Rádio Chapada



quarta-feira, 29 de abril de 2009

A pequena imprensa.

Leiam a mais uma "matéria" sobre o PCdoB, publicada pelo "jornalista" Tarso Araújo: 


Como o jornalista é conhecido pelo que sempre faz,  "esqueceu-se" de dizer que a atual direção continua, ou seja, os camaradas Roberto Siebra, Alexandre Lucas, Waltécio Almeida, Érika Cristina, Darlan Reis, Sâmia e outros. Continua... 

Mas é assim mesmo. Foi através do jornal comandado por ele que se "noticiou" o desejo da profª Salete Maria ser candidata à reitora numa chapa com o camarada Waltécio Almeida. Que foi negada pelos dois e pior, o jornalismo de pequena imprensa nem procurou os dois para falar sobre o assunto. 

   

terça-feira, 21 de abril de 2009

O MST e as mentiras da Rede Globo

Esclarecimentos sobre acontecimentos no Pará
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Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar. Esclarecemos também que:

1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores sem-terra entraram na mata para pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os sem-terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas. O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.

2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças chegaram armados e passaram a ameaçar os sem-terra. O trabalhador rural Djalme Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O sem-terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas.

3- Os trabalhadores sem-terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento, que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.

4- Sem a palha e a lenha, os trabalhadores sem-terra precisavam voltar à outra parte da fazenda para pegar os materiais que já estavam separados. Por isso, organizaram uma marcha e voltaram para retirar a palha e lenha, para demonstrar que não iam aceitar as ameaças. Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada dos marchantes, que pediram para eles ficarem à frente para não atrapalhar a marcha. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de “escudo humano”, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Agropecuária Santa Bárbara, o que demonstra que tinham tramado uma emboscada.

5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara.

6- Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Ele levou quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada no coração. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças fizeram três reféns. Foram presos José Leal da Luz, Jerônimo Ribeiro e Índio.

7- Sem ter informações dos três companheiros que estavam sob o poder dos seguranças, os trabalhadores acampados informaram a Polícia Militar. Em torno das 19h30, os acampados fecharam a rodovia PA-150, na frente do acampamento, em protesto pela liberação dos três companheiros que foram feitos reféns. Repetimos: nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, mas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria. Os sem-terra apenas fecharam a rodovia em protesto pela liberação dos três trabalhadores rurais feridos, como sustenta a Polícia Militar.

MOVIMENTOS DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA - PARÁ

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O modelo tucano de telefonia. Que o Lula engole.




  Fernando Henrique Cardoso, o "FHC", ufana-se de ter privatizado o sistema Telebrás. O orgulho vem de ter proporcionado, segundo ele, que milhões de pessoas tivessem acesso aos telefones, sejam fixos ou celulares. 

Isso é verdade. Houve uma expansão extraordinária da telefonia no Brasil. Mas o argumento do príncipe tucano é o de que a expansão só foi possível devido à sua política acertada de privatização. Aliás, ele acha até hoje que foi correto privatizar a Vale do Rio Doce pelo preço que vendeu. Verdadeiro crime de lesa-pátria. 
Mas voltando ao tema, a privatização foi feita com parte dos recursos oriundos do BNDES (ou seja, o nosso dinheiro ),  permitindo assim  a expansão dos serviços telefônicos. O capital privado teve grande ajuda do estado. 
E hoje a Oi comprou a BR Telecom com o seu Daniel Dantas no meio e o governo Lula põe panos quentes! Que vergonha, Lula!  E estão em cima do Protógenes! 
Realmente na época da estatal, o número de linhas era pequeno e o serviço ruim. Então, o que fez o príncipe tucano? Privatizou o sistema, criou a agência reguladora (que na maior parte dos casos fica ao lado das empresas) e temos aí o quadro de hoje. 
É como se a sua geladeira em casa gastasse muita energia e gelasse muito pouco, e você, ao invés de consertá-la ou trocá-la por um modelo novo , pegasse a geladeira velha e a vendesse para o seu vizinho. Só que ao vendê-la para o vizinho, você emprestasse o seu dinheiro a ele. Aí ele traria uma geladeira nova para você usar em casa, só que a geladeira seria dele e pior, o preço para usar essa geladeira seria tão proibitivo que você só poderia usar o aparelho de vez em quando, bem rapidinho, para não pagar muito caro!  

É só olhar as informações. 
Segundo  o Portal Vermelho"O consumidor brasileiro é o que paga mais caro pelo uso de telefone celular entre usuários de 154 países, com base no critério de Paridade de Poder de Compra (PPC). Também desembolsa bem acima da média mundial pelo telefone fixo e para se conectar à internet." , com dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Continuo citando o Portal Vermelho. Veja só como somos explorados: 

"Cesta de preços"

"A UIT também introduz neste relatório a "cesta de preços", notando que, embora a infraestrutura seja um pré-requisito para o uso de TIC, o custo influencia e mesmo determina se o consumidor utilizará celular ou internet.

Por uma "cesta de preços de celular" (que inclui o custo mensal da assinatura, 25 chamadas por mês e 30 torpedos), o Brasil tem o custo mais elevado, com US$ 44,2 medidos pelo PPC. É três vezes mais que o valor médio pago pelos consumidores de países industrializados e em desenvolvimento.

A paridade do poder de compra corresponde à taxa de câmbio entre duas moedas, calculada conforme a quantidade de cada moeda que é necessária para adquirir determinado conjunto de produtos e serviços idêntico no país a que pertence cada moeda.

O custo do minuto local de celular em 2008 no horário de pico era de US$ 0,92 em termos de PPC, quase o dobro do que pagam os vizinhos argentinos (US$ 0,52), muito mais que os indianos (US$ 0,07) e os alemães (US$ 0,06).

Um fator que encarece os serviços de telecomunicações no Brasil são os impostos. A carga tributária incidente sobre o setor é uma das mais elevadas do mundo e ultrapassa 40% da conta telefônica, dependendo da alíquota de ICMS em cada Estado.

Os brasileiros continuam a substituir o telefone fixo pelo celular. Mas quem mantém linha fixa paga US$ 34,8 pela assinatura mensal e por 30 chamadas locais. É o dobro da média dos outros países em desenvolvimento e bem acima do que se paga nas nações ricas.

Para usar banda larga, o preço básico chega a US$ 56,5 mensal em termos de PPC, o dobro da média dos países desenvolvidos."   

Distorções e lucro exorbitante do sistema. Já que privatizaram não poderiam ao menos regular essa exploração desenfreada? 
               
E quando a gente tem que ligar para o serviço de atendimento ao consumidor? O desrespeito é total. Somos atendidos pelo computador! 

E o governo Lula se cala!  

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Instituto Cuca solicita apoio da URCA


Documentário sobre CUCA Cariri poderá circular nacionalmente dependendo da vinda da coordenação do Instituto CUCA.

Alexandre Santini (foto) coordenador geral do Instituto CUCA

O coordenador geral do Instituto Nacional CUCA, Alexandre Santini encaminhou solicitação por e-mail a professora Cileide Araújo, Pró-reitora de Administração URCA, no sentido viabilizar a vinda da coordenação do Instituto e da presidenta da União Nacional dos Estudantes, Lúcia Stumpf para inauguração do Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA da Região do Cariri. que deverá ocorrer no período de 18 a 22 de maio, Esse será o primeiro Centro a ser instalado no Ceará, representando um esforço de artistas e estudantes que mantém negociações desde o ano passado com o Instituto CUCA.
De acordo com Santini a pretensão é produzir um registro audiovisual deste lançamento, que posteriormente será vinculado nacional e internacionalmente pelo blog do CUCA, pela TV CUCA e possivelmente pela TV Brasil. Ele acrescenta que este projeto será uma parceria entre a URCA, o Instituto Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA da UNE) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), caso seja viabilizado.
A pró-reitora já se prontificou a disponibilizar alguns equipamentos para o funcionamento das atividades, bem como viabilizar que o CUCA funcione no Parque de Exposição do Crato, juntamente com o Grupo de Valorização Negra do Cariri – Grunec, Centro Acadêmico de Ciências Sociais e o Conselho da Mulher, os quais já estão instalados no espaço.
A comissão do CUCA Cariri se reunirá no próximo dia 22, às 8 horas, no Pátio de Pedagogia da URCA, Campus Pimenta para planejar ações da inauguração do Centro. Para essa reunião estão sendo convidados representantes de grupo de artistas, reisados, Centros Acadêmicos e estudantes de diversas universidades e faculdades da região do Cariri.

Serviço:
Instituto CUCA
http://www.cucadaune.blogspot.com/
Alexandre Santini
Coordenador Geral
Instituto CUCA da UNE
(21) 95050812
Informações sobre
CUCA da UNE Cariri
(88)9248-5255 Alexandre Lucas




PRONUNCIAMENTO DO SENADOR INÁCIO ARRUDA


Pronunciamento do Inácio por ocasião do aniversário de 87 anos do Partido Comunista do Brasil - PCdoB


