Rádio Chapada



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Oswald Barroso - O desbravador da história popular do Ceará




Se os bandeirantes estiveram a serviço do Rei, Oswald que é de outro tempo esteve a serviço das camadas populares, descobrindo e esculpindo a história do povo do Ceará pisoteada pelas elites econômicas. Entre travessias e encruzilhadas percorreu os 184 municípios cearenses para transformar em arma emancipatória a história e a arte do seu povo.


Alexandre Lucas - Quem é Oswald Barroso ?

Oswald Barroso - É um multi-artista pesquisador que tem procurado se dedicar à causa dos oprimidos, atuando como uma espécie de griô, ou um exu, como queiram, sempre em travessias e encruzilhadas: vendo, ouvindo, sentindo a vida popular, traduzindo estas vivências em formas artísticas, para difundi-las em novos caminhos. Comecei com desenho, pintura e poesia. Depois desenvolvi um bom trabalho como letrista e cheguei mesmo a tentar ser músico. Até que me fixei no teatro e fiz ainda muitos vídeos documentários, chegando mesmo a gravar uma experiência em ficção, O Filho do Herói, para a TV Educativa, atual TVC. Hoje gosto também de fotografar, como uma forma de anotação etnográfica. No teatro, passei 18 anos no Grita, 10 no Boca Rica e agora estou do Teatro de Caretas. Fiz de tudo, trabalhei como ator, diretor, dramaturgo sempre, cenógrafo, iluminador etc. No jornal, fiz reportagem, ensaios e crítica de arte e, na universidade, ensino música nas tradições populares, estética, cultura brasileira e antropologia da arte. Admiro o homem renascentista, que transitava entre artes, saberes e culturas sem a menor cerimônia. Quem sabe estejamos retomando esse caminho.

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?

Oswald Barroso - Em 1964, depois que um acidente de trânsito encerrou minha carreira de atleta. Eu tinha 16 anos e havia sido convocado para a seleção cearense de vôlei. Uma camionete rural partiu minhas duas pernas, fraturas expostas, e mudou meu destino. Passei mais de um ano acamado e outro ano em tratamento hospitalar no Rio de Janeiro. Foi a oportunidade de conhecer toda a literatura brasileira, principalmente a poesia, e muito do modernismo europeu. Eu lia, escrevia e desenhava sem parar. No Rio de Janeiro, onde passei o ano de 1965, entre uma internação e outra no hospital, freqüentei a vida cultural da cidade: museus, bibliotecas, cinemas, shows, festivais. Voltei muito informado à Fortaleza. Já em 1966, no Colégio São João, me liguei ao grêmio e formamos um grupo de estudos marxistas. No ano seguinte, descobrimos articulações com o pessoal de esquerda, não só com o movimento estudantil, mas com o movimento popular, pescadores e operários de fábrica, no caso, porque eram eles que a gente queria retratar em nossa arte.

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?

Oswald Barroso - No início por influência do meu pai, poeta modernista, que colocou meu nome em homenagem a Oswald de Andrade, foram os poetas modernistas brasileiros: o próprio Oswald, Mário, Carlos Drummond, Vinícius de Morais, Manoel Bandeira, Solano Trindade, com destaque João Cabral (considero Morte e Vida Severina o maior texto dramático brasileiro), os cearenses, principalmente: Antônio Girão, Aluízio Medeiros e Jáder de Carvalho. Entre meus professores: André Hagüette, Francisco Alencar e Diatahy Bezerra de Menezes. Entre amigos de geração, parceiros, me influenciaram diretamente: Adriano Espínola e Rosemberg Cariry. Dos romancistas e intelectuais brasileiros: Graciliano Ramos (à lucidez de quem atribuo ter sobrevivido às torturas, pois graças à leitura de Memórias do Cárcere nas vésperas da prisão tive um comportamento adequado.), Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Darcy Ribeiro. Mas também: Gregório de Matos Guerra. Entre os latino-americanos: Gabriel Garcia Marquez, Eduardo Galeano, Ciro Alegria, Juan Rulfo, Jorge Luis Borges etc. Teatrólogos: Brecht, Meyerhold, Maiakóvski, Gorki, Peter Brook, Ariane Mneouchkine, os teatros tradicionais de modo geral etc. Mestres tradicionais: Sebastião Cosmo, Aldenir Callou, Manoel Ramos, Manoel Torrado, Biu Alexandre, Apolônio Melônio, João de Cristo Rei etc. Ainda: Joseph Campbell, Iung, Levi Strauss, Fritjof Capra. E mais: Van Gogh, Picasso, Portinari, Glauber Rocha etc.

Alexandre Lucas - Como você vê a relação entre arte e política?

Oswald Barroso - Se a gente fala de política no sentido de que “o homem é um animal político” (nesse sentido, aliás, todo animal é político, porque disputa território), então a política sendo uma dimensão do humano é, por consequência, uma dimensão da arte. É inquestionável que toda obra artística, sendo expressão do ser total, que por isso mais que qualquer outra manifestação do espírito humano implica subjetividade, traz em si uma visão de mundo expressa pelo autor e lida de algum modo pelo receptor. Arte sem significado, sem posicionamento sobre a realidade, sem tomar partido, não é arte, está mais para enfeite, arabesco, confeito e olhe lá.

Alexandre Lucas - O que é arte engajada para você?

Oswald Barroso - Pra mim, portanto, toda arte é engajada. Agora o artista escolhe em que causas engajar sua arte. Hoje, a maioria prefere engajar em campanhas comerciais. Vender o laptop da Xuxa, o tênis da Adidas e outros produto tais, como nas novelas e nos especiais de Natal da Globo. Mas uns preferem engajar em campanhas de caridade, outros em campanhas de saúde pública, usar camisinha, ou de incentivo ao pagamento de impostos etc. Alguns em campanhas de conscientização política, como os CPCs da UNE, ou o Teatro do Oprimido do Boal. Outros ainda em campanhas eleitorais para determinados candidatos. Outros, pelo contrário, em mostrar que a arte é biscoito fino para poucos eleitos e não diz respeito às massas, por isso deve ser financiada pelo governo. Aqueles mais conscientes, neste último caso, se contentam com a compra de suas obras por milionários. E assim vai. Cada um escolhe seu engajamento.

Alexandre Lucas - Qual o papel social do artista?

Oswald Barroso - Nas sociedades paleolíticas todas as pessoas fazem arte. Entre os índios brasileiros, por exemplo, isto acontece, e é muito bom. Não se distingue o artista. No neolítico aparece o artista, como artífice. É quando a arte se distingue entre os outros ofícios. Aparecem as várias artes de ofício. O papel do artista, então, é trabalhar para a sociedade, atender a demanda da sociedade. Penso que este deve ser seu papel social até hoje, o de um trabalhador para o bem da sociedade, ou seja, atender à demanda social. Agora, ele deve saber para quem trabalha. Se para o Rei, como os atores da comedia del’arte, ou para o populacho, como os jograis e saltimbancos? No caso, se para os empresários e banqueiros, ou para o povo e os movimentos populares? Eu gosto muito de trabalhar para os assentados (como fiz no projeto sertão da tradição), as dramistas (como no projeto dramas do litoral leste), os romeiros, os sem-terra, os sem-teto etc., mas trabalho também para algumas editoras ou instituições públicas, que não me cerceiem a liberdade de expressão. Quase sempre trabalho sob demanda. Por minha iniciativa mesmo tenho trabalhado pouco. Falta tempo, embora não falte planos.

Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?

Oswald Barroso - Acho que tenho contribuído para dar visibilidade à cultura popular do Ceará, principalmente aos reisados e às romarias, mas também ao artesanato. Isso não é pouco ao se levar em conta que a elite do Ceará, especialmente, sempre deu às costas ao seu povo. Quando eu nasci, nossa elite ainda estava no auge de uma cruzada para “civilizar” o Estado, lutando para fazer desaparecer tudo quanto é traço de cultura indígena e africana do nosso cotidiano. Esse horror ao popular ainda é muito forte na Fortaleza do Leste, que se espelhava em Londres e Paris, depois em Miami e agora em Dubai (embora ainda haja quem vá à Disney). No teatro, tenho tentado mostrar que temos referência para construir uma linguagem cênica nossa, original, sem copiar o estrangeiro ou o sul maravilha.


Alexandre Lucas - Você deu uma grande contribuição para a pesquisa científica no processo de redescobrimento, registro e discussão sobre as manifestações da “cultura do povo”no Estado do Ceará ?

Oswald Barroso - Tenho muitos motivos de orgulho na vida, um deles é ser doutor em reisado e outro é ser cidadão honorário de Juazeiro do Norte. Já viajei por todos os 184 municípios do Ceará, vários distritos e inúmeras localidades de muitos deles. Dezenas, visitei várias vezes. Outros, dezenas de vezes, como Juazeiro do Norte. Nestas pesquisas, o que eu fiz foi ouvir histórias. Eu sempre viajei para colher boas histórias. Não eram pesquisas científicas propriamente ditas. Não acredito em ciência objetiva, em conhecimento objetivo. Trabalhei inicialmente como repórter de O Povo. Vivia viajando por Fortaleza, desde o centro até a periferia, e pelo interior do Estado, entrevistando gente, colhendo boas histórias e dando a elas a forma da minha arte.
Depois inventei de ser pesquisador, trabalhando na Secult e, em seguida na Universidade, onde continuei fazendo o mesmo, colhendo mitos, lendas, histórias de trancoso, de mistério, do arco da velha, de lutas populares, de assombração, dramas pessoais, aventuras, poesia que eu via, ouvia, imaginava, vivia. Às vezes, essas histórias eu resolvia viver eu mesmo, me aventurava, para depois escrever, desenhar, reviver. Vivenciei muitas das peripécias que conto. É bom porque a gente não perde um detalhe. Almanaque Poético é um livro assim.

Alexandre Lucas - O que representou e representa para você o trabalho de pesquisa?

Oswald Barroso - É uma forma de viver, uma razão para caminhar, a busca de um mistério, a tentativa de compreender o mundo ou talvez apenas de viver de uma maneira desafiadora e prazerosa.
É também a fonte de toda a minha criação e imaginação. Nenhuma imaginação solitária é mais poderosa do que a imaginação do inconsciente coletivo.

Alexandre Lucas - Fale dessas pesquisas?

Oswald Barroso - Embora já conhecesse a cultura popular desde menino, da feira do Ipu, onde eu passava as férias, e da periferia do grande Recife, onde vivi na clandestinidade, foi numa romaria ao Juazeiro do Norte que se deu meu grande alumbramento. Daí começaram as pesquisas sobre os mistérios do povo romeiro: cordelistas, xilógrafos, imaginários, profetas, beatos, conselheiros, cantadores, mestres de reisado, santos etc. Aprendi que há uma religião que não é o ópio do povo mas que é dele, nascida de sua alma e por seu espírito alimentada e passei a querer desvendar sua lógica e seus mistérios. Participei de pesquisas seguidas: Artesanato Cearense, Literatura de Cordel, Reis de Congo e Reis de Bailes, Caminhos de São Francisco, Atlas da Cultura Cearense, Festas Populares do Ceará, Memória do Caminho, Sertão da Tradição, Terreiro da Tradição, Mãos Preciosas, Dramas Populares do Litoral Leste, Reis Assentados, Guia Turístico do Ceará, Máscaras Brincantes etc. Como jornalista, escrevi mais de 400 textos, entre artigos e reportagens, a maioria dos quais versando sobre assuntos da cultura cearense. Uma parte das histórias colhidas ainda não foram processadas e outra parte, mesmo transfiguradas, ainda não foram publicadas.

Alexandre Lucas - Como você analisa a nova conjuntura para as políticas públicas para cultura no país?

Oswald Barroso - Penso que os pontos altos do Governo Lula foram as políticas externa e cultural. Gilberto Gil incluiu o Brasil e sua diversidade cultural na ação do Minc., além de solidificar uma prática de editais. Juca foi adiante e queria modificar a Lei Rouanet, assim como a Lei de Direitos Autorais. A nomeação da nova Ministra da Cultura Ana Holanda foi uma reivindicação da elite do Rio-São Paulo que se opõe a esse caminho. Ela surge como representante do pessoal que quer um ministério para os artistas midiáticos e para a indústria cultural. Em compensação, acabo de saber da nomeação do Francisco Pinheiro para a Secult Ce., fato que aponta em sentido contrário, ou seja, para uma política de cultura ampla e diversificada.

Alexandre Lucas - Nas sociedades primitivas a arte não se separava da vida. Você acredita na necessidade deste reencontro arte-vida?

Oswald Barroso - Com certeza, penso que caminhamos para um novo projeto civilizatório onde não apenas a arte se desfragmente, refundindo-se em suas diferentes linguagens, como se reintegre à vida, de tal modo que desapareça, até mesmo, a palavra arte, porque tudo será arte. Como fazem os índios, que dedicam a vida, integralmente, a encher de beleza o universo.

Alexandre Lucas - Qual a importância dos Coletivos de artistas dentro da produção estética e artística?

Oswald Barroso - É total, porque os grandes movimentos artísticos, a melhor arte, embora haja o talento individual, sempre é produção da coletividade. As grandes escolas, os grandes estilos, as grandes criações, o grande saber, o grande fazer artístico é coletivo. O gênio só brota no coletivo. O talento individual precisa de terreno propício para florescer. Nas culturas tradicionais isto é muito evidente.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Nívia Uchôa - O cotidiano como uma poética de luz

Uma série de entrevistas com artistas, produtores e gestores culturais serão realizadas pelo Coletivo Camaradas e disponibilizada para blogs e sites. A série entrevistará nomes como Jorge Mautner, Oswlad Barroso, Vitória Regia Turin, Lula Gonzaga, Hamurabi Batista, Augusto Bitú, Norma Paula, Alexandre Santini, Marlon Torres. A série inicia entrevistando Nívia Uchôa.
Nívia Uchôa tem um trabalho que vem sendo reconhecido nacionalmente, com uma poética própria e cheia de luz, a artista consegue a partir cotidiano das camadas populares criar poesias visuais com a sua fotografia. Natural de Aracati, mas desde a infância reside no Cariri do Ceará.

Alexandre Lucas - Quem é Nívia Uchôa?

Nívia Uchôa - Fotógrafa há 16 anos, com pesquisa etnográfica e antropológica na Região do Cariri, Ceará e no Brasil com uma documentação sobre relação do ser humano com água com projeto Água Pra que te quero! Formação acadêmica Geografia e atualmente sou professora substituta de Fotografia e Cinema da Universidade Regional do Cariri URCA na Escola de Artes Violeta Arraes. Fundadora do grupo de fotografia POESIA DA LUZ

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?

Nívia Uchôa - Quando iniciei minha carreira em 1994, meu trabalho já veio carimbado com um olhar artístico, pois minha estética já se consolidava com uma busca pelo meu olhar autoral, pelo meu traço.

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?

Nívia Uchôa - História da Fotografia , na fotografia Contemporânea, cinema e pintura e a teoria quântica, mas, tenho influencias da fotografia do Cartier Bresson, Sebastião Salgado, Tina Modotti, Celso Oliveira, Tiago Santana, João Roberto Ripper, Cristiano Mascaro, Maureen Brisilliat, Frederico Fellini, Akira Kurosawa, Michelangelo Antoinioni, Glauber Rocha, aqui no Cariri, tenho influencias da profusão artística, do artesanato, da cultura da tradição oral, da pintura do Luis Karimai, do fotografo Gilberto Morimitsu e da influencia do cotidiano desses lugares cheios de identidade e polissêmicos.

Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?

Nívia Uchôa - Penso que ainda falta mais esforço para que ambas dialoguem com mais freqüência, o artista não pode ficar distante da política e ou vice versa, a política ainda é vista como clientelista, ou melhor, ela ainda é clientelista, dai dificulta fazer a arte e política andarem mais próximas, pelo menos eu não me utilizo dela para minha arte. Mais em nível universal várias vertentes políticas pensam a arte.




Alexandre Lucas - O que representa a fotografia na sua vida?

Nívia Uchôa - Luz, sobretudo vida, não viveria longe da fotografia, da luz que a faz ser. Não seria Nívia Uchôa se não fosse à fotografia, não conduziria meu caminho com tranqüilidade se não fosse a fotografia. Fotografia é o alimento da minha alma.

Alexandre Lucas - Você tem um trabalho de militância política na área da cultura. Isso reflete na sua produção estética e artística?

Nívia Uchôa - Minha militância é mais pelo trabalho e a produção de uma coletividade no mundo da arte, pois penso que sem esse olhar mais coletivo, seremos seres cada vez mais individualistas, a arte é como a água tem para todos e todas, se essa fonte secar sofreremos com isso, quanto a saber se isso reflete em minha produção estética e artística, nunca parei para pensar sobre isso, pois por mais que falo em coletivo, ainda tenho um trabalho solitário, as pessoas não gostam de trabalhar juntas, elas acham que vamos roubar suas idéias e seus ideais, mas, como tenho um traço próprio, não tenho medo de que me roubem, pois não tem como roubar a luz que vejo, a luz que recorto da realidade, essa que nos segue e persegue em um piscar de olhos.

Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória?

Nívia Uchôa - Bom, fiz vários trabalhos, mas, citarei aqui os que me deram prazer em realiza-los. Fotografar Juazeiro do Norte-Ce esse faço naturalmente em meu cotidiano, em 1997 fiz um trabalho com um amigo Antonio Vargas, fomos fotografar a rampa de lixo de Jangurussu em Fortaleza-CE, trabalho esse que me emocionou profundamente pela forma que essas pessoas viviam literalmente no lixo, esse trabalho foi exposto na UFC, Grenoble, Paris, Bruxelas, Lion. Em 2000 fiz uma exposição que a Dodora Guimães curadora da exposição, intitulou de Gentes do Cariri, foi com esse trabalho que fiquei conhecida no Ceará, o qual pude expor no Palácio da Abolição no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela em Fortaleza, em 2005, 2006 e 2007 fiz um trabalho para a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará sob a gestão da Cláudia Leitão e pude viajar o Ceará quase todo, isso me rendeu algumas publicações entre elas Memória do Caminho do Oswald Barroso e o Guia Turístico Cultural do Estado. Iniciei minha trajetoria no audiovisual e cinema realizando alguns curtas como Adeus meu bem, Catadores de Piqui, Quarta Parede, Quero viver igual a um beija-flor. Em 2010 participei de uma coletiva de 30 anos de Fotografia da Curadora Rosely Nakagawa nos Centros Culturais Caixa Economica Brasilia, São Paulo, Salvador e Curitiba, na ocasião tive a oportunidade de esta ao lado dos grandes fotografos brasileiros Cristiano Mascaro, Thomaz Farkas, Mário Cravo Neto, Pedro Karp Vasquez, Luiz Braga, Celso Oliveira, Tiago Santana, Guy Veloso, entre outros famosos no universo da fotografia brasileira e finalmente um trabalho que me consolido através da antropologia visual, meu mais novo trabalho intitulado Água pra que te quero! Esse esta em fase de conclusão e conto a história de 3 bacias hidrográficas do estado do Ceará através da imagem e de uma pesquisa que fiz com uma equipe em 2 anos. Esse trabalho será lançado em março e constará de um livro e um vídeo onde conto a relação do ser humano com água. E por fim faço parte atualmente da Rede de Produtores de Fotografia no Brasil o qual realiza várias atividades no campo da produção da fotografia brasileira como realizadores, agitadores culturais e comunicadores.

Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?
Nívia Uchôa - Penso que a fotografia está além de tudo a serviço do social, devemos mostrar nosso universo de cotidiano através das imagens, sobretudo quando devemos e podemos relatar a arte através dele. A imagem fotográfica DIZ e com isso ela pode denunciar, conduzir, salvar, ela nos faz acreditar ser ela própria sem nada esconder, a fotografia esta além do que se pode imaginar, ela diz por si só.

Alexandre Lucas - Você acredita que a Academia elitiza a arte?

Nívia Uchôa - Bem, penso que arte se auto-elitiza, a academia ensina arte como está nos livros, à arte esta desde seu inicio, desde quando o ser humano pode se comunicar, arte pela academia é conceito.

Alexandre Lucas - Quando a arte humaniza?

Nívia Uchôa -
Quando ela sai da individualidade e mostra seu lado coletivo, quando ela não cai no amadorismo, mas, quando ela busca saber, propor, dizer para que ela veio, sair dos conceitos e ir para prática.

Alexandre Lucas - Como você enxerga os coletivos de artistas?

Nívia Uchôa - Penso que ainda estamos muito atrasados aqui no Cariri, mas nacionalmente e mundialmente temos vários coletivos. A idéia de se coletivizar é bem interessante, pois precisamos do olhar dos outros para produzirmos e assim saber quem somo nós.

Alexandre Lucas - Como você ver atuação do Coletivo Camaradas e qual a sua relação com esse grupo?

Nívia Uchôa - Vejo com uma força grande, mudou muito aqui em nossa região, o Coletivo Camaradas pensa a arte e a política, pensa os trabalhos a parir de um todo. Minha relação com o Coletivo ainda não é de uma total militância por conta da minha agenda que tem sido intensa, mas, quero e posso me dedicar muito mais.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

Inscrições da Bienal da UNE só até 15 de dezembro

O Coletivo Camaradas é um dos parceiros Bienal da UNE. O Estado do Ceará deverá inscrever mais de 100 trabalhos para atender a meta estabelecida pelo Instituto CUCA. Diversos artistas e estudantes da região do Cariri já enviaram trabalhos.

A coordenação da 7ª Bienal da UNE anunciou nesta terça-feira (30) a prorrogação do prazo para as inscrições de trabalhos nas mostras artísticas do festival. Inicialmente, a data final seria 30 de novembro. Porém, em razão da grande procura e com objetivo de ampliar a diversidade dos trabalhos que irão se apresentar na Bienal, a nova data definida é dia 15/12 (quarta-feira). Os nomes dos selecionados serão divulgados até o dia 20/12 (segunda-feira) no portal www.une.org.br. Haverá também comunicado por e-mail e telefone.

O EstudanteNet explica abaixo todas as formas que existem para participar da Bienal da UNE.

TRABALHOS SELECIONADOS PARA A 7ª BIENAL

A primeira forma de participar da Bienal da UNE é ter o seu trabalho selecionado para ser apresentado nas mostras artísticas. Caso isso ocorra, não é necessário fazer a inscrição individual (estará automaticamente abonado da taxa de R$ 100). O selecionado será ainda premiado com um pro labore e terá um alojamento específico (os alojamentos são em salas de aulas). A organização da Bienal não se responsabiliza pela alimentação e o translado até o Rio de Janeiro.

Para inscrever o seu trabalho na áreas de Artes Integradas, Música, Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Literatura, C&T, Mostra CUCA e Atividades Autogestionadas basta ler o regulamento da 7ª Bienal e fazer o cadastro nos links abaixo. É fácil e gratuito.
As propostas podem ser enviadas até o dia 15/12/2010. O resultado dos selecionados será divulgado até o dia 20/12/2010 no portal www.une.org.br.

Pelo Twitter @bienaldaune, os interessados poderão acompanhar outras informações. Em breve será lançado também o hotsite da Bienal. Dúvidas poderão ser esclarecidas pelo e-mail bienal@une.org.br.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Documentário registra a história do mestre Cirilo

O mestre Cirilo do Maneiro Pau da Bela da cidade do Crato desde cedo aprendeu com os mestres a importância da cultura popular. Discípulo dos Mestres Dedé de Luna, Aldenir e Bigode, Cirilo vem há quase trinta anos mantendo a brincadeira do Maneiro Pau na Comunidade da Bela Vista, ele é um dos agraciados com o título institucional de Mestre da Cultura Popular e deve repassar seus saberes para a comunidade como forma de garantir a continuidade da brincadeira para as gerações futuras.

Essa história será transformada em documentário, através do projeto “No Terreiro dos Brincantes” desenvolvido pela Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX e o Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC e a parceria do Coletivo Camaradas. O projeto consiste em produzir documentários sobre cultura popular apresentando os contextos de vivência social dos brincantes.

Esse será o quarto documentário produzido pelo projeto. Já foram produzidos os seguintes; Mulheres do Coco da Batateira, Mestre Zulene Galdino, Reisado Dedé de Luna que está em fase de conclusão.

O lançamento dos documentários são realizados nas próprias comunidades nas quais eles são produzidos, como forma valorizar os protagonistas das brincadeiras da cultura popular.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Evento reúne arte urbana e poesia popular no Dia da Consciência Negra no Crato



Por Marlon Torres*

O Coletivo Camaradas propiciará a mistura do Rap e do Repente no dia 20 de novembro, a partir das 19 horas, no Largo da RFFSA.

Sete cordas, onze silabas, dez linhas ... é por traz desse universo numérico que se esconde os segredos dos versos dos repentistas, ou feitos de repente. A sonoridade de rimas, compassos e tônicas, de uma frase milimetricamente produzida em instantes é que faz torna imortal essa arte já imortalizada no coração de tantos sertanejos.


A musicalidade da sextilha, a velocidade de um martelo e o compasso do famoso galope a beira mar, traduzem os sentimentos que de quem produz essas maravilhas da cultura popular.


Essa arte com o passar do tempo foi evoluindo sem perder a graciosidade. O pandeiro que guiava a marcação de um coco de embolada foi lentamente substituído por discos de vinil. A viola, companheira fiel do poeta repentista foi dando espaço para as “techinics”, e os baiões extraídos do pinho nordestino agora são equalizados em mixers. Com isso surge uma nova versão de improvisadores, o MC ( Mestre de Cerimônia) que em cima da batida explosiva do RAP canta o seu dia-a-dia em um improviso assim como fazem os repentistas.


O Rap de Repente visa mesclar essas duas vertentes do improviso num só balaio de rima e métrica. O velho e o novo se misturam num contexto atual sem perder sua característica própria.


O evento é aberto para a participação do público. Portanto MCs, poetas e o público em geral podem participar da brincadeira que abordará temáticas ligadas ao Dia da Consciência Negra.


*MC, artista visual, professor e integrante do Coletivo Camaradas

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Guerrilha começa sexta-feira com procissão




A segunda Guerrilha do Ato Dramático Caririense começa nesta sexta-feira, dia 05, na cidade do Crato. A abertura do evento começa a partir das 17 horas, com procissão saindo da Praça São Vicente.




GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE

TEATRO RACHEL DE QUEIROZ

DE 5 A 27 DE NOVEMBRO DE 2010

CRATO - CARIRI - CEARÁ

A MAIOR AGENDA DE ESPETÁCULOS DO NORDESTE BRASILEIRO!!!

LUTA E AFIRMAÇÃO

Criada em 2009 pela Sociedade Cariri das Artes / Cia. Cearense de Teatro Brincante e Sociedade de Cultura Artística do Crato, Pontos de Cultura do Brasil, consorciadas com grupos e companhias de teatro e dança atuantes na região, a Guerrilha do Ato Dramático Caririense é um dos mais importantes projetos de inclusão e afirmação cultural em artes cênicas do interior nordestino, consolidado que está como instrumento de valorização, incentivo e desenvolvimento das artes no Cariri cearense, fortalecendo-o, inclusive, como destino turístico-cultural.

Com esse espírito, realizamos, de 07 a 22 de novembro de 2009, a “1ª Guerrilha do Ato Dramático Caririense”. Foram 16 espetáculos reunindo cerca de 3.000 espectadores de todas as idades, revelando a vitalidade das artes cênicas e o potencial de plateia caririenses.

A edição de 2010, que ocorrerá de 5 a 27 de novembro, terá a participação de 44 espetáculos de teatro e dança realizados por 26 companhias, todas do Cariri, sempre dois por noite, às 19h00min e 20h30min, nas modalidades palco à italiana e arena, além de dois shows musicais e performances circenses.

Estima-se que o evento mobilize um público de cerca de 5.000 pessoas, entre conterrâneos e visitantes, prestigiando e reconhecendo a dramaturgia e a encenação produzidas na região como fortes elementos identitários do povo caririense, cearense e nordestino.

DEFESA DA IDENTIDADE CULTURAL

A cultura brasileira tem se afirmado pela diversidade. O Nordeste, e nele o Cariri cearense, se destaca como emblema cultural resultante de intenso caldeamento de influências, notadamente a ibérica, a africana e a ameríndia, iniciado nos tempos de colonização das terras brasileiras pelos portugueses.

Entretanto, atualmente, forças midiáticas movidas pelo interesse econômico privado e alimentadas pela ideologia hegemonista do grande capital internacional ferem cruelmente o direito à livre existência da pluralidade de linguagens e tendências artísticas e culturais, na tentativa de estabelecer a estética do consumo capitalista como única via de comportamento intelectual e material.

Em meio a essa avalanche destruidora, a resistência de afirmação da identidade popular tem se dado pela bravura de grupos alternativos, reforçados por programas públicos de desenvolvimento cultural e parcerias com entidades de classe, sempre almejando oportunidades de crescimento profissional, geração de renda e difusão dos símbolos culturais que identificam o povo e sua história.

APOIO

Secretaria de Cultura do Município do Crato

Governo Municipal do Crato

Secretaria de Cultura do Estado do Ceará

Governo do Estado do Ceará

Ministério da Cultura – Programa + Cultura / Cultura Viva

Centro Cultural Banco do Nordeste - CCBNB Cariri / Banco do Nordeste

Governo Federal

Circo-Escola Alegria / Projeto Circo do Sopé

Centro de Ativação Cultural Poeta Cego Aderaldo

Coletivo Camaradas

SATED-CE

Imprensa

Blogues

GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE

Troféu Juscelino Leal Lobo Júnior

CENTENÁRIO DE RACHEL DE QUEIROZ

04.11.1910 – 17.11.2010

PROGRAMAÇÃO


05 (sexta):

17 h - PROCISSÃO DE ABERTURA com a participação do Circo-Escola Alegria, grupos, atores e brincantes seguindo da Praça 3 de Maio até a Praça da Sé, onde haverá o SHOW DO ALÉM, COM LUIZINHO BREGA STAR E AS MAGRECITAS
18 h - Abertura da exposição 25 ANOS DA CIA. TEATRAL LIVRE MENTE, Teatro Rachel de Queiroz, Crato-CE

06 (sábado):
19h00min - Palco: CONTOS DE BRUXAS (Infantil, 60min), Cia. Teatral Arriégua, Crato-CE
20h30min - Arena: ESPERANDO COMADRE DAIANA (12 anos, 60min), Cia. de Teatro Livre Mente, Juazeiro do Norte-CE

07 (domingo):
19h00min - Palco: DONA PATINHA VAI SER MISS (Infantil, 60min), Cia. Teatral Anjos da Alegria, Crato-CE
20h30min - Arena: DENTRO DA NOITE ESCURA (12 anos, 60min), Cia. de Teatro Livre Mente, Juazeiro do Norte-CE

08 (segunda):
19h00min - Palco: PLUFT, O FANTASMINHA (Infantil, 50min), Grupo Centauro de Teatro, Crato-CE
20h30min - Arena: OS ANIMARTISTAS (Infantil, 50min), Cia. Teatral Anjos da Alegria, Crato-CE

09 (terça):
19h00min - Palco: LAMPIÃOZINHO (Infantil, 50min), Cia. Yoko de Teatro, Crato-CE
20h30min - Arena: AVENTAL TODO SUJO DE OVO (12 anos, 70min), Grupo Ninho de Teatro, Juazeiro do Norte-CE

10 (quarta):

19h00min - Palco: O MISTÉRIO DO BOI MANSINHO (Infantil, 80min), Comunidade Oitão de Teatro, Juazeiro do Norte-CE
20h30min - Arena: A VINGANÇA DO FINADO JOAQUIM (Livre, 40min), Cia. Teatral Anjos da Alegria, Crato-CE

11 (quinta):

19h00min - Palco: O MACACO SABIDO (Infantil, 50min), Cia. Kanoistraveizdinovo, Jati-CE
20h30min - Arena: A COMÉDIA DA MALDIÇÃO - 5 ANOS EM CARTAZ (Livre, 70min), Cia. Cearense de Teatro Brincante, Crato-CE

12 (sexta):

19h00min - Palco: O BARQUINHO (Infantil, 50min), Grupo Centauro de Teatro, Crato-CE
20h30min - Arena: BRASEIRO (12 anos, 50min), Cia. Yoko de Teatro, Crato-CE

13 (sábado):

19h00min - Palco: O REINO MALUCO DE BRANCA DE NEVE (Infantil, 50min), Cia. Mandacaru de Artes e Eventos, Juazeiro do Norte-CE
20h30min - Arena: CEARÁ, GENTE QUE RI (Livre, 55min), Cia. Arte e Cultura, Crato-CE

14 (domingo):
19h00min - Palco: POR CAUSA DE VOCÊ (Livre, 50min), A2 Cia. de Dança, Crato-CE
20h30min - Arena: DESMISTIFICANDO TABUS (14 anos, 50min), Cia. Mandacaru de Artes e Eventos, Juazeiro do Norte-CE

15 (segunda):
19h00min - Palco: UMA ÚLTIMA VEZ (14 anos, 60min), Cia. Arte e Cultura, Crato-CE
20h30min - Arena: ESPERANDO GODOT (12 anos, 15min), Cia. Os Dois de Teatro, Juazeiro do Norte-CE

16 (terça):

19h00min - Palco: A BRUXINHA QUE ERA BOA (Infantil, 50min), Cia. Teatral Anjos da Alegria, Crato-CE
20h30min - Arena: BURRA, NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO (Livre, 60min), Allysson Amâncio Cia. de Dança, Juazeiro do Norte-CE

17 (quarta):

19h00min - Palco: HISTÓRIAS DO TEMPO DA MAMÃE (Livre, 60min), Grupo de Teatro Curumins do Sertão, Farias Brito-CE
20h30min - Arena: RETRATO (Livre, 50min), Cia. Yoko de Teatro, Crato-CE

18 (quinta):

19h00min - Palco: A COMÉDIA DA MALDIÇÃO (Livre, 60min), Grupo de Teatro Curumins do Sertão, Farias Brito-CE
20h30min - Arena: CABORÉ (Livre, 50min), Cia. Desabafo de Teatro, Juazeiro do Norte-CE

19 (sexta):
19h00min - Palco: AS IRMÃS CASTANHOLAS (12 anos, 60min), Cia. Mandacaru de Artes e Eventos, Juazeiro do Norte-CE
20h30min - Arena: NÃO CULPA ELES, CULPA NÓS (12 anos, 50min), Cia. Kanoistraveizdinovo, Jati-CE

20 (sábado):
19h00min - Palco: PÁSSARO DE VOO CURTO (Livre, 60min), Cia. Entremeios de Teatro, Juazeiro do Norte-CE
20h30min - Arena: BODAS DE SANGUE (12 anos, 50min), Grupo Centauro de Teatro, Crato-CE

21 (domingo):
19h00min - Palco: AMARRAS (Livre, 40min), Dakini Cia. de Dança, Juazeiro do Norte-CE
20h30min - Arena: NUDEZ SEM CASTIGO (14 anos, 50min), Grupo Centauro de Teatro, Crato-CE

22 (segunda):
19h00min - Palco: O VELÓRIO SHOW (12 anos, 60min), Cia. dos Sem, Juazeiro do Norte-CE
20h30min - Arena: ITINERÁRIO ALÉM DO PONTO (Livre, 40min), Cia. Armadilhas Cênicas, Crato-CE

23 (terça):
19h00min - Palco: UM AMOR DE PALHAÇO (Livre, 50min), Cia. Yoko de Teatro, Crato-CE
20h30min - Arena: CURTÍSSIMAS (12 anos, 60min), Alunos do NEET / SESC e Comunidade Oitão de Teatro, Juazeiro do Norte-CE

24 (quarta):

19h00min - Palco: SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO (12 anos, 60min), Turma do Curso de Formação em Teatro - CCBNB 2010, Cariri-CE
20h30min - Arena: A COMÉDIA DA MALDIÇÃO - 5 ANOS EM CARTAZ (Livre, 70min), Cia. Cearense de Teatro Brincante, Crato-CE

25 (quinta):
19h00min - Palco: O HÓSPEDE (12 anos, 60min), Cia. Mandacaru de Artes e Eventos, Juazeiro do Norte-CE
20h30min - Arena: TERREIRO DE HISTÓRIAS (Infantil, 50min), Cia. Armadilhas Cênicas, Crato-CE

26 (sexta):
19h00min - Palco: ARMADILHAS (Livre, 40min), Cia. Armadilhas Cênicas, Crato-CE
20h30min - Arena: NAS GARRAS DO CAPA-BODE (Livre, 35min), Cia. Wancilu’s Gat Produções, Crato-CE

27 (sábado):
16h00min às 17h30min – Ônibus Juazeiro do Norte/Crato: BUZU-TEATRO (Livre, 25min), Comunidade Oitão de Teatro, Juazeiro do Norte-CE
19h00min - Palco: AFRODESCENDÊNCIA (Livre, 30min), Cia. de Dança Vid’Art / Projeto Nova Vida, Crato-CE

20h30min - Arena: Seminário “Teatro Brasileiro Caririense” / Entrega de Certificados e Outorga do Troféu Juscelino Leal Lobo Júnior
22h00min - LIFANCO - SHOW VALORES CULTURAIS

Crato-CE, outubro de 2010.

Cacá Araújo
Coordenador Geral
(88) 8801.0897 / (88) 9960.4466 / (88) 3523.7430 / (88) 3523.2168

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Projeto “No Terreiro dos Brincantes” lança documentário sobre Mestra Zulene Galdino

O segundo documentário produzido pelo Projeto “No terreiro dos Brincantes” conta a história da Mestra Zulene Galdino . O lançamento acontecerá no dia 23, a partir das 18h30, na residência da Mestra na Vila Novo Horizonte, no Crato.

O Projeto “No Terreiro dos Brincantes” visa contribuir para o registro audiovisual das manifestações da cultura popular e é desenvolvido pelo Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC, vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri – URCA e o Coletivo Camaradas.

O terceiro documentário está sendo produzido e resgata a história do Reisado Dedé de Luna do Bairro Muriti também da cidade do Crato.

Serviço:
Projeto No Terreiro dos Brincantes
Informações (88)99772082

domingo, 17 de outubro de 2010

Veja o Partido da Veja: É por isso que ela defende o Serra!

Serra, quando governador, pagou R$ 34 milhões à editora da revista Veja

21/9/2010 15:35, Por Redação, com Altamiro Borges - de São Paulo

Fonte: www.correiodobrasil.com.br

O jornalista Altamiro Borges realizou minuciosa pesquisa junto aos editais publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo e divulgou o resultado, nesta terça-feira, após descobrir indícios de um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril. A liberação dos recursos ficou gravada no histórico do Diário Oficial do Estado:

DO (Diário Oficial do Estado de São Paulo) de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.

DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

■ DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.

DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

■ DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Negócio milionário

Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas de Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 ao longo de um ano. O Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

A compra das assinaturas representa cerca de 25% da tiragem declarada da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do empresário Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do Guia do Estudante, outra publicação do grupo.

sábado, 16 de outubro de 2010

Apanhei, não quero mais...



Por Alexandre Lucas*

Uma coisa é certa quem apanha quer se ver livre de qualquer porrada! Lembro de muitas surras que levei na vida e me lembro de cada uma delas, como se fosse aquele beijo inesquecível...do qual jamais podemos nos esquecer...a surra é bem diferente do beijo. O beijo é tão bom, mas a surra dói, deixa marcas, traumas.

Se for para escolher não temos dúvidas, vamos decidir por muitos beijos e, nenhuma pancada. Porém não nos afastemos das lembranças de tantas cacetadas que já recebemos, essas lembranças nos servem como aqueles despertadores que sempre nos acordam do sono profundo.

Comecei a beijar muito cedo, aprendi que isso era muito prazeroso, porém comecei a apanhar antes mesmo de aprender a beijar. É, não tinha como correr, tinha que apanhar mesmo, pelo menos por um bom tempo, apanhei não porque Mainha e Painho me batiam, mas apanhei como muitos filhos deste país, não da mão pesada dos adultos, mas da mão pesada das injustiças sociais, apanhei do pão nosso que nos falta a cada dia.

Filho de Costureira e Sapateiro aprendi como é difícil sobreviver num país capitalista. Não é preciso entender de política ou de economia para saber o quanto maltrata ver um pingado de gente se banhando de dinheiro e uma grande multidão só vendo o espetáculo sem poder participar da festa.

Minha mãe, uma Maria, oprimida e explorada, como tantas marias do Brasil, que nunca participou de política, me deu talvez o maior beijo da minha vida, quando tinha aproximadamente uns nove anos, perguntei “mãe o que é comunista?” e ela me disse “é esse povo que defende a igualdade, muitos já foram presos ”.

Talvez esse beijo tenha me despertado sensações e convicções. Quando comecei a participar de política, nem votava ainda. Mas já me indignava com um governador de bico grande e de olhos azuis que implantou no Estado do Ceará um sistema de Educação cronometrado e por televisão, como se o nosso povo fosse um conjunto de robôs. Essa foi uma tremenda lapada na nossa vida de estudante de escola pública.

O meu batismo de indignação provavelmente tenha ocorrido numa manifestação que aconteceu quando o então presidente FHC esteve no Cariri/CE. É eu estava lá e fui espancado pela Polícia juntamente com vários camaradas que discordavam do modelo de Governo antipopular, entreguista e neoliberal do PSDB.

Lembro-me ainda que neste período de FHC, um dia chorei de raiva, ao assistir à TV, e ver um jovem com o nariz ensangüentado, tinha sido agredido por defender o patrimônio do nosso país, a Vale do Rio Doce vendida pelos tucanos ao interesses estrangeiros, esse jovem era o Kerison Lopes, na época presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas – UBES.
Também lembro quando outro Governo do PSDB no Ceará desrespeitou o resultado de consulta para reitor da Universidade Regional do Cariri – URCA. É, mas dizem que são democráticos.

Nestas eleições fiquei admirado com essa turma do PSDB que sempre criminalizou a luta organizada do nosso povo e agora se coloca como salvadores da pátria. Esses dias assistir ao Programa do Serra, ele tecia vários elogios a luta ecológica do Chico Mendes e da Marina, ele só esqueceu de dizer que esses ecologistas eram do Partido da Dilma e que foram combatidos pelo PSDB e Demos. Mas ele elogiava até o Lula, mas porque será que ele não bate no Lula e fala tão bem da Marina?

É, sei o quanto esse Brasil cresceu, poderia ter crescido mais. A vida do povo simples melhorou... Esse povo possivelmente tenha beijado mais e apanhado menos.

Esse é um momento para decidimos, só temos uma escolha. De um lado tem a surra que serra a alma e do outro a Dilma. Eu vou votar na Dilma, ela não é uma comunista, nem vai fazer revolução socialista, é uma pena. Mas ela é a opção que temos para apanharmos menos.

*Pedagogo, artista/educador e Coordenador do Coletivo Camaradas

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Documentário resgata história do Reisado Dedé de Luna

Tradição e inovação são características do Reisado Dede de Luna no Bairro Muriti no Cidade do Crato. O reisado teve sua primeira formação em 1955, no sítio Cobras constituída por homens que animavam as renovações em sítios do Município, as brincadeiras duravam de um dia para o outro. A segunda formação ocorreu em 1984 já no Bairro Muriti e tendo a frente as filhas do Mestre José Francisco Luna popularmente conhecido como Dedé de Luna.

O grupo inicialmente era denominado de Decolores, após a morte do Mestre em 2002, a filhas prestaram uma homenagem mudando o nome do Reisado para Dedé de Luna.

Atualmente constituído por 30 brincantes a maioria mulheres, o reisado se destaca pela inovação das roupas que recebem detalhes minuciosos de lantejoulas, espelhos e tecidos brilhosos. O traje se diferencia dos demais reisados da Região do Cariri.

Atualmente coordenado pela filhas, mestra Mazé e mestra Penha, o trabalho vem se renovando e crescendo, além do reisado, o grupo mantém ainda teatro de rua, coco, lapinha e reisado infantil.

A história do grupo será resgatará através de documentário que contará a trajetória desse reisado que vem se mantendo vivo há várias décadas. O documentário será o terceiro desenvolvido pelo Projeto “No Terreiro dos Brincantes” que é realizado pelo Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC, vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri – URCA e o Coletivo Camaradas.

O primeiro documentário foi sobre as “Mulheres do Coco da Batateira” e o segundo sobre a “Mestra Zulene Galdino”.

Para a Mestra Mazé esse documentário é importante para o grupo, pois fica na memória das pessoas. Ela destaca que resgatará uma história que vem de uma tradição e que servirá como fonte de pesquisa para estudiosos do assunto.

A acadêmica de História da URCA e monitoria do Projeto “No Terreiro dos Brincantes”, Ana Cristina de Sales enfatiza que esse trabalho é uma forma de se aproximar e conhecer a realidade dos grupos da cultura popular. Ela destaca que os documentários são importantes recursos pedagógicos para serem utilizado em sala de aula.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Camaradas realizarão Dia das Crianças no Gesso


O “Campinho dos Meninos do Gesso” é o espaço escolhido pelo Coletivo Camaradas para ser realizada a segunda edição do projeto “Coletivo na Periferia” no Dia das Crianças.

A ação visa ser uma troca de experiência entre os Camaradas e a Comunidade do Gesso e consistirá de oficinas de pintura mural, recortes de papeis, marmorização, intervenções urbanas e brincadeiras populares como elástico, bila, peteca, bola e bambolê. Além de pintura de rosto, palhaços e malabares. Por outro lado, os integrantes do Coletivo Camaradas pretendem conhecer e vivenciar as experiências estéticas e de entretenimento da comunidade.

De acordo com o coordenador do Coletivo Camaradas, o professor Alexandre Lucas, um dos motivos que motivou a escolha foi reconhecer que o “Campinho dos Meninos do Gesso” representa um dos poucos espaços de lazer da comunidade e que historicamente as crianças se apropriaram do local para brincar, especialmente com pipas e bolas. Lucas enfatiza que existe um desejo da comunidade em transformar o campinho num equipamento cultural com quadra, praça e atividades esportivas e artísticas.

A ação terá início a partir das 14 horas e deverá prosseguir até às 18 horas. A ação é aberta a participação de outros artistas e os Camaradas estão convidando fotógrafos, cineastas, penas de pau, artistas visuais, músicos, atrizes e atores para compartilhar deste momento com a criançada.

A ação conta com a parceria da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri – URCA, Projeto Nova Vida e Sociedade Cariri das Artes.

PROEX abre inscrições para Monitoria

Os alunos da Universidade Regional do Cariri que queiram ser voluntários nesta ação do Coletivo Camaradas na Comunidade do Gesso deverão fazer sua inscrição na PROEX no Campus Pimenta. Informações (88) 3102-1200.

Serviço:
www.coletivocamaradas.blogspot.com
Informações adicionais:
(88) 99772082

domingo, 26 de setembro de 2010

(RE) CONSTRUINDO A IDENTIDADE CARIRI



Brevemente, podemos dizer que identidade é aquilo que se é: “sou índio”, “sou branco”, “sou negro”. Dessa forma identidade parece ser algo positivo, (“aquilo que sou”), uma característica particular um fato autônomo. Esta, por sua vez, também, possui uma relação de dependência da diferença quando digo: “sou índio” estou diferenciando, negando; “não sou negro”, sob esse aspecto identidade é o ponto de origem que define a diferença; dizer o que sou implica dizer o que não sou.Podemos ainda, dizer que é o resultado de atos de criação, não são elementos da natureza, não são essências, ela é ativamente produzida, é uma produção cultural e social da cultura e dos sistemas simbólicos que a compõem.

A identidade “ser índio”, não pode ser vista, compreendida fora de um processo de produção simbólica, ela, só possui sentido em relação com uma cadeia de significados formados por outras identidades étnicas. A afirmação da identidade dos grupos sociais traduz o desejo desses grupos sociais, garantirem o acesso privilegiado aos bens sociais. A identidade está sempre ligada ao poder; incluir, excluir (esse pertence, esse não pertence), demarcar fronteiras (nós e eles), desenvolvidos e primitivos o que mostra a utilização de uma forma de classificação estruturada em torno de oposições binárias.

Há sempre nos grupos a busca de uma identidade como norma, a identidade normal é natural, desejável, única, essa possui tal força que nem é vista como uma identidade e, sim, como a identidade, por exemplo; numa sociedade de supremacia indígena “ser índio” não é considerado uma identidade.

No caso dos processos de reconstrução de identidades étnicas é comum o uso de mitos fundadores, a construção de símbolos étnicos: a língua e os mitos são elementos centrais nos processos de reconstrução identitária, pois, a memória coletiva é um fenômeno importante construído coletivamente e submetido a flutuações, transformações, mudanças constantes que muito contribuem com o sentimento de identidade, ou seja, o sentido da imagem de si, pra si e para os outros.

No processo de reconstrução de identidades étnicas há três elementos essências a serem observados: a unidade física, (fronteira de pertencimento ao grupo), a continuidade dentro do tempo, o sentimento de coerência (os diferentes elementos que formam um indivíduo são efetivamente unificados).A reconstrução da identidade coletiva dos remanescentes Cariris é, então, todos os esforços que o grupo tem feito longo do tempo, todo o trabalho necessário para dar a cada membro do grupo o sentimento de unidade, de continuidade e de coerência.

Após essa breve abordagem do resgate da identidade étnica Cariri, podemos dizer que; essa retomada esse resgate, se situa no campo da identidade coletiva resgatada uma vez que esta é percebida pelo contraste de um grupo ante outro grupo.

Contudo, é suficiente para entendermos o processo de retomada da identidade Cariri na comunidade de Monte Alverne em Crato, nos situarmos no campo da identidade considerando-a como um sistema de representações e símbolos que estão contidos em estórias, memórias, e imagens que servem de referência para esse grupo.

Francisco Filemon Souza Lopes
Aluno de Graduação do Curso de Ciências Sociais – URCA
Atuante na Pesquisa sobre Identidade Étnica Cariri

domingo, 5 de setembro de 2010

Coletivo promove oficina de formação para novos integrantes


Umas das exigências para ser do Coletivo Camaradas é estudar sobre arte numa perspectiva histórica e social. O grupo desenvolve um trabalho de arte que envolve a compreensão da arte relacionada com a estética, política, cultura e educação.


Os Camaradas visando agregar novos integrantes e possibilitar o entendimento das idéias defendidas pelo Coletivo realizará no período de 16 a 18 deste mês, no auditório do Centro Cultural do Araripe, no Crato, a Oficina “O que é o Coletivo Camaradas?”.


A oficina tem como objetivo abordar temas como a história do coletivo, arte e marxismo e o papel político do Coletivo Camaradas. Além das abordagens teóricas e informativas serão realizadas intervenções urbanas, na qual os participantes poderão vivenciar um pouco do fazer e pensar artístico do grupo.


As ações vivenciais serão desenvolvidas pelos artistas Ricardo Campos, Marlon Torres, Fatinha Gomes, Amanda Priscila e Edival Dias.


A estudante Janaina Felix, integrante do Coletivo, destaca a importância da oficina para aproximação com o próprio universo da arte. Ele frisa “defendemos que a arte faça parte da nossa vida”.


A atriz Sâmia Xavier enfatiza que o coletivo não faz arte pela arte, mas uma arte política, com um aspecto revolucionário. “Esse talvez seja o nosso diferencial e fazemos questão de mostrar”, ressalta a atriz.


O artista e acadêmico do curso de Artes Visuais da Universidade Regional do Cariri, Ricardo Campos diz que a sua motivação em participar do Coletivo é a idéia de discutir e propor ações nas periferias. Ele comenta ainda que é importante a ponte feita pelos Camaradas em propiciar o dialogo da arte contemporânea com o povo.


A oficina é direcionada para as pessoas que tenham interesse em ingressar no Coletivo. As inscrições poderão ser efetuadas pela internet, basta enviar um e-mail manifestando o seu interesse para coletivocamaradas@gmail.com


Serviço:
Oficina “O que é o Coletivo Camaradas?”
Dias 16 e 17 de setembro, das 18h30 às 21h00
Dia 18, das 8h00 às 12h30
Local: Auditório do Centro Cultural do Araripe
Informações adicionais:
(88)99772082

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O bobo não é palhaço




Bufão! Que culpa tem o palhaço? Alegre, colorido, corajoso e capaz de encantar gerações e multidões com suas ações risíveis.

Não entendo que culpa tem o nosso personagem universal. Creio que nenhuma. O palhaço é mesmo isento de ser punido por proclamar o riso. Ele decreta a palhaçada sem nenhum protocolo. O nosso riso não perpassa por regras, vem espontaneamente, nem precisamos comprar nem vender o riso.

Mas calma, nem sempre é assim a história. Ainda tem muito bobo da corte, rondando os palácios das elites econômicas, não os confunda com os palhaços. Os palhaços merecem respeito, deixemos jorrar a palhaçada, o povo quer rir com a alegria que humaniza.

Deverás não posso ser amigo do rei, portanto não posso ter um bobo da corte, também não quero ter um guardião parasita, tipo esses bobos da corte. Esses bufões são escudeiros dos seus interesses, só querem ser corte. Cortejam para lá e para cá, rezam todos os dias pelo aumento do peso dos seus bolsos. Esses bobos são uma patota de espertalhões. Ainda têm muitos que são os bobos tapiocas mudam de lado quando as coisas esquentam ou fracassam.

A origem dos bobos da corte tem início no período medieval, nome dado ao serviçal da Monarquia responsável por entreter os reis e rainhas, uma espécie de bajuladores de plantão, coisa muito típica ainda na contemporaneidade. Acredito que seja possível que existam cursos profissionalizantes de bajulação, com carga horária eterna.

Creio que a palhaçada está liberada, apesar de ainda existirem muitos bobos da corte, que nada te a ver a alegria do povo. Mas quