascido em Quebrangulo, Alagoas, em 27 de outubro de 1892, fez apenas os estudos secundários em Maceió, jamais cursando uma faculdade. Morou no Rio de Janeiro, onde trabalhou como jornalista, e em Palmeira dos Índios, cidade da qual foi prefeito. Estreou tarde na literatura, aos 34 anos, publicando Caetés e chegou a dirigir em Maceió a Imprensa Oficial e a Instrução Pública. Em março de 1936, foi preso sob a acusação de participar da Intentona Comunista.
As humilhações e as dores sofridas na prisão, resultaram no livro Memórias do Cárcere. Com o fim da ditadura de Vargas, em 1945, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, convidado pelo próprio Luis Carlos Prestes. Em 1952, viajou para o Leste Europeu, com a intenção de ver de perto os rumos que a União Soviética tomava. Não gostou do que estava sendo feito. No ano seguinte, em 20 de março, aos 60 anos, perdeu uma guerra importante: a do câncer de pulmão.
Fonte: www.vermelho.org.br
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
PCdoB do Ceará avalia eleição e aponta novos desafios
A Comissão Política Estadual do PCdoB/CE reuniu-se neste sábado (dia 11/10) para avaliar o processo eleitoral e definir algumas medidas para a nova situação política pós-eleitoral.
No Ceará as forças progressistas e democráticas obtiveram uma significativa vitória, consequência ao novo ciclo político iniciado com a eleição do governador Cid Gomes(PSB) e do Senador Inácio Arruda(PCdoB), em 2006. Por sua vez o PSDB e o DEM sofreram uma expressiva derrota e tiveram seus espaços politicos bastante reduzidos.
Leia abaixo a resolução aprovada pelo direção estadual do PCdoB:
Resolução da Comissão Política Estadual do PCdoB-CE
1- Encerrado o processo eleitoral, em reunião no dia 11 de outubro de 2008, a Comissão Política do PCdoB-Ceará, promoveu uma primeira análise dos resultados das urnas em 2008 no estado e definiu algumas medidas e orientações iniciais a serem implementadas.
2- As eleições tiveram um resultado bastante favorável às forças democráticas e progressistas, em particular aos partidos que apóiam o Presidente Lula e o Governador Cid Gomes. Além da reeleição da Prefeita Luizianne Lins, na capital, no primeiro turno, destaca-se a eleição de vários prefeitos em todo o estado, especialmente nas maiores cidades. Por outro lado, o PSDB e o DEM sofreram expressiva derrota com a redução do número de prefeitos eleitos, em geral limitando-se a cidades menores e deixando chamuscados seus principais líderes, respectivamente Tasso Jereissati e Moroni Torgan.
3- O PCdoB obteve significativa vitória, elegendo os prefeitos de Jucás, Graça, Potengi, Maranguape e Crateús, sendo estas últimas, duas das dez maiores cidades do estado, 4 vice-prefeitos e 56 vereadores distribuídos em 36 municípios, inclusive em cinco dos dez maiores do interior: Juazeiro do Norte, Caucaia, Maracanaú, Maranguape, e Crateús. Em Fortaleza, onde o partido voltou a conquistar um mandato na Câmara Municipal, é necessária uma avaliação mais detalhada e multifacética da votação para vereador que, apesar de crescente, frustrou a expectativa da eleição de dois parlamentares.
Assim, o novo mapa político do Ceará coloca o PCdoB num patamar mais elevado tanto pelas vitórias obtidas, como pelo acúmulo de muita experiência, em especial nas disputas majoritárias do interior.
4- A par disso, houve também revezes que, como as vitórias, precisam ser detidamente analisadas, a fim de que todas as lições sejam tiradas no sentido dos comunistas continuarem avançando e consolidando posições no plano institucional. Em especial, merecem este cuidado as derrotas em Santana do Acaraú, São Benedito e Miraíma, todas três com condições de vitória. Neste sentido, além da direção estadual, é importante que cada Comitê Municipal reúna-se brevemente com o objetivo de avaliar o desempenho do PCdoB na sua cidade, colha a opinião dos militantes e filiados e cuide em definir as novas tarefas que o Partido terá daqui por diante.