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, Srs. Convidados, é com imensa alegria que venho a esta tribuna falar sobre os 87 anos do Partido Comunista do Brasil, cuja história está profundamente ligada à própria história de lutas do povo brasileiro.
Nesta Sessão Solene, na qual o Senado da República, em seus 183 anos de existência, homenageia pela segunda vez o Partido Comunista do Brasil, considero relevante resgatar um pouco da trajetória deste que é mais do que uma sigla partidária, pois representa o ideal de liberdade que repousa no coração de cada brasileiro e de cada brasileira.
Desde sua fundação, naquele ousado ano de 1922, ano em que a sociedade brasileira começa a questionar os seus fundamentos a partir a criação de novas referências, entre as quais o emblemático movimento que resultou na primeira Semana de Arte Moderna, o Partido Comunista do Brasil esteve presente em todas as lutas de nosso povo. A oposição ao Estado Novo, a campanha do “Petróleo é Nosso!”, a oposição ao Regime militar-fascista instaurado em 1964, a luta pela anistia, pela redemocratização, por uma constituinte livre e soberana, e, mais recentemente, a resistência contra a política neoliberal, são apenas alguns dos momentos da vida brasileira nos quais o Partido Comunista do Brasil se caracterizou pelo seu protagonismo na defesa dos interesses do povo e de nossa soberania.
No cenário político-institucional, o reconhecimento desse protagonismo veio pela primeira vez em 1946, com a eleição de Luiz Carlos Prestes para o Senado da República e a eleição de uma representativa bancada na Assembléia Nacional Constituinte de 1946. Prestes, em seu discurso proferido quando da instalação da Assembléia, destacou o grande número de obstáculos que o Partido e seus membros precisaram superar para chegarem até ali e defenderem os interesses do povo brasileiro.
Peço aqui permissão para fazer referência a um dos trechos mais contundentes deste discurso, no qual está presente uma das características fundamentais de nosso partido e que o tem acompanhado ao longo desses 87 anos, que é justamente a primazia do interesse na nação sobre qualquer outro.
Afirma Luiz Carlos Prestes:
“O Partido Comunista do Brasil, durante anos, foi caluniado, seus membros foram difamados e sofreram física e moralmente! Somente há poucos meses, dez no máximo, dispõem os comunistas em nosso país de liberdade de imprensa, de direito de reunião e de associação política, inclusive para seu partido. E foram esses dez meses que nos permitiram dizer alguma coisa e provar quanto eram falsas as calúnias e as infâmias contra nós assacadas.
Esta é a atitude dos comunistas no mundo inteiro, e na nossa terra também já mostraram eles do que são capazes, na luta pela independência nacional. ... Em 1942, quando o partido ainda se achava perseguido, com seus líderes presos, muitos sofrendo os vexames e as torturas de uma política de assassinos, os comunistas foram os primeiros a levantar a bandeira da união nacional em torno do governo. Esqueceram ressentimentos pessoais, sofrimentos e sangue de sua própria carne, afastando todas as paixões subalternas para lutar pela união nacional em torno do Governo... Por quê? Porque os comunistas colocam o interesse do povo, o interesse da democracia, o progresso e o bem-estar da pátria muito acima de seus sofrimentos pessoais, de suas paixões ou de seus próprios interesses.”
A impressionante atualidade desse discurso manifesta-se em especial no trecho, onde Prestes conclama a união pela construção de um país livre, soberano e democrático, diante da grave crise econômica então vivenciada pelo mundo do pós-guerra. Prestes assim nos fala:
“Vivemos um dos momentos mais sérios da vida de nossa pátria. A crise econômica é, sem dúvida, das mais graves; a carestia da vida acentua-se de maneira catastrófica. Nós, comunistas, sabemos que estes problemas não podem ser resolvidos nem por um homem providencial, nem por um partido político isoladamente, nem por uma classe social; exigem a colaboração de todo o nosso povo e de quantos amam sinceramente nossa pátria, independentemente de classes sociais e ideologias políticas ou de crenças religiosas. Que todos os brasileiros se unam, que todos os brasileiros estejam ao lado do governo nas medidas práticas, eficientes e imediatas para enfrentar os sérios e graves problemas econômicos que significam o aniquilamento físico do nosso povo”.
Disse ainda Prestes:
“Os comunistas jamais farão uso desta tribuna para insultos ou ataques pessoais. Estenderemos, fraternalmente, as mãos a todos os partidos políticos e sempre estaremos prontos a apoiar todas as medidas úteis ao povo, à democracia, ao progresso de nossa pátria, partam elas de quem partirem. E que ninguém veja nesta defesa intransigente de princípios de nossos pontos de vista qualquer preocupação de ataque pessoal, porque essa jamais será a nossa atitude”.
Estas são as palavras sábias, oportunas e de grande atualidade proferidas pelo Senador Luiz Carlos Prestes, que juntamente com toda a então bancada comunista na Câmara, foi impedido de concluir, pelo ato arbitrário da cassação, seu mandato legitimamente conquistado pelo voto popular. Após 61 anos o Senado tem novamente entre seus membros um senador comunista, o que aconteceu somente a partir de 2006, pela vontade soberana do povo do Ceará – embora, durante um breve período, esteve também abrigado em nossa sigla o ilustre senador Leomar Quintanilha.
Como se vê, em toda a sua trajetória, não foram poucas as vezes em que o Partido Comunista do Brasil foi perseguido pela firmeza das convicções de mulheres e homens que fizeram de suas vidas um exemplo de patriotismo. Isso pode ser constatado pelo fato de que, dos seus 87 anos de existência, o PC do B tenha passado 60 deles na clandestinidade, impedido de exercer livremente sua representação política.
Porém, é preciso destacar que, nem mesmo diante da mais devastadora repressão política, este valoroso partido arrefeceu seu ânimo de luta pela causa do povo. Na década de 1970, em defesa da democracia, organizou a heróica resistência do povo - a Guerrilha do Araguaia. Foi o Partido que deu o maior número de mártires à causa da democracia e do socialismo. Na constituinte, seja a de 1946 ou a de 1987, o Partido defendeu a reforma agrária, a criação dos direitos sociais e trabalhistas como a jornada de trabalho de 8 horas diárias, o direito a férias, aposentadoria, 13º salário, saúde, educação e previdência pública.
Sr Presidente, Sras e Srs Senadores, o PCdoB comemora 87 anos em meio a uma conjuntura que, embora desafiadora no plano nacional e internacional, apresenta-se como momento no qual a história nos convida à uma profunda reflexão sobre o melhor caminho a ser seguido. A crise do capitalismo, por sua amplitude e profundidade, evidencia todo o conjunto de contradições que culminaram no abalo do sistema como um todo. Não se trata apenas de um contratempo passageiro, que interrompe momentaneamente um ritmo de crescimento; não se trata, por outro lado, de uma crise setorizada, restrita ao setor imobiliário, ao crédito ou causada pela ação inescrupulosa de especuladores. Trata-se, de fato, de uma crise gerada pelo esgotamento de um padrão de acumulação que não mais se sustenta em sua autofagia, o que coloca a impossibilidade de sua superação dentro dos marcos deste atual modelo.
A crise financeira mundial vem confirmar que o mercado não é uma “divindade” diante do qual todos devem se curvar. Paradoxalmente, no ideário neoliberal, o Estado, tantas vezes demonizado, é chamado a pagar a conta dos prejuízos, fazendo recair sobre os trabalhadores, o ônus pela adoção de políticas que visam preservar os interesses do capital.
É, portanto, um momento singular, onde as sólidas certezas sobre o “fim da história”, que teria encontrado sua plenitude na prevalência do capitalismo sobre todas as formas de organização social, “desmancha-se no ar” das insolvências generalizadas, que transformam em fumaça o domínio de grandes corporações.
