A Professora Salete Maria, da URCA, foi ameaçada após divulgar um cordel em que dá a sua opinião sobre a universidade. Onde é que nós vamos parar? Ameaças à liberdade de expressão da professora, incansável lutadora contra a homofobia, a violência contra a mulher e a opressão de classe. É preciso uma resposta enérgica contra essa tentativa de intimidação.
Quero ver se o reitor vai se omitir sobre este assunto também!
Ajude a divulgar.
Leia este triste e revoltante relato:
"AO REITOR DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI-URCA
AOS COLEGAS DE UNIVERSIDADE,
AOS MEUS COLEGAS DE DEPARTAMENTO,
AOS MEUS ALUNOS E AMIGOS,
"Mais que as idéias, são os interesses que separam as pessoas."
(Alexis de Tocqueville)
A razão deste e-mail é para comunicar um fato por mim reputado como gravíssimo e pedir apoio e solidariedade urgentes.
Em face da circulação de um cordel redigido por mim intitulado CARTA ABERTA AO REITOR NO ANIVERSÁRIO DA URCA, onde, apesar de reconhecer alguns avanços desenvolvidos no governo Plácido, chamo a atenção do mesmo para muitas irregularidades existentes em sua gestão, (cordel publicado no meu blog www.cordelirando.blogspot.com , e também remetido para o próprio Reitor, por e-mail e para algumas pessoas amigas); RECEBI HOJE, 28 de março, por volta das 16h 20 min, um telefonema que me deixou estarrecida.
Trata-se de uma ligação efetuada pelo professor RENO GONDIM do Departamento de Direito da URCA. O referido professor, com quem sempre tive, até a data de hoje, excelente relação profissional e de amizade, é, atualmente, candidato a chefe do meu departamento. Pois bem. Estou, há mais de dois anos residindo em Salvador para fins de cursar doutorado e este professor nunca me fez um contato, nem por e-mail nem por telefone, sequer, para saber se eu estou bem, se tenho o que comer ou onde morar, já que não disponho de bolsa de estudos.
No entanto, na tarde de hoje, creio que após ler o meu cordel, já que fez menção a ele, o referido professor me telefonou para (após certificar-se de que era eu quem havia atendido ao telefone) dizer que ia - palavras dele - ME COMER, ME FODER, ME ESTUPRAR, E EM SEGUIDA ACABAR COMIGO, JÁ QUE ERA ISTO QUE EU MERECIA. Disse ainda o professor que - palavras dele - SE PLACIDO NAO ERA HOMEM PARA FAZER ISTO, ELE ERA... ACRESCENTANDO QUE EU ERA PUTA E SAPATÁO PORQUE ELE AINDA NAO TINHA ME COMIDO(sic).
Sem entender o que se passava, eu lhe perguntei se ele estava louco e se por acaso ele tinha praticado alguma irregularidade tão grave que o fizesse se sentir ofendido com minha literatura. Ele disse, aos berros e, aparentemente, muito transtornado, que eu IA PAGAR PELO QUE ESCREVI, falando ainda QUE ACABARIA COMIGO TAO LOGO EU BOTASSE MEUS PÉS NA URCA. Antes que eu desligasse, o referido professor ainda proferiu muitos palavrões e expressões desconexas.
Diante de tal situação, liguei imediatamente para a secretária da URCA, Fátima Cabral, a fim de saber se ela deu meu telefone ao professor, uma vez que somente ela e a professora Cileide dispõem do meu número, além de meus familiares, já que estou sem celular. Fátima Cabral me disse que não, mas que iria perguntar a professora Cileide. Eu me lembro que o próprio professor falou no nome de Cileide.
Uma vez contactada, esta professora confirmou ter dado o meu telefone pra ele e disse que o mesmo o pediu para "se comunicar comigo”, não informando sobre o quê. Assim, sendo, pretendo fazer um BOLETIM DE OCORRENCIA amanhã cedo, pois já é tarde e a delegacia fica muito longe de onde moro aqui em Salvador.
Em face disto, esta carta também se configura como um comunicado formal ao Reitor da URCA, já que o meu cordel, embora em formato de carta aberta, tinha como destinatário o mesmo. Ademais, o professor Reno Gondim me telefonou pretendendo "fazer justiça ao Professor Plácido".
Este mesmo documento será endereçado ao Departamento de Direito, a cuja chefia o referido professor concorre como candidato único.