5- Somam-se a esse outros desafios. Nas cidades em que o PCdoB elegeu prefeitos é hora de partir para o concreto, de transformar as propostas apresentadas na campanha em plano de governo para os próximos quatro anos, objetivando uma gestão exemplar. Para tanto é fundamental reunir o partido, os partidos aliados, a sociedade local e o movimento social na busca de sugestões e também da construção de uma ampla aliança política e social que ajude na condução dos destinos da cidade.
Também nas cidades em que o PCdoB apoiou prefeitos vitoriosos de outras legendas, é urgente agilizar articulações buscando assegurar espaços que permitam ao partido contribuir para o êxito dessas administrações.
Trabalho semelhante deve feito ser em todas as cidades onde foram eleitos vereadores do PCdoB, de modo a garantir bons mandatos. Inicia isso pela definição do posicionamento político coletivo frente ao Poder Executivo local.
Outra tarefa fundamental é a permanente busca de integração dos novos eleitos, sejam prefeitos, vices ou vereadores com os mandatos federais e estaduais, bem como uma cada vez mais íntima articulação deles com a nossa ação nos movimentos sociais.
6- A continuidade dos êxitos alcançados passa pelo fortalecimento e consolidação do PCdoB com o perfil e características que o distinguem. Dessa forma, é fundamental retomar o funcionamento pleno e assíduo das diversas instâncias partidárias, em especial, das direções municipais e estadual, ajustando o funcionamento das suas diversas secretarias. Ao longo da batalha eleitoral todo o Partido demonstrou grande capacidade de enfrentar desafios e superá-los. Tanto os candidatos como a militância partidária empenharam-se com afinco em busca do êxito do PCdoB. É preciso esforço e zelo no sentido de confirmar este nosso maior capital.
7- Com estes intuitos, de imediato, a direção estadual realizará já agora, em 25 de outubro, a reunião do Fórum de Prefeitos e Vices do PCdoB e, ainda em novembro, o Fórum de Vereadores.
8- Trilhando este caminho, os comunistas cearenses ocuparão novos espaços e conquistarão vitórias maiores!
Fortaleza, 11 de outubro de 2008
Comissão Política Estadual do PCdoB/Ce
Atualizada às 9:45h, do dia 12/10/08
sábado, 11 de outubro de 2008
Trabalho de artista questiona reforma da Praça Siqueira Campos
O que é isso? É uma exposição de pinturas e desenhos do artista
visual, Alexandre Lucas que está em exibição no Olhar Casa de Artes
localizada na Praça da Sé, 91. A exposição estava no Centro Cultural
do Banco do Nordeste, no mês de agosto deste ano.
Lucas é um dos poucos artistas que fazem arte conceitual e tem um
discurso político e social nos seus trabalhos. Ele Aproveitou os
cartazes de divulgação da exposição O que é isso? Para fazer arte
contemporânea, produzindo outro trabalho, uma Intervenção Urbana, nome
dado ao trabalho que se utiliza do espaço urbano para discutir a
cidade e a vida. Alexandre Lucas afixou cerca de 30 cartazes
divulgando a sua exposição nos maderitos da Praça Siqueira Campos, a
qual se encontra em reforma, no entanto, a frase "O QUE É ISSO?" se
destacava nos cartazes. Os cartazes foram colocados na noite do dia 29
de setembro e já na manhã do dia 30 a maioria já tinham sido
arrancados. De acordo com o artista isso sinaliza que o trabalho gerou
um incomodo e um questionamento e acrescenta que essa intervenção
urbana teve o propósito de questionar o destino dos recursos públicos
na reforma de uma Praça que aparentemente não precisava ser reformada
e frisa que o nome de um determinado deputado é indevidamente posto
no local contrariando o princípio jurídico da impessoalidade. O
desdobramento do trabalho ocorreu no site de relacionamentos do orkut,
na comunidade do Crato no tópico "O que é isso? Praça Siqueira
Campos", onde diversas pessoas acabaram interagindo com o a
Intervenção sem nem saber. Os internautas tiveram a oportunidade de
discutir sobre o trabalho, criticar a obra, alguns fizeram a defesa
tanto da obra como do artista, questionaram o que é arte e o que não e
a relação da arte com a cidade.