No contexto brasileiro, Sr. Presidente, o Estado tem hoje melhores para enfrentar as tormentas do que em qualquer período anterior. O Brasil possui uma história de enfrentamento das crises do capitalismo onde conseguiu tirar proveito delas, a exemplo das grandes crises dos anos 1930 e dos anos 1970. Portanto, temos um quadro de ameaças, mas também de oportunidades. Oportunidades no sentido de um reposicionamento do papel relativo do País no contexto mundial, no sentido de sua maior projeção e liderança, na medida de sua capacidade de lutar de forma afirmativa por seus interesses.
O atual ciclo político liderado pelo Presidente Lula reabriu perspectivas para o desenvolvimento econômico, melhorou a renda dos trabalhadores e possibilitou a inclusão das camadas mais desassistidas da população. É fato que a política monetária elaborada e defendida pelo Banco Central, impondo ao Brasil o título de campeão mundial de juros não nos parece adequada para promover o enfrentamento da crise e consolidar o ciclo de desenvolvimento nacional que o País precisa.
Sr. Presidente, Sras e Srs Senadores, a existência do PCdoB se confunde com a luta pela ampliação dos espaços democráticos e políticos no País. Há muito tempo o PCdoB, junto com diversos partidos e setores do parlamento brasileiro, insiste na idéia de que a reforma política é uma das mais importantes reformas exigidas do Congresso Nacional, empreendendo reiterados esforços para que ela se concretize.
O Poder Executivo, em fevereiro passado, enviou à Câmara dos Deputados um conjunto de sete propostas, entre emendas constitucionais e projetos de lei, para iniciar um novo processo de discussão da reforma política. Quanto ao seu mérito, nosso partido concorda em boa parte com o ali proposto, em especial com a previsão de financiamento exclusivamente público das campanhas eleitorais, com o voto proporcional em listas pré-ordenadas e com regras de fidelidade partidária. Contudo, consideramos inadequado que tenha vindo justamente do Executivo a iniciativa de propor uma reforma dessa magnitude e advertimos para os graves riscos à manutenção da democracia que tais projetos podem trazer.
Em primeiro lugar, porque não cabe ao Executivo propor uma reforma política, sendo fato inédito na história da República este poder encaminhar ao Congresso Nacional matéria específica que afeta a organização e o funcionamento partidários. Em segundo lugar, e mais grave, porque o encaminhamento dos diversos temas da reforma, necessariamente interligados, foi feita em projetos isolados. Isso proporciona aos grandes partidos, por conta de suas maiorias numéricas, ainda mais força para decidir quais itens serão aprovados, remetendo os demais às gavetas do esquecimento. A maioria pode fazer prevalecer democraticamente sua opinião e seu voto, mas não pode, com esse pretexto, eliminar as minorias. A isso nos opomos e conclamamos todas as forças democráticas e populares a se unirem contra esse arremedo de reforma. Essa não é a reforma que o Brasil precisa. A insistência do retorno da cláusula da barreira representa um retrocesso e contraria a decisão já consolidada pelo STF, quando essa matéria foi anteriormente apreciada por aquela Corte.
Sr. Presidente, Sras e Srs Senadores, Srs Convidados, nós, comunistas, zelamos pela convivência democrática que alcançamos nesses 24 anos de legalidade, durante os quais construímos uma relação fraterna e respeitosa com todas as forças políticas que atuam cenário nacional, não obstante a legítima disputa política que por vezes travamos.
Na intransigente defesa da independência e da soberania da nação brasileira, o PCdoB atualmente é um partido consciente dos desafios de sua luta. Aos 87 anos, reafirma seu compromisso com os trabalhadores, o povo e a nação. É um partido que vive um período de expansão, quase ultrapassando a marca dos 100 mil militantes e 250 mil filiados.
O PCdoB é um símbolo da luta pela liberdade e pelo direito dos trabalhadores no país, sempre defendendo a unidade do povo e das forças progressistas. E, curiosamente, apesar dos seus 87 anos de vida, é um Partido que se renova e se revigora a cada dia, na força e determinação da juventude e da intelectualidade progressista, na bravura dos camponeses e na combatividade dos operários.
Não podemos esquecer, todavia, daqueles que deram o melhor de suas energias e até a própria vida para que chegássemos até aqui. A eles nossas homenagens vivas, que se expressam no compromisso de seguir adiante com a luta. Este é o partido de Candido Portinari, Graciliano Ramos, Caio Prado Junior, Jorge Amado, Gregório Bezerra, Elza Monerat, Otávio Brandão, Astrogildo Pereira, de Luis Carlos Prestes, herói do povo brasileiro. De Maurício Grabois, Pedro Pomar, Diógenes Arruda, grandes nomes que honraram e marcaram a história do PCdoB.
Neste aniversário de 87 anos do Partido, nós, comunistas do Brasil, reverenciamos a figura singular de João Amazonas, que participou de todos os acontecimentos marcantes da vida política brasileira. Com sua voz serena, porém firme, contribuiu significativamente para a definição da política do Partido Comunista. Dedicou a sua vida inteira ao trabalho incessante de elaboração estratégica e tática dos rumos da construção do socialismo. Não há uma única ação política desenvolvida no período republicano sem que João Amazonas não emitisse a opinião dos comunistas. Da mesma estirpe dessas extraordinárias personalidades, saúdo também este, que é o brasileiro vivo mais ilustre, Oscar Niemeyer, que dedicou seu talento e sua simplicidade às legítimas causas da humanidade, sempre jovem e sábio, generoso e comunista.
É justo relembrarmos também, no momento em que reverenciamos e homenageamos o aniversário do partido, a saga de dois brasileiros de trajetórias que se confundem com os ideais tão caros a nós, comunistas. Dom Helder Câmara e o poeta popular Patativa do Assaré, os dois nascidos no Ceará e que completariam cem anos agora em 2009. Relato aqui um episódio muito ilustrativo do papel que desempenharam durante todas as lutas democráticas ocorridas em nosso País.
Em 1969, Patativa do Assaré foi convidado pela Arquidiocese de Olinda e Recife - na pessoa do próprio cardeal, dom Hélder Câmara - para contar, em versos populares, o assassinato de um jovem padre. Resultou no folheto “O Padre Henrique e o Dragão da Maldade, onde Patativa eleva seu canto aos "injustiçados/ que vagam no mundo afora", dentre eles, o próprio Dom Helder Câmara, que conviveu com inúmeras acusações, chegando mesmo a ser chamado de “arcebispo vermelho” pela sua combatividade e sensibilidade com as questões sociais. Assim cantou Patativa:
Será que ser comunistaé dar ao fraco instrução,defendendo os seus direitosdentro da justa razão,tirando a pobreza ingênuadas trevas da opressão?Será que ser comunistaé mostrar certeiros planospara que o povo não vivaenvolvido nos enganose possa se defenderdo jogo dos desumanos?Será que ser comunistaé saber sentir as doresda classe dos operários,também dos agricultoresprocurando amenizarhorrores e mais horrores?Tudo isto, leitor, é truquede gente sem coraçãoque, com o fim de trazeros pobres na sujeição,da palavra comunismoinventa um bicho papão
Nossa maior riqueza Sr. Presidente, é permanecer sendo um partido de militância. Portanto não poderíamos deixar de fazer aqui, nesta tribuna, uma menção especial ao enorme contingente de militantes comunistas, muitos anônimos, homens e mulheres, na cidade e no campo. A todos eles, portanto, nossa sincera e legítima homenagem.
Sr. Presidente, Sras e Srs Senadores, o Partido Comunista do Brasil atua para acumular forças, na luta política e institucional, na luta social, na luta de idéias. Somos um partido socialista, não importa quanto tempo durará essa luta e por quais caminhos. Cada tempo coloca seus próprios desafios: queremos estar livres dos condicionamentos modelados por outra época ou desafios estratégicos de outro molde. Somos um partido do presente para antecipar o futuro. Por isso fazemos o nosso esforço de renovação de concepções e práticas de partido, renovação de cultura política, voltada para os desafios do tempo.
Sr. Presidente, finalizo meu pronunciamento recorrendo a outro poeta universal, desta vez Pablo Neruda, que em 1949 descreveu em poesia o significado de valores como a solidariedade, a fraternidade e a firmeza das convicções que adquiriu ao longo de sua vivência junto ao partido comunista, que passo a ler:
“A meu partido”

