Rádio Chapada



quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Coletivo Camaradas não fura com Secretário de Cultura do Ceará




Fórum de Circulação da Música Cearense e desburocratização dos editais de incentivo as artes são reivindicações do Coletivo Camaradas ao Secretário de Cultura.



Integrantes do Coletivo Camaradas viajaram duas horas e meia do Crato até Tarrafas aonde foi instalado o Governo Itinerante, no ultimo dia 27, para participar de audiência com o Secretário de Cultura do Estado, professor Auto Filho com o intuito de discutir políticas públicas para área cultural. Entretanto, o Secretário não se encontrava mais na cidade de Tarrafas quando os Camaradas chegaram, mas as reivindicações do Coletivo foram recebidas pela articuladora da Secult, Norma Santana, a qual manteve um dialogo de mais de 30 minutos, aonde foram abordadas várias temáticas num clima de cordialidade. O Coletivo Camaradas foi para audiência a convite do próprio Secretário, depois dele tomar conhecimento da atuação política do grupo e do posicionamento contrário a política financiamento e beneficiamento das grandes bandas que vem sendo desenvolvida pelo Governo Cid Gomes. Os camaradas foram convidados a contribuir com avanço de políticas públicas que favoreçam o povo cearense e entregaram durante a audiência um documento com as seguintes reivindicações: Criação de Fórum da Circulação da Musica Cearense e a desburocratização na politica de editais da Secult e como sugestão colocarão como modelo a política de edital implementada pelos centros Culturais do Banco do Nordeste e da Funarte, que conforme observação dos Camaradas é um exemplo desburocratizante e que possibilita que os artistas sejam beneficiados com recursos públicos. De acordo com o documento encaminhado ao Secretário a atual política de editais do Estado só beneficia os “profissionais de projetos” que entram como atravessadores fazendo da produção artística e cultural um comércio.

Crato, 27 de janeiro de 2009.
Ilmo. Sr.
Prof. Auto Filho
Secretário de Cultura do Estado do Ceará


Senhor Secretário,

Ao longo deste Governo verificamos uma forte tendência ao financiamento público de grandes bandas da indústria cultural de Massa, que estão indiscutivelmente a serviço do mercado em detrimento a vasta, plural e diversificada produção musical cearense que não encontram espaço para popularização (circulação) desta musicalidade.

Nesse sentido, o Coletivo Camaradas vem pautando o debate em torno da democratização tanto do acesso como da fruição da produção musical cearense numa perspectiva plural que possa abarcar ritmos e estilos sem o monopólio do mercado fonográfico e das grandes produtoras.

Isto posto, propomos a criação do FORUM DA CIRCULAÇÃO DA MÚSICA CEARENSE que possa discutir e deliberar sobre políticas públicas, que viabilizem circulação de espetáculos, veiculação da musica cearense nas emissoras de rádio e televisão, prensagem de CDs, eventos de formação, proposição de projetos de leis e demais questões pertinentes.

Defendemos que o acesso aos recursos públicos deve ser viabilizado de forma a garantir a desburocratização e a possibilidade dos artistas serem beneficiados. O que podemos observar é que atualmente os beneficiados com os editais de incentivo são “os profissionais de projetos” (os burocratas), que na maioria das vezes são atravessadores de recursos públicos para os artistas, pois os artistas são excluídos do processo. Por isso, recomendamos que a política de editais da Secult sejam baseadas nas experiências desenvolvidas pelos Centros Culturais do Banco do Nordeste e da Funarte. Ambas se baseiam em privilegiar o conteúdo do projeto (concepção) e caso o projeto seja aprovado é que as obrigações legais são exigidas para contratação. Entretanto, a Política da Secult se apresenta de forma inversa.

Assim sendo, o Coletivo Camaradas se coloca a disposição para construir uma política pública democrática e que atenda as necessidades do povo cearense.