A exposição O que é Isso?
A Exposição O que é Isso? Reúne cerca de 40 obras entre pinturas e
desenhos a maioria com técnica mista, em que o artista que é
daltônico mexe com composições de cores e trabalha a percepção visual.
Nesta série existe um discurso engajado embutido de questionamento do
conceito de arte e do conceito da idéia dentro de uma obra de arte. De
acordo com a italiana Gabriella Federico, curadora da exposição é
possível perceber nas pinturas abstratas de Lucas "sensações, fruindo
levemente entre as cores pálidas,elegantes e sinuosas e acrescenta
Alexandre descreve um sonho decorando a mente e o lugar, aonde chegue
a sua arte", conclui a italiana.
Intervenção Urbana
Intervenção Urbana é o termo utilizado para definir manifestações
artísticas geralmente localizadas no centro de grandes metrópoles.
Exemplos de intervenções urbanas são dos mais diversos: Podem ser
esculturas, grafites, cartazes, cenas de teatro ao ar livre, entre
outras. Esse tipo de arte se caracteriza por ser inusitada, por se
apresentar sempre a céu aberto, e por ter um caráter ideológico,
político, ou social. Geralmente atacam a vida corrida dos grandes
centros urbanos. Mas as intervenções urbanas também têm outros alvos,
como a marginalização da arte, problemas sociais, ambientais e outros
assuntos correntes na sociedade moderna. A intervenção urbana se
difere dos outros tipos de arte por ser vanguardista e não se limitar
a padrões específicos.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre
Serviço:
Exposição O que é isso?
Artista: Alexandre Lucas
Período: 30 de setembro a 16 outubro
Local: Olhar Casa das Artes – Praça da Sé, 91
Blog: http://www.olharcasadasartes.blogspot.com/
Telefone: (88) 3521-1590
OPERÁRIO DO VERSO
por Cacá Araújo
Luciano Carneiro de Lima é uma espécie de mago do verso popular. É como um Midas das letras sertanejas: toda palavra que põe no mundo vira poesia. Constrói seus versos falando sobre religião, problemas sociais, tradições populares. Romanceia e faz humor.
Agricultor, carroceiro e vigilante, Luciano Carneiro é uma das mais respeitadas e reconhecidas expressões do verso popular caririense. Pobre de bens e rico de sabedoria popular, ele é considerado um cordelista completo.
Iniciou em 1975 divulgando suas poesias no Programa Coisas do Meu Sertão, do saudoso poeta e radialista Eloi Teles, primeiro na Rádio Araripe do Crato e depois na Rádio Sociedade Educadora do Cariri. Mas foi aos 12 anos de idade que se revelou como poeta, quando cantava de viola com seu irmão Cazuza.
Fundador da Academia dos Cordelistas do Crato, sendo hoje seu presidente, lá presta serviços como tipógrafo na Gráfica Coisas do Meu Sertão.
Tem mais de 40 cordéis publicados, alguns em parceria, e participa ativamente da vida cultural caririense, sendo referência para novas gerações de poetas e admirado por grandes nomes como Pedro Bandeira de Caldas (cantador), Antonio Vicelmo (jornalista), Ariovaldo Carvalho (ex-prefeito do Crato) e Geraldo Amâncio.
Cantou com Azulão do Norte, Gerônimo Bonfim, Pintassilgo e Zé Gaspar, entre os quais somente o primeiro é vivo e reside em São Paulo.
Poeta respeitado e querido pelo povo simples e por segmentos intelectuais do Ceará, foi jurado de vários festivais de violeiros, participou de festivais de folclore, simpósios de poesia, recebeu homenagens de instituições como o SESC e a Escola Agrotécnica Federal do Crato.
Casado com Luzanira Batista de Lima, com quem teve 13 filhos, dos quais 10 estão vivos, é natural de Teixeira-PB, conhecida como “terra dos poetas”, em 7 de janeiro de 1942, e reside em Crato-CE há mais de 50 anos.
Seu reconhecimento oficial como Mestre da Cultura do Estado do Ceará, através do Edital Tesouros Vivos da Cultura 2008, promovido pela SECULT, significa o enobrecimento da poesia popular e a garantia de melhores condições de peleja em defesa da alma sertaneja universal através de seu verso mágico e elaborado com talento e sabedoria.