Me deste a fraternidade para o que não conheço.Me acrescentaste a força de todos os que vivem.Me tornaste a dar a pátria como em um nascimento.Me deste a liberdade que não tem o solitário.Me ensinaste a acender a bondade, como o fogo.Me deste a retidão que necessita a árvore.Me ensinaste a ver a unidade e a diferença doshomens.Me mostraste como a dor de um ser morreu navitória de todos.Me ensinaste a dormir nas camas duras de meusirmãos.Me fizeste construir sobre a realidade comosobre uma rocha.Me fizeste adversário do malvado e muro dofrenético.Me fizeste ver a claridade do mundo e apossibilidade da alegria.Me fizeste indestrutível porque contigo nãotermino em mim mesmo.
Muito obrigado.

Abertas inscrições para Mostra de Artes Visuais do 2º. Colóquio do IMAGO

Estão abertas as inscrições da Mostra de Artes Visuais do 2º. Colóquio do Grupo de Pesquisa em Imagem, Espaço, Memória e Ensino - IMAGO da Universidade Regional do Cariri – URCA que acontecerá no período de 17 a 19 de junho, no campus Pimenta. A Mostra contemplará as categorias de desenho, pintura, fotografia, gravura, colagem, escultura, intervenção e instalação. Poderão se inscrever artistas do Ceará e de outros estados brasileiros. A temática do Colóquio e da Mostra será “CaririCaturas – imagens e representações da cultura no tempo e no espaço”.
Informações adicionais poderão ser obtidas pelo e-mail: coloquioimagomav@gmail.com ou pelo telefone: (88) 3102-1212 ramal 2424.

Regulamento da Mostra de Artes Visuais do II Colóquio Imago



1. DA PARTICIPAÇÃO

1.1 A Mostra de Artes Visuais do II Colóquio do Imago é organizada pelo Grupo de Pesquisa em Cultura Visual, Espaço, Memória e Ensino-IMAGO, vinculado ao Laboratório de Estudos e Pesquisas em Espaço Urbano e Cultura da Universidade Regional do Cariri e será realizada no espaço do Salão da Terra do Campus Pimenta da URCA, no período de 17 a 19 de junho de 2009. A Mostra é aberta à participação de artistas residentes na região do Cariri e em outras partes do país e tem como temática “CaririCaturas – imagens e representações da cultura no tempo e no espaço”.

2. DA INSCRIÇÃO

2.1 As inscrições são gratuitas e serão realizadas no período de 14 de abril a 14 de maio de 2008, na Sala do Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho - IEC, localizada no Campus Pimenta – vizinho à Biblioteca Central da URCA, pelos correios;

2.2 Cada artista poderá inscrever até dois trabalhos em uma ou duas categorias: DESENHO, PINTURA, FOTOGRAFIA, GRAVURA, COLAGEM, ESCULTURA, INTERVENÇÃO e INSTALAÇÃO, sendo que, para essas duas últimas categorias, somente será aceito um trabalho por artista ou grupo de artistas;

2.3 A inscrição será feita em ficha própria, fotocópia ou impressão da versão divulgada na INTERNET.

2.4 Documentos exigidos para inscrição de trabalhos:
· Ficha própria preenchida;
· CD com breve currículo do artista ( máximo 10 linhas)
· Imagens do trabalho (as imagens deverão ser salvas na versão JPG); no caso de instalação ou intervenção deve ser encaminhada a proposta; Todos os trabalhos deverão conter suas dimensões.

2.5 As inscrições deverão ser entregues/encaminhadas, em envelope fechado para o seguinte destinatário: Mostra de Artes Visuais do II Colóquio do Imago/URCA Comissão Organizadora - Rua Cel.Antônio Luiz 1161 - Pimenta, CEP: 63.100-000 Crato-CE.

2.6. As inscrições encerrar-se-ão no dia 14 de maio de 2009, às 17:00. Para os trabalhos remetidos pelos correios vale a data da postagem. As informações enviadas são de inteira responsabilidade dos inscritos e os demais projetos enviados serão devolvidos. Após a realização do evento, os mesmos ficarão disponíveis entre os dias 22 e 29 de junho de 2009 na Sala do IMAGO (URCA, Campus do Pimenta, Bloco de Geografia);

2.7. Não serão devolvidos documentos ou trabalhos pelos correios e a Comissão não se responsabilizará por trabalhos procurados após a data referida no item anterior;

2.8 Para trabalhos realizados em grupo, um único representante deverá assinar a ficha de inscrição e representar o grupo no caso de seleção, devendo os nomes dos demais integrantes constarem em anexo com os respectivos currículos;

2.9 Para os trabalhos de fora da região do Cariri, só serão aceitos trabalhos que possam ser reproduzidos em suporte fotográfico, ou seja, não serão aceitos os trabalhos originais: pinturas, gravuras, colagens, desenhos e esculturas, prevalecendo, neste sentido o conteúdo da imagem e não o seu suporte. Neste caso a imagem do trabalho deverá ser entregue em material digitalizado (CD); fica facultado ao artista o desejo de arcar com as despesas de transporte;

2.8 Para os trabalhos em todas as categorias somente serão aceitos projetos pensados especificadamente para a temática do evento: “CaririCaturas – imagens e representações da cultura no tempo e no espaço”;

2.10 Não serão aceitos trabalhos realizados com materiais que prejudiquem a apresentação de outros e/ou comprometam a integridade física do local, das equipes da Mostra e do público em geral. No caso de trabalhos realizados com materiais perecíveis e/ou adulteráveis, a Comissão Organizadora da Mostra se exime da responsabilidade sobre a vida útil dos mesmos;

2.11 A Comissão Organizadora rejeitará inscrições que não estejam de pleno acordo com os termos deste Regulamento;

2.12 O ato da inscrição implica na automática e plena concordância do inscrito com as normas deste Regulament.


3. DA SELEÇÃO

3.1 A seleção dos trabalhos será realizada por uma comissão composta por três membros atuantes na área, indicados pela Comissão Organizadora do Colóquio;

3.2 O resultado da seleção será divulgado pelo site da URCA. Os artistas selecionados serão comunicados via e-mail;

3.3 Somente serão expostos os trabalhos selecionados, não sendo permitidas substituições ou modificações dos mesmos após a seleção;

3.4 Serão selecionados no máximo 30 trabalhos, ficando a critério da Comissão Organizadora definir o número adequado de trabalhos comportáveis dentro do Espaço disponibilizado para a Exposição.


4. DO TRANSPORTE E RETIRADA DOS TRABALHOS

4.1 É de responsabilidade dos artistas selecionados, o envio e transporte dos trabalhos , os quais deverão ser enviados para o seguinte endereço: Sala do IMAGO, Bloco de Geografia. Rua Cel.Antônio Luiz 1161 – Pimenta – Crato – Ceará. Os trabalhos deverão ser entregues até 12 de junho.

4.2 A retirada dos trabalhos dos artistas selecionados será de inteira responsabilidade dos mesmos no período de 22 a 29 de junho, no endereço supracitado;

4.3 Recomenda-se que os trabalhos selecionados sejam acondicionados em embalagens resistentes (caixa de madeira, tubo PVC ou similares), se necessário, com instruções para reembalagem anexadas, já que sua devolução será feita com o reaproveitamento das mesmas embalagens;

3.4 A Comissão Organizadora da Mostra oferecerá condições de segurança para a exposição, entretanto, estará isenta de quaisquer responsabilidades em caso de eventuais sinistros.