Atenciosamente,


Coletivo Camaradas

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cariri deverá sediar primeiro CUCA da UNE no Estado

A União Nacional dos Estudantes – UNE vem há cerca de 10 anos desenvolvendo a rede dos Centros Universitários de Cultura e Arte – Cuca´s. O objetivo dos Cucas é contribuir para circulação e fruição da produção artística nacional produzida dentro e fora do espaço universitário. No período de 17 a 18 de janeiro foi realizado em Salvador – BA, o Encontro dos Cucas de diversos estados brasileiros e de 20 a 25 foi realizada a sexta edição da Bienal da UNE, na capital baiana, dentro deste processo a Universidade Regional do Cariri – URCA participou dos dois eventos e manteve contatos anteriores com a entidade, através da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX. Os contatos que vem sendo mantido visam a criação do CUCA Cariri, que funcionará no espaço do estande da URCA no Parque de Exposições do Crato, juntamente com o Conselho Municipal de Mulher, Grupo de Valorização Negra do Cariri – Grunec e o Centro Acadêmico de Ciências Sociais que já estão em funcionamento.
Para o coordenador do Instituto Cuca Alexandre Santini, existe uma relação dialética sobre o papel do CUCA para dentro e para fora do Movimento Estudantil. Especialmente nesse momento com a opção de um trabalho mais voltado para as comunidades e para os Pontos de Cultura. Ele frisa que é importante para o Ceará está incluído no circuito dos Cucas e demonstrou interesse em viabilizar esse trabalho na região do Cariri.
Os Cucas são constituídos de artistas e estudantes e visam ultrapassar as barreiras existentes entre a academia e as comunidades contribuindo também para uma política de extensão universitária.
Para a professora Arlene Pessoa, Pró-reitora de Extensão, uma das entusiastas pela criação do Cineclube da URCA, ela acredita que o CUCA poderá contribuir para um processo de fomento a cultura e ressalta que a PROEX oferecerá como contrapartida aos alunos envolvidos no projeto uma certificação como atividade complementar.
A primeira reunião para discuti a criação do CUCA será nesta sexta-feira, dia 30, as 15 horas, na Sala da Proex, Campus Pimenta.


Por Alexandre Lucas
Fonte: Coletivo Camaradas (www.coletivocamaradas.blogspot.com)

sábado, 17 de janeiro de 2009

As falácias do Capitalismo: 1 - O eterno presente.


Talvez o título dessa postagem devesse ser " As mentiras que os defensores do capitalismo contam". Mas preferi o título
 que coloquei. Sei que o capitalismo não produz falácias, trata-se de um sistema, são os seus defensores e apologistas é que as produzem. Pessoas de carne e osso, cérebro e muita vontade
 política de defender o que é indefensável: a ordem social do capital.
Hoje escreverei apenas sobre uma dessas falácias: a do "eterno presente".
A teoria do "eterno presente" é aquela que tenta naturalizar todas as relações humanas. Tenta transformar os seres humanos em apenas mais uma espécie do reino animal. Ora, sabemos que os seres humanos fazem parte do reino animal. Mas ao mesmo tempo, constitutem uma espécie única que possibilitou o advento do tempo histórico. Aquele que só passou a existir com o advento dos seres humanos.

Os apologistas do capitalismo adotam duas posturas sobre o tempo histórico.

A primeira postura é a da negação da existência do tempo histórico.Dessa maneira, tentam afirmar que vivemos eternamente no presente, ou seja, desde tempos imemoriais, vivemos sob formas capitalistas, algumas vezes obliteradas por "amarras" e a comprovação desse fato seria uma "natureza humana" egoísta, maximizadora e individualista que sempre persegue a espécie humana. 

Assim, o capitalismo corresponderia a um "estado de espírito" que sempre esteve presente dentro de nós e sempre estará. O relógio do tempo na verdade estaria congelado, sempre marcando a mesma hora...

Determinismo e fatalismo! E muitos historiadores embarcam nessa, e logo os mais "críticos" ao marxismo e os mesmos que acusam o marxismo disso, tsc tsc...

A segunda postura sobre o tempo histórico (na defesa da ordem social do capital) é aquela que não nega a sua existência. Mas aí, duas posições demarcam essa postura:

a) Aquela que nega a inteligibilidade do tempo histórico, talvez "o sentimos mas não poderemos explicá-lo";

b) Aquela que se refere ao tempo histórico como apenas a sucessão dos conteúdos (pessoas, idéias), onde as formas foram, são e serão sempre fixas, indissolúveis.

E mais uma vez para minha tristeza, existem colegas historiadores, que são assalariados, que embarcam nessa. Formas fixas, indissolúveis. Apenas algumas amarras e entraves, mas lá no fundo, sempre capitalistas...