Devo lembrar que, ao redigir meu cordel, exercitei minha liberdade de expressão e, como manda a lei e como sempre faço, o assinei, assumindo a responsabilidade por tudo que escrevi, uma vez que tenho como provar tudo que narrei.
Deste modo, vale lembrar também que nem no governo de André Herzog, do qual eu era oposição declarada, sofri tamanha PERSEGUIÇAO. Creio que a Universidade como um todo deve repudiar tal conduta, de modo solene e formal. Bem como deve adotar as medidas administrativas cabíveis.
Ademais, em breve chego ao Cariri para ministrar aula na pós-graduação. Temo pelo que possa me acontecer. Vou pedir segurança ao coordenador de Curso e vou me acautelar porque penso que esta pessoa é capaz de tudo, uma vez que em lugar de discordar de meus argumentos no campo das idéias, escrever e assinar algo em contrário, opta por fazer terror e promover violência psicológica, por telefone, imaginando que, com isto, calo-me definitivamente.
Penso que a conduta deste professor denota e reflete um COMPORTAMENTO AUTORITARIO, PERSEGUIDOR, MACHISTA, HOMOFÓBICO, TRAIÇOEIRO E CRIMINOSO, que não deve ser olvidado nem tampouco relativizado por ninguém.
Por outro lado, não entendo sua manifestação, uma vez que eu não o citei e tampouco faço idéia do tipo de ofensa que eventualmente eu o fiz, já que o mesmo não ocupa, ainda, cargo superior neste IES. O que será que o professor Reno pensa que eu sei a respeito dele?
Indignada com tal atitude, mas percebendo que ela não é isolada, mas ao contrário, faz parte de uma política de intimidação e perseguição em curso na URCA desde há muito tempo, farei chegar às mãos do Reitor este meu relato.
Creio que a Universidade é ambiente de debate e inclusive de discordâncias. Mas as pelejas devem acontecer no campo das idéias, dos pensamentos, dos argumentos, das tomadas de posições. E tem que ser de modo claro, expresso e não sorrateiro.
Sinto-me ofendida como pessoa e como profissional que sou. PERSEGUIDA por conta de minhas posições que, na verdade deveriam orgulhar meus pares, já que não compactuo com coisas erradas e tampouco faço vistas grossas para elas.
Tenho medo de ir a Faculdade. Mas tenho coragem o suficiente para, diante do meu medo, não recuar, não retroagir, não desistir de lutar por uma URCA, UM CARIRI, UM BRASIL E UM MUNDO MELHOR.
Agradeço pela atenção e, caso entendam que mereço, também aceito, de coração, o vosso apoio.
Atenciosa e indignadamente,
Salete MARIA da Silva"
AOS COLEGAS DE UNIVERSIDADE,
AOS MEUS COLEGAS DE DEPARTAMENTO,
AOS MEUS ALUNOS E AMIGOS,
"Mais que as idéias, são os interesses que separam as pessoas."
(Alexis de Tocqueville)
A razão deste e-mail é para comunicar um fato por mim reputado como gravíssimo e pedir apoio e solidariedade urgentes.
Em face da circulação de um cordel redigido por mim intitulado CARTA ABERTA AO REITOR NO ANIVERSÁRIO DA URCA, onde, apesar de reconhecer alguns avanços desenvolvidos no governo Plácido, chamo a atenção do mesmo para muitas irregularidades existentes em sua gestão, (cordel publicado no meu blog www.cordelirando.
Trata-se de uma ligação efetuada pelo professor RENO GONDIM do Departamento de Direito da URCA. O referido professor, com quem sempre tive, até a data de hoje, excelente relação profissional e de amizade, é, atualmente, candidato a chefe do meu departamento. Pois bem. Estou, há mais de dois anos residindo em Salvador para fins de cursar doutorado e este professor nunca me fez um contato, nem por e-mail nem por telefone, sequer, para saber se eu estou bem, se tenho o que comer ou onde morar, já que não disponho de bolsa de estudos.
No entanto, na tarde de hoje, creio que após ler o meu cordel, já que fez menção a ele, o referido professor me telefonou para (após certificar-se de que era eu quem havia atendido ao telefone) dizer que ia - palavras dele - ME COMER, ME FODER, ME ESTUPRAR, E EM SEGUIDA ACABAR COMIGO, JÁ QUE ERA ISTO QUE EU MERECIA. Disse ainda o professor que - palavras dele - SE PLACIDO NAO ERA HOMEM PARA FAZER ISTO, ELE ERA... ACRESCENTANDO QUE EU ERA PUTA E SAPATÁO PORQUE ELE AINDA NAO TINHA ME COMIDO(sic).
Sem entender o que se passava, eu lhe perguntei se ele estava louco e se por acaso ele tinha praticado alguma irregularidade tão grave que o fizesse se sentir ofendido com minha literatura. Ele disse, aos berros e, aparentemente, muito transtornado, que eu IA PAGAR PELO QUE ESCREVI, falando ainda QUE ACABARIA COMIGO TAO LOGO EU BOTASSE MEUS PÉS NA URCA. Antes que eu desligasse, o referido professor ainda proferiu muitos palavrões e expressões desconexas.
Diante de tal situação, liguei imediatamente para a secretária da URCA, Fátima Cabral, a fim de saber se ela deu meu telefone ao professor, uma vez que somente ela e a professora Cileide dispõem do meu número, além de meus familiares, já que estou sem celular. Fátima Cabral me disse que não, mas que iria perguntar a professora Cileide. Eu me lembro que o próprio professor falou no nome de Cileide.
Uma vez contactada, esta professora confirmou ter dado o meu telefone pra ele e disse que o mesmo o pediu para "se comunicar comigo”, não informando sobre o quê. Assim, sendo, pretendo fazer um BOLETIM DE OCORRENCIA amanhã cedo, pois já é tarde e a delegacia fica muito longe de onde moro aqui em Salvador.
Em face disto, esta carta também se configura como um comunicado formal ao Reitor da URCA, já que o meu cordel, embora em formato de carta aberta, tinha como destinatário o mesmo. Ademais, o professor Reno Gondim me telefonou pretendendo "fazer justiça ao Professor Plácido".
Este mesmo documento será endereçado ao Departamento de Direito, a cuja chefia o referido professor concorre como candidato único.
Devo lembrar que, ao redigir meu cordel, exercitei minha liberdade de expressão e, como manda a lei e como sempre faço, o assinei, assumindo a responsabilidade por tudo que escrevi, uma vez que tenho como provar tudo que narrei.
Deste modo, vale lembrar também que nem no governo de André Herzog, do qual eu era oposição declarada, sofri tamanha PERSEGUIÇAO. Creio que a Universidade como um todo deve repudiar tal conduta, de modo solene e formal. Bem como deve adotar as medidas administrativas cabíveis.
Ademais, em breve chego ao Cariri para ministrar aula na pós-graduação. Temo pelo que possa me acontecer. Vou pedir segurança ao coordenador de Curso e vou me acautelar porque penso que esta pessoa é capaz de tudo, uma vez que em lugar de discordar de meus argumentos no campo das idéias, escrever e assinar algo em contrário, opta por fazer terror e promover violência psicológica, por telefone, imaginando que, com isto, calo-me definitivamente.
Penso que a conduta deste professor denota e reflete um COMPORTAMENTO AUTORITARIO, PERSEGUIDOR, MACHISTA, HOMOFÓBICO, TRAIÇOEIRO E CRIMINOSO, que não deve ser olvidado nem tampouco relativizado por ninguém.
Por outro lado, não entendo sua manifestação, uma vez que eu não o citei e tampouco faço idéia do tipo de ofensa que eventualmente eu o fiz, já que o mesmo não ocupa, ainda, cargo superior neste IES. O que será que o professor Reno pensa que eu sei a respeito dele?
Indignada com tal atitude, mas percebendo que ela não é isolada, mas ao contrário, faz parte de uma política de intimidação e perseguição em curso na URCA desde há muito tempo, farei chegar às mãos do Reitor este meu relato.
Creio que a Universidade é ambiente de debate e inclusive de discordâncias. Mas as pelejas devem acontecer no campo das idéias, dos pensamentos, dos argumentos, das tomadas de posições. E tem que ser de modo claro, expresso e não sorrateiro.
Sinto-me ofendida como pessoa e como profissional que sou. PERSEGUIDA por conta de minhas posições que, na verdade deveriam orgulhar meus pares, já que não compactuo com coisas erradas e tampouco faço vistas grossas para elas.
Tenho medo de ir a Faculdade. Mas tenho coragem o suficiente para, diante do meu medo, não recuar, não retroagir, não desistir de lutar por uma URCA, UM CARIRI, UM BRASIL E UM MUNDO MELHOR.
Agradeço pela atenção e, caso entendam que mereço, também aceito, de coração, o vosso apoio.
Atenciosa e indignadamente,
Salete MARIA da Silva"
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