5. DA MONTAGEM

5.1 Caberá exclusivamente à Curadoria da Mostra o conceito da montagem expositiva;

5.2 O artista selecionado arcará com quaisquer despesas de aluguel, compra e/ou reparos de equipamentos e materiais especiais necessários à apresentação do seu trabalho, sendo de sua total responsabilidade a produção e manutenção dos mesmos;

5.3 no caso de trabalhos não oriundos da região do Cariri, nas categorias de Intervenção e Instalação, serão analisadas as condições de realização por artistas locais, indicados pela Comissão Organizadora;

5.4 Trabalhos selecionados que exijam montagens especiais só serão exibidos de acordo com a disponibilidade técnica do local expositivo;

5.5 Trabalhos que eventualmente tenham sido danificados durante o transporte para a Mostra, somente serão expostos se houver tempo hábil para sua restauração, definida em comum acordo entre a Comissão Organizadora e o artista;

5.6 Artistas que inscreverem instalações ou trabalhos que devam ser montados no local da exposição, deverão anexar ao seu Projeto especificações claras sobre a montagem. Esse artista poderá, ainda, acompanhar a montagem do seu trabalho no local, em data a ser determinada pela comissão organizadora.



6. CERTIFICAÇÃO

6.1 A Mostra de Artes Visuais do II Colóquio Imago emitirá certificados pela Universidade Regional do Cariri a todos os artistas participantes do evento.

7. DIVULGAÇÃO

7.1 A Mostra divulgará nos diversos veículos de comunicação virtual, impresso, radiofônico e televisivo os nomes dos artistas participantes, bem como criará pagina virtual para divulgação dos trabalhos selecionados;

7.2 Será produzido folder/livreto com a listagem de todos os artistas e grupos participantes;

7.3 A reprodução integral ou fracionária das imagens de todos os trabalhos selecionados poderá ser divulgada como promoção da Mostra de Artes Visuais do II Colóquio do IMAGO em todos os tipos de mídia falada, escrita e televisiva, na produção de CD ROOM e veiculação em website.

8. DISPOSIÇÕES GERAIS

8.1 Os trabalhos não poderão ser alterados ou retirados antes do encerramento da Mostra;

8.2 Não caberá recursos das decisões da Comissão Organizadora;

8.3 Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora.


Comissão Cultural
2º Colóquio Imago

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fatinha Gomes é selecionada para evento da Fundação Nacional da Arte


A artista do Coletivo Camaradas, Fatinha Gomes teve proposta selecionada para participar de capacitação da Funarte.

A artista caririense Fatinha Gomes foi selecionada pela Funarte a partir da coordenadora de Música Popular Ana Terra para participar de capacitação destinada aos músicos do país. O evento acontecerá no dia 23 de Abril, no Rio Grande do Norte e terá como tema: Dialogo da Funarte com a classe musical. A mediação será com Cacá Machado,diretor do Centro da Música da Funarte e Ana Terra.Fatinha está pesquisando sobre a relação de gênero e musica na região do Cariri. O intuito da sua pesquisa é entender qual o espaço e influencia feminina na musicalidade da Região do Cariri. Fatinha é cantora, desenvolve alguns trabalhos na área das artes visuais, é integrnate do Coletivo Camaradas, acadêmica de pedagogia da Universidade Regional do Cariri – URCA, estagia do Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC, vinculado a Pró-reitoria de Extensão –PROEX. Conforme a artista o evento será importante pois enfatizará questões de gênero x musical e a questão da desbucratizaçao dos editais de cultura. Além de reconhecer que será um oportunidade de impar de intercambio cultural.


Serviço:
Fatinha Gomes
Email: fatinhacrato@bol.com.br

terça-feira, 14 de abril de 2009

Para não se esquecer.

Texto do embaixador norte-americano, Lincoln Gordon, aos seus superiores nos Estados Unidos. A mensagem é do dia 27 de março de 1964: 

 
"TOP SECRET

Pessoal do embaixador Gordon. Favor passar imediatamente para o secretário de Estado Rusk, o secretário-assistente Mann, Ralph Burton, secretário de Defesa McNamara, secretário-assistente de Defesa McNaughton, general Maxwell Taylor, diretor da CIA John McCone, coronel J.C. King, Desmond Fitzgerald, na Casa Branca para Bundy e Dungan, passar na zona do Canal
 (onde ficava o Comando Militar Sul dos Estados Unidos) ao general O'Meara. Outra distribuição só com aprovação dos acima citados.


1. Desde que retornei ao Rio em 22 de março eu tenho estudado a situação brasileira profundamente com assessores civis e militares daqui, convocando os chefes de missão em São Paulo e Brasília para ajudar e fazendo alguns contatos com brasileiros bem informados.

2. Minha conclusão é de que Goulart está definitivamente engajado em uma campanha para assumir poderes ditatoriais, aceitando a colaboração do Partido Comunista Brasileiro e outros grupos revolucionários da esquerda para esse fim. Se ele for bem sucedido é mais do que provável que o Brasil caia sob controle completo dos comunistas, ainda que Goulart possa ter a esperança de se voltar contra os apoiadores comunistas e adotar um modelo peronista, o que pessoalmente acredito que ele prefere.

3. As táticas imediatas da guarda palaciana de Goulart estão concentradas em pressões para garantir no Congresso reformas constitucionais inalcançáveis por meios normais, usando uma combinação de manifestações nas ruas, ameaças de greve ou greve, violência rural esporádica e abuso do enorme poder financeiro discricionário do governo federal. Isso vem junto com uma série de decretos executivos populistas, de legalidade qüestionável, e uma inspirada campanha de rumores sobre outros decretos, calculada para amedrontar elementos da resistência. Especialmente importante nessa conexão é a habilidade do presidente de enfraquecer a resistência no nível estadual ao segurar financiamento federal essencial. O governo também tem submetido emissoras de rádio e TV à censura parcial, aumentado o uso da agência de notícias nacional e requisitado tempo para transmitir propaganda reformista, fazendo ameaças veladas contra a imprensa de oposição. O propósito não é só de assegurar reformas econômicas e sociais construtivas, mas desacreditar a atual Constituição e o Congresso, assentando as bases para um golpe de cima para baixo que pode ser ratificado por um plebiscito fraudado e a reescrita da Constituição por uma Assembléia Constituinte fraudada.

4. Eu não descarto inteiramente a hipótese de que Goulart seja amedrontado a desistir dessa campanha e que termine normalmente seu mandato (até 31 de janeiro de 1966), com eleições presidenciais sendo realizadas em outubro de 1965. Essa seria a melhor saída para o Brasil e para os Estados Unidos, se acontecer. Os compromissos de Goulart com a esquerda revolucionária são agora tão profundos, no entanto, que as chances de alcançar esse resultado através da normalidade constitucional parecem ser de menos de 50%. Ele pode fazer recuos táticos para tranquilizar a oposição novamente, como fez no passado. Há alguns sinais de que isso aconteceu nos últimos dias, como resultado da maciça manifestação da oposição nas ruas de São Paulo no dia 19 de março, a hostilidade declarada de governadores de estados importantes e ameaças e descontentamento de oficiais, especialmente do Exército. Mas a experiência passada mostra que cada recuo tático permite ganho considerável de espaço e o próximo avanço vai além do anterior. Com o tempo do mandato acabando e os candidatos à sucessão entrando ativamente em campo, Goulart está sob pressão para agir mais rapidamente e com menor cálculo dos riscos. O desgoverno também acelera a taxa de inflação a ponto de ameaçar a quebra da economia e a desordem social. Um salto desesperado por poder ditatorial pode acontecer a qualquer momento.

5. O movimento Goulart, incluindo seus afiliados comunistas, representa a minoria - não mais de 15 a 20 por cento do povo ou do Congresso. Sistematicamente assumiu o controle de muitos pontos estatégicos, notavelmente na Petrobras (que sob um decreto de 13 de março agora assumirá as cinco últimas refinarias privadas ainda não sob seu controle), no Departamento de Correios e Telégrafos, na liderança de sindicatos do petróleo, das rodovias, dos portos, da marinha mercante, das recém-formadas associações de trabalhadores rurais e de algumas outras indústrias-chave, a Casa Civil e Militar da Presidência, unidades importantes dos ministérios da Justiça e Educação e elementos de muitas outras agências de governo. Nas Forças Armadas, há um grande número de oficiais esquerdistas que receberam privilégicos e posições-chave de Goulart, mas a grande maioria é de legalistas e anti-comunistas e há um antigo grupo de apoiadores de um golpe na direita. A esquerda tem tentado enfraquecer as Forças Armadas através da organização subversiva de oficiais da reserva e de pessoal alistado, com resultados significativos especialmente na Força Aérea e na Marinha.

 6. No dia 21 de março eu tive uma conversa com o secretário (de Estado) Rusk para avaliar a força e o espírito das forças de resistência e as circunstâncias que podem causar violência interna e um confronto. Acredito que desde o comício de Goulart com os sindicalistas no Rio, em 13 de março (o comício da Central do Brasil) houve uma polarização de atitudes, com apoio à Constituição e ao Congresso, para reformas apenas dentro da Constituição e a rejeição do comunismo, que vem de um grupo de governadores: Lacerda da Guanabara, Adhemar de Barros de São Paulo, Meneghetti do Rio Grande do Sul, Braga do Paraná e, para minha surpresa, Magalhães Pinto, de Minas Gerais. Eles foram fortalecidos pela clara declaração do ex-presidente marechal Dutra e pelo discurso de Kubistchek em sua indicação como candidato (à presidência). O grande comício pró-democracia em São Paulo, no dia 19 de março, organizado principalmente por movimentos de mulheres, deu um importante elemento de demonstração de massa pública, com reações favoráveis no Congresso e nas Forças Armadas.

7. Existe uma interdependência recíproca de ação entre o Congresso e as Forças Armadas. A resistência do Congresso a ações ilegais do Executivo e às exigências abusivas para mudança constitucional do presidente depende da convicção dos congressistas de que eles terão cobertura dos militares se assumirem posição. A tradição legalista das Forças Armadas é tão forte que elas desejariam, se possível, cobertura do Congresso para qualquer ação contra Goulart. A ação do Congresso é uma chave importantíssima da situação.

8. Enquanto uma clara maioria do Congresso desconfia das propostas de Goulart e despreza a sua evidente incompetência, o consenso presente dos líderes congressistas anti-Goulart é de que a maioria absoluta da Câmara dos Deputados não será obtida para um impeachment. Eles também se opõem à mudança do Congresso de Brasília acreditando que isso diminui o prestígio já abalado, embora mantenham aberta a possibilidade de um recuo dramático para São Paulo ou outro lugar como último recurso no caso de se aproximar uma guerra civil ou de uma guerra civil em andamento. Eles agora focam a aprovação de algumas reformas amenas como forma de enfrentar a campanha de Goulart contra o Congresso e avaliam outras maneiras de mostrar resistência ativa. Há pequena possibilidade de aprovação de uma lei de plebiscito, delegação de poderes 
(ao presidente), legalização do Partido Comunista, direito de voto para os analfabetos ou outras mudanças buscadas por Goulart.

9. De toda forma, a mudança mais significativa é a cristalização de um grupo de resistência militar sob a liderança do general Humberto Castello Branco, chefe de estado-maior do Exército. Castello Branco é um oficial altamente competente, discreto, honesto e respeitado, que tem forte lealdade aos princípios legais e constitucionais e até recentemente evitava qualquer aproximação com conspiradores anti-Goulart. Ele se associou com um grupo de outros oficiais bem colocados e está assumindo agora o controle e a direção sistemática de uma ampla mas ainda descentralizada organização de resistência de grupos militares e civis em todas as partes do país.

10. A preferência de Castello Branco seria de agir somente em caso de provocação inconstitucional óbvia, isso é, uma tentativa de Goulart de fechar o Congresso ou intervenção em um dos estados da oposição (Guanabara ou São Paulo sendo os mais prováveis). Ele reconhece, no entanto (e eu também) que Goulart pode evitar uma provocação óbvia, enquanto continua a se mover em direção a um fait accompli irreversível através de greves manipuladas, enfraquecimento financeiro de estados ou um plebiscito - incluindo voto para os analfabetos - para dar apoio a um tipo de poder bonapartista ou gaulista. Castello Branco está se preparando, portanto, para um possível movimento no caso de uma greve geral comandada pelos comunistas, outra rebelião dos sargentos, a convocação de um plebiscito que enfrente oposição do Congresso ou mesmo alguma grande medida governamental contra líderes democráticos militares ou civis. Neste caso, a cobertura política deve vir em primeira instância de um grupo de governadores, declarando-se o legítimo governo do Brasil, com apoio do Congresso em seguida (se o Congresso ainda puder agir). Também é possível que Goulart renuncie sob pressão de sólida oposição militar, ou para "fugir" do país ou para liderar um movimento "populista" revolucionário. As possibilidades claramente incluem guerra civil, com alguma divisão horizontal ou vertical nas Forças Armadas, agravadas pela posse disseminada de armas nas mãos de civis dos dois lados.

11. Ao contrário dos vários grupos anti-Goulart que nos procuraram durante os últimos dois anos e meio, o movimento de Castelo Branco demonstra a perspectiva de apoio amplo e liderança competente. Se nossa influência for usada para evitar um grande desastre aqui - o que pode transformar o Brasil na China dos anos 60 - nesse grupo é que tanto eu quanto meus assessores acreditamos que nosso apoio deve ser colocado (os secretários Rusk e Mann devem notar que Alberto Byington* está trabalhando com esse grupo). Nós temos essa visão mesmo que Castello Branco seja afastado de sua posição no Exército.

* Alberto Byington era um industrial paulista que ajudou a articular o golpe

12. Apesar de sua força entre os oficiais, o grupo de resistência está preocupado com as armas e a possível sabotagem do abastecimento de combustível. Dentro da próxima semana vamos avaliar as estimativas das armas necessárias através de um contato com o general Cintra*, o braço direito do Castello Branco. As necessidades de combustível incluem combustível para a Marinha, que agora está sendo buscado por Byington, além de gasolina para motores e para a aviação.

* General Ulhoa Cintra

13. Dada a absoluta incerteza quanto ao timing de um possível incidente-gatilho (que poderia ocorrer amanhã ou a qualquer momento), recomendamos (a) que sejam tomadas medidas o mais rapidamente possível para preparar uma entrega clandestina de armas que não sejam de origem americana a apoiadores de Castello Branco em São Paulo, assim que as necessidades sejam definidas e os arranjos feitos. A melhor possibilidade de entrega parece ser em um submarino sem identificação a ser descarregado à noite em algum ponto isolado da costa do estado de São Paulo, ao sul de Santos, provavelmente perto ou em Iguape ou Gananeia 
(Cananéia); (b) isso deveria ser acompanhado por combustível (a granel, embalado ou ambos), também evitando a identificação do governo dos Estados Unidos, com entrega que espere o início ativo de hostilidades. A ação (DEPTEL 1281*) deve proceder.

*Telegrama enviado à Embaixada desde Washington: "Defesa (o Departamento de) providenciou a lista dos materiais solicitados e outras informações sobre o navio-tanque de petróleo discutidas com você. Urgentemente esperando sua avaliação da situação para dar os passos seguintes nesta ação e definir próximos passos vis-à-vis Brasil."

14. O atendimento às sugestões acima pode ser suficiente para assegurar a vitória de forças amigáveis sem qualquer participação aberta, logística ou militar, dos Estados Unidos, especialmente se politicamente nossa intenção é dar reconhecimento imediato ao novo governo do Brasil. Deveríamos nos preparar sem demora para a contingência de uma intervenção aberta em um segundo estágio e também contra a possibilidade de ação soviética para apoiar o lado dos comunistas. Para minimizar as possibilidades de uma guerra civil prolongada e assegurar a adesão de um grande número de "band-wagon jumpers" 
(os que ficam em cima do muro), nossa habilidade em demonstrar compromisso e algum tipo de demonstração de força com grande rapidez pode ser crucial. Com esse objetivo e conforme nossas conversas em Washington, no dia 21 de março, uma possibilidade parece ser o envio de uma força-tarefa naval para manobras no Atlântico Sul, a poucos dias de distância de Santos. A logística deve seguir as especificações do South Brazil Contingency Plan (USSCJTFP-BRAZIL*), revisado aqui em 9 de março. Um porta-aviões seria muito importante pelo efeito psicológico. O contingente de fuzileiros navais poderia cumprir tarefas de performance logística definidas no South Plan. Instruções são aguardadas nesse ou em métodos alternativos, desde que com os objetivos acima mencionados.

* Planos de contingência militar que o Pentágono mantém em relação a todas as regiões do mundo, que passam por revisões constantes

15. Nós reconhecemos o problema de incerteza quanto ao período da necessidade dessas forças na área. Com crises quase diárias de intensidade variável aqui, no entanto, e a violência a ponto de se tornar epidêmica através de invasões de terra, confrontos entre grupos comunistas e democráticos nas ruas e com o crescendo das ações de Goulart com o objetivo de "atingir as reformas-de-base" até 24 de agosto (décimo aniversário do suicídio de Vargas), perigo real existe da irupção de guerra civil a qualquer momento. O único sinal convincente (em contrário) seria uma limpeza dos extremistas da guarda civil e militar do grupo palaciano. O episódio atual dos marinheiros rebeldes demonstra a fragilidade da situação e possível iminência de um confronto.

16. Estamos, enquanto isso, tomando medidas complementares com nossos recursos para fortalecer as forças da resistência. Isso inclui apoio clandestino a manifestações de rua pró-democracia (o próximo grande evento será no dia 2 de abril, no Rio, com outros ainda sendo programados), a difusão discreta de que o governo dos Estados Unidos está profundamente preocupado com os acontecimentos e o encorajamento de sentimento democrático e anti-comunista no Congresso, nas Forças Armadas, grupos amigáveis de estudantes e sindicalistas, igreja e empresas. Poderemos requisitar modestos fundos suplementares para outros projetos de ações clandestinas em futuro próximo.

17. Também acredito que seria útil, sem entrar em detalhes, uma resposta em entrevista coletiva do secretário de Estado ou do presidente indicando preocupação com informações sobre a deterioração econômica e a inquietude política no Brasil e a importância para o futuro do Hemisfério de que o Brasil, comprometido com suas raízes democráticas e tradições constitucionais, vai continuar seu progresso social e econômico sob a democracia representativa. Recomendamos que isso seja feito nos próximos dias.

18. Essa mensagem não é alarmista ou reação apavorada a um único incidente. Reflete as conclusões conjuntas da equipe da embaixada baseadas em uma longa corrente de ações e informação de inteligência que nos convenceram de que existe um perigo real e presente para a democracia e a liberdade no Brasil, que poderia conduzir esta nação enorme ao campo comunista. Se este fosse um país de menos importância estratégica para os Estados Unidos - tanto diretamente quanto no impacto que tem na América Latina - poderíamos sugerir um período de acompanhamento esperando que a resistência brasileira, sem ajuda, cuidasse do problema. Nós acreditamos que há uma grande possibilidade de que ela consiga fazer isso, dados os sentimentos básicos e as atitudes da maioria das pessoas e a força da democracia organizada, especialmente na metade Sul do país. O poder de Goulart e da presidência de enfraquecer e abalar a resistência é tão grande, no entanto, que nosso apoio manifesto, tanto moral quanto material e até a um custo substancial, pode ser essencial para manter a coluna da resistência brasileira. Não podemos perder tempo nos preparativos para tal ação. A alternativa de arriscar um Brasil comunista parece inaceitável, causando custos potencialmente muito maiores tanto em dinheiro quanto em vidas."

Fonte: Viomundo.