Karl Marx já escreveu, "Tudo o que é sólido desmancha no ar".

O surgimento dos seres humanos provocou o aparecimento do tempo histórico. A temporalidade mostra o caráter transitório das formas e dos conteúdos. No que diz respeito à humanidade, a transitoriedade de sua produção é evidente: as instituições, as relações, as técnicas, a arte, o trabalho, as religiões, a ciência, tudo muda e transita. Nada é eterno.

Existe uma cultura humana. Que é histórica portanto. Aos apologistas do capitalismo não interessa uma alternativa à ordem social do capital. Interessa sim a eles, a alienação. Aos proletários historiadores que servem a essa ordem, consciente ou inconscientemente cabe o papel de detratores do tempo histórico.

E nós? Como ficamos? Nos compete remar contra a corrente que insiste na desesperança e pessimismo que reinam no mundo atual.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Atuação do Coletivo Camaradas é reconhecida por Auto Filho




Secretaria de Cultura do Estado responde ao Coletivo e pede apoio dos Camaradas.

Diante do posicionamento contundente do Coletivo Camaradas que desde o ano passado vem fazendo sérias e justas criticas ao Governo do Estado do Ceará em relação a sua política de beneficiamento de grandes produtoras e bandas de música em detrimento da produção musical cearense que se caracteriza pela pluralidade e diversidade. A ultima ação do Coletivo foi a divulgação de nota de repudio intitulada “Cid Gomes não respeita os artistas do Estado do Ceará”. Na qual critica o financiamento do “Férias no Ceará”, alertando que essa ação é desperdício de recursos públicos, pois no fomenta nem a cultura, nem o turismo no Estado e faz criticas a política de editais da Secult em que ressalta a burocratização para obtenção do financiamento público por parte dos artistas cearenses. O Coletivo pela segunda vez se colocou a disposição para contribui com a Secretaria de Cultura do Estado para construir uma política que respeite as resoluções da Constituinte Cultural e contribuía para emancipação do povo cearense.

Carta de Auto Filho ao Coletivo Camaradas
Ao Coletivo Camarada,
Em primeiro lugar, agradecemos a atenção dispensada ao nosso pedido de divulgação do esclarecimento da Secult.
Quanto à questão dos Editais, manifestamos nossa satisfação e concordância com a nova visão exposta nessa nova mensagem. E agradecemos as sugestões visando alterar os Editais da Secult. A partir disso, criamos uma comissão técnica para estudar mais detidamente os Editais das instituições citadas por vocês.
Como vocês gentilmente se colocaram à diposição, gostaríamos de receber contribuições críticas mais concretas para melhoria desses Editais na direção sugerida (menos burocráticos e mais colaborativos com os artistas).
Recebemos também com satisfação a conclamação para interagirmos com os "artistas caririenses", não só "em defesa da participação da produção musical caririense durante a Expocrato", mas inclusive na política cultural pública mais geral. Nesse sentido, fazemos o convite para que representantes do Coletivo se façam presentes nas reuniões do Fórum da Cultura que vamos fazer no dia 26 em Penaforte (das 14 às 16) e no dia 27 em Tarrafas (no mesmo horário), por ocasião da realização do Governo Itinerante nessas cidades.
Cordialmente,
Auto Filho

Serviço:
Coletivo Camaradas
Blog: www.coletivocamaradas.blogspot.com
Email: coletivocamaradas@gmaail.com

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Coletivo Camaradas comprova insegurança no Fundão



Patrimônio Histórico e Ecológico não tem segurança na cidade do Crato, conforme comprovam artistas e ativistas.