“Eu não tive vocação / Pra diácono nem vigário / Tornei-me então um poeta
Não muito extraordinário / Mas sou com muita alegria / No campo da poesia
Um verdadeiro operário” (Luciano Carneiro)
Do Crato, foram inscritos por Cacá Araújo, além do poeta Luciano Carneiro, a mestra de reisado e lapinha Mazé Luna, a mestra de dança do coco Edite Dias e o mestre de banda cabaçal Emídio Barbosa (Mestre Bidu, falecido há pouco mais de um mês).
O nome do cordelista Luciano Carneiro e os dos outros novos Mestres serão levados à publicação no Diário Oficial do Estado e os novos Tesouros Vivos da Cultura 2008 serão diplomados na abertura do IV Encontro Mestres do Mundo, no dia 2 de dezembro, na região do Cariri.
Luciano Carneiro de Lima é uma espécie de mago do verso popular. É como um Midas das letras sertanejas: toda palavra que põe no mundo vira poesia. Constrói seus versos falando sobre religião, problemas sociais, tradições populares. Romanceia e faz humor.
Agricultor, carroceiro e vigilante, Luciano Carneiro é uma das mais respeitadas e reconhecidas expressões do verso popular caririense. Pobre de bens e rico de sabedoria popular, ele é considerado um cordelista completo.
Iniciou em 1975 divulgando suas poesias no Programa Coisas do Meu Sertão, do saudoso poeta e radialista Eloi Teles, primeiro na Rádio Araripe do Crato e depois na Rádio Sociedade Educadora do Cariri. Mas foi aos 12 anos de idade que se revelou como poeta, quando cantava de viola com seu irmão Cazuza.
Fundador da Academia dos Cordelistas do Crato, sendo hoje seu presidente, lá presta serviços como tipógrafo na Gráfica Coisas do Meu Sertão.
Tem mais de 40 cordéis publicados, alguns em parceria, e participa ativamente da vida cultural caririense, sendo referência para novas gerações de poetas e admirado por grandes nomes como Pedro Bandeira de Caldas (cantador), Antonio Vicelmo (jornalista), Ariovaldo Carvalho (ex-prefeito do Crato) e Geraldo Amâncio.
Cantou com Azulão do Norte, Gerônimo Bonfim, Pintassilgo e Zé Gaspar, entre os quais somente o primeiro é vivo e reside em São Paulo.
Poeta respeitado e querido pelo povo simples e por segmentos intelectuais do Ceará, foi jurado de vários festivais de violeiros, participou de festivais de folclore, simpósios de poesia, recebeu homenagens de instituições como o SESC e a Escola Agrotécnica Federal do Crato.
Casado com Luzanira Batista de Lima, com quem teve 13 filhos, dos quais 10 estão vivos, é natural de Teixeira-PB, conhecida como “terra dos poetas”, em 7 de janeiro de 1942, e reside em Crato-CE há mais de 50 anos.
Seu reconhecimento oficial como Mestre da Cultura do Estado do Ceará, através do Edital Tesouros Vivos da Cultura 2008, promovido pela SECULT, significa o enobrecimento da poesia popular e a garantia de melhores condições de peleja em defesa da alma sertaneja universal através de seu verso mágico e elaborado com talento e sabedoria.
“Eu não tive vocação / Pra diácono nem vigário / Tornei-me então um poeta
Não muito extraordinário / Mas sou com muita alegria / No campo da poesia
Um verdadeiro operário” (Luciano Carneiro)
Do Crato, foram inscritos por Cacá Araújo, além do poeta Luciano Carneiro, a mestra de reisado e lapinha Mazé Luna, a mestra de dança do coco Edite Dias e o mestre de banda cabaçal Emídio Barbosa (Mestre Bidu, falecido há pouco mais de um mês).
O nome do cordelista Luciano Carneiro e os dos outros novos Mestres serão levados à publicação no Diário Oficial do Estado e os novos Tesouros Vivos da Cultura 2008 serão diplomados na abertura do IV Encontro Mestres do Mundo, no dia 2 de dezembro, na região do Cariri.
Assinar:
Postagens (Atom)