Uma ação de intervenção artística foi realizada no ultimo domingo, dia 11, no Parque Estadual do Sítio Fundão, na Cidade do Crato pelo Coletivo Camaradas. A intenção da intervenção foi comprovar a falta de segurança no local que vem sendo deteriorado por vândolos e pela ação do tempo. Além do patrimônio ecológico, o Parque conta com engenho de pau, desativado há 50 anos e puxado a bois, que encontroa-se em ruínas, bem como uma casa de taipa de dois andares e uma barragem com estrutura de pedra. O patrimônio pertenceu o ecologista Jéferson da Franca Alencar e tem uma área de 93,54 hectares, a qual é rica em biodiversidade e mata nativa, inclusive, com espécies remanescentes da Mata Atlântica. O trabalho dos Camaradas consistiu de pesquisas sobre o local e a importância enquanto patrimônio histórico e ecológico, através de informações colhidas em órgãos do Estado e Ecologistas, além da comprovação in lócus. O grupo chegou pela manhã do domingo e ficou até meio dia, neste período fez o registro fotográfico, produziu placas e montou a sua intervenção que consistiu em colocar uma caixa de descarga sobre a palavra segurança entre a casa de taipa e na entrada colocaram uma placa como os dizeres “Preserve o fundão” e ao lado sacolas com lixo recolhidos dentre do Parque pelos integrantes do Coletivo. Conforme informações dos Camaradas o piso superior da casa estar deteriorado e as janelas estão arrombadas, o banheiro foi destruído e uma mesa de cerca de 100 anos que servia como assento para colocar potes encontrava-se destruída, bem como pia quebrada, telhado e sistema hidráulico e elétrico deteriorado. A próxima a ação do Coletivo será em outra área ambiental, a qual não foi divulgada e eles afirmam que a intenção é promover o dialogo vivencial da arte com a sociedade, através destes trabalhos/ações da arte contemporânea.

Serviço:

Coletivo Camaradas
Blog: www.coletivocamaradas.blogspot.com
Email: coletivocamaradas@gmail.com

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A farra da URCA privada

Depois de tanta luta em defesa da Universidade Pública eis que vem a farra da URCA privada:




http://www.urca.br/cev/content/pdf/PSsequenciais20091/Editaln082008CEV_CursosSequenciais.pdf


Com qual objetivo?


Para atender aos interesses de quem?


Rasgaram os compromissos assumidos em público, ignoraram as diretrizes e abandonaram os princípios.


Em nome do que? E o dinheiro tirado dos futuros alunos vai para onde? Para a Fundetec? ...


Mas a História não os absolverá, pois "tudo o que é sólido desmancha no ar".

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Lula não faz a Reforma Agrária

MST: 25 anos de teimosia
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Por João Pedro Stedile
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"Em janeiro de 1984, havia uma processo de reascenso do movimento de massas no Brasil.  A classe trabalhadora se reorganizava e acumulava forças orgânicas. Os partidos clandestinos já estavam na rua, como o PCB, PcdoB, etc.

 Tínhamos conquistado uma anistia parcial, mas a maioria dos exilados tinham voltado. Já havia se formado o PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a CONCLAT (Coordenação Nacional da Classe Trabalhadora). Amplos setores das igrejas cristãs ampliavam seu trabalho de formiguinha, formando consciência e núcleos de base em defesa dos pobres, inspirados pela Teologia da Libertação. Havia um entusiasmo em todo lugar, porque a ditadura estava sendo derrotada e, a classe trabalhadora brasileira, na ofensiva, lutando e se organizando.

Os camponeses no meio rural viviam o mesmo clima e a mesma ofensiva. Entre 1979 e 1984, se realizaram dezenas de ocupações de terra em todo o país.  Os posseiros, os sem terra e os assalariados rurais perderam o medo - e foram à luta. Não queriam mais migrar para a cidade como bois marcham para o matadouro (na expressão de nosso saudoso poeta uruguaio Zitarroza).

Fruto de tudo isso, nos reunimos em Cascavel, em janeiro de 1984, estimulados pelo trabalho pastoral da CPT,  lideranças de lutas pela terra de 16 estados brasileiros. E lá, depois de cinco dias de debates, discussões, reflexões coletivas,  fundamos o MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Os nossos objetivos eram claros: organizar um movimento de massas a nível nacional, que pudesse conscientizar os camponeses para lutarem por terra, por reforma agrária (mudanças mais amplas na agricultura) e por uma sociedade mais justa e igualitária. Queríamos, enfim, combater a pobreza e a desigualdade social.  A causa principal dessa situação no campo era a concentração da propriedade da terra, apelidada de latifúndio.

Não tínhamos a menor idéia se isso era possível. E nem quanto tempo levaríamos na busca de nossos objetivos. Passaram-se 25 anos, muito tempo. Foram anos de muitas mobilizações, muitas lutas e de uma teimosia constante, de sempre lutarmos e nos mobilizarmos contra o latifúndio. Pagamos caro por essa teimosia. Durante o governo Collor  fomos duramente reprimidos, com a instalação inclusive de um departamento especializado na Policia Federal para o combate aos sem-terra. Depois, com a vitória do neoliberalismo do governo FHC, foi o sinal verde para os latifundiários e suas polícias estaduais atacarem o movimento. Tivemos em pouco tempo dois massacres: Corumbiara e Carajás. Ao longo desses anos, centenas de trabalhadores rurais pagaram com sua própria vida o sonho da terra livre.

Mas seguimos a luta. Brecamos o neoliberalismo elegendo o governo Lula. Tínhamos esperança de que a vitória eleitoral pudesse desencadear um novo reascenso do movimento de massas, e com isso a reforma agrária tivesse mais força de ser implementada. Não houve reforma agrária durante o governo Lula. Ao contrário, as forças do capital internacional e financeiro, através de suas empresas transnacionais, ampliaram seu controle sobre a agricultura brasileira. 
 
Hoje a maior parte de nossas riquezas, produção e distribuição de mercadorias agrícolas está sob controle das empresas transnacionais. Elas se aliaram com os fazendeiros capitalistas e produziram o modelo de exploração do agronegócio. Muitos de seus porta-vozes se apressaram a prenunciar nas colunas de jornalões burgueses que o MST se acabaria. Lêdo  engano. A hegemonia do capital financeiro e das transnacionais sobre a agricultura não conseguiu, felizmente, acabar com o MST. Por um único motivo: o agronegócio não representa solução para os problemas dos milhões de pobres que vivem no meio rural.  E o MST é a expressão da vontade de libertação desses pobres.

A luta pela reforma agrária, que antes se baseava apenas na ocupação de terras do latifúndio, agora ficou mais complexa. Temos que lutar contra o capital, contra a dominação das empresas transnacionais. A reforma agrária deixou de ser aquela medida clássica: desapropriar grandes latifúndios e distribuir lotes para os pobres camponeses.  
 
Agora, as mudanças no campo para combater a pobreza, a desigualdade e a concentração de riquezas depende de mudança não só da propriedade da terra, mas também do modelo de produção. Se agora os inimigos são também as empresas internacionalizadas, que dominam os mercados mundiais, significa também que os camponeses dependerão cada vez mais das alianças com os trabalhadores da cidade para poder avançar nas suas conquistas. Felizmente, o MST adquiriu experiência nesses 25 anos: sabedoria necessária para desenvolver novos métodos e novas formas de luta de massa, que possam resolver os problemas do povo."
 
João Pedro Stedile é integrante da coordenação nacional do MST. Publicado na Revista Caros Amigos - Janeiro de 2009.

Cid Gomes não respeita os artistas do Ceará

Aqui é terra aonde floresce maracatu, repente, cantoria, rap, baião, forró, musica eletrônica, rock, chorrinho, reggae, samba, musical instrumental... Nesta terra produzimos música para alimentar o nosso povo...

O Governo Cid Gomes por inúmeras vezes vem marcando a sua gestão pelo continuo desrespeito aos artistas cearenses com uma política arbitraria, excludente e de financiamento descarado da indústria cultural.

No período da Expocrato 2008 , o Coletivo Camaradas e diversas personalidades do meio intelectual e artístico da região do Cariri posicionaram-se contra o processo sem critérios sociais para exploração do Parque de eventos (shows) da Expocrato. Na época colocava-se a necessidade de estabelecer uma quota para os artistas da região, respeitando a diversidade musical caririense. Esse terreiro de musica experimental, popular e erudita que é o Cariri. Através de uma Carta Aberta ao Governador os artistas caririenses colocaram suas reivindicações, a qual circulou nos diversos veículos de comunicação de massa e sendo entregue pessoalmente ao secretário de Cultura do Estado, professor Auto Filho. No entanto, o silêncio tomou conta do discurso do Governador.

Vale ressaltar que o Governo do Estado não pagou os cachês do artistas que se apresentaram no Palco Alternativo da URCA – Exprocrato julho/2008. (Valor do Cachê de cada banda R$ 500,00 menos os descontos ). Os artistas só não ficaram sem receber o pagamento porque a Administração da Universidade Regional do Cariri assumiu a dívida, mas o repasse nunca foi feito pela Secretaria de Cultura do Estado.

No mesmo período (julho/2008) diversos veículos de comunicação apontavam o Governo Cid envolvido no beneficiamento de bandas de forró em inaugurações em cidades do interior do Estado. As típicas bandas que promovem à socialização do machismo, da vulgarização sexual, da violência e da apologia às drogas. As “pornobandas”. As “grandes bandas” da industrial cultural que não representam a diversidade e a pluralidade musical do povo cearense.

Pela segunda vez a Secretaria de Turismo do Estado realiza o continuísmo inconseqüente com o dinheiro público, através do “Férias no Ceará”, que durante o mês de janeiro/2009 realiza 17 shows com bandas conhecidas nacionalmente, como Jota Quest, Biquíni Cavadão, Titãs, Arthur Moreira e Paralamas do Sucesso e as “pornôbandas”. O fato é que essa política do Pão e Circo do Governo Cid não beneficia a população e nem fortalece política de turismo ou de cultura no Estado. Rios de dinheiro público serão desperdiçados para atender as grandes empresas. Turista vem para o Ceará com o intuito de conhecer a produção local, portanto é equivocada a desculpa que esses eventos atraem turistas e outra coisa o povo cearense tem o direito conhecer o que é produzido no seu estado e na maioria das vezes a produção musical dos músicos cearenses não toca nas rádios e tvs que já são permeadas pelas indústrias das “pornobandas” e das grandes produtoras e na maioria dos casos poucos são os músicos e bandas do Estado que tem CDs produzidos.

O DINHEIRO DESPERDIÇADO com o “Férias no Ceará” daria para fazer circular em todo o estado uma diversidade de estilos e gostos musicais genuinamente cearenses ( com toda a estrutura que essas grandes bandas estão recebendo. Vale lembrar a imensa dificuldade que nossos artistas tem para produzir e fazer circular as suas músicas. Quantos CDS dariam para mandar fazer com esse dinheiro? Quantas instrumentos dariam para comprar? Quantos artistas poderia ganhar um justo cachê?

Por lado, a diversidade musical do Ceará marcada pela mesclagem e pluralidade resisti e frutifica uma produção artística ligada ao seu povo e sintonizada com o fazer musical local e universal que é desprezado e excluído pelo Governador, seja através dos “burrocraticos” editais de “incentivo a artes” que em nada incentiva (o ultimo edital de “incentivo” fazia exigências que privilegiava basicamente questões legais, em detrimento com o fator maior que deveria atentar, que era: o incentivo as artes). Ou pela via do beneficiamento das grandes produtoras e empresas de “música”.

É importante o intercâmbio musical para as camadas populares, a democratização do acesso do que é produzido em outros estados, mas é essencialmente necessário possibilitar que o povo conheça o que é produzido no seu Estado, como formar de fortalecer a identidade, a afirmação e o apoderamento cultural.

Como disse o grande poeta Patativa
“Por favô, não mexa aqui,
Que eu também não mêxo aí,
Cante lá que eu canto cá” .



Coletivo Camaradas
www.coletivocamaradas.blogspot.com
Mande a sua opinião para e-mail: coletivocamaradas@gmail.com

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Potengi realiza Dia de Reis no Sassaré


Potengi realiza Dia de Reis no Sassaré

Mestre Luiz, líder e brincante do Reisado do Sassaré de Potengi realiza o tradicional Dia de Reis. O Reisado do Sassaré vem resistindo há mais de 60 anos e é um raros grupos de brincantes que fazem uso de mascaras, reisado de caretas como também é conhecido na tradição. O grupo já participou também de apresentações da banda Ferreros que é uma mistura de baião, hip hop, regional e rock e uma das inovações musicais do Cariri. Esse ano o Mestre Luiz ganha o apoio do departamento de Cultura da Prefeitura, através do atual Secretário de Cultura do Município, Jefferson Luiz “Bob”, o qual tem forte ligação com o reisado do Sassaré, por ser integrante da Banda ferreros e amigo pessoal do Mestre. Conforme Jefferson Luiz a intenção é fortalecer a atuação do reisado em Potengi enquanto expressão de resistência da cultura popular da terra dos ferreiros.
O Dia de Reis (dia 06 de janeiro) será comemorado no terreiro Capela do Sítio Sassaré, a partir das 17 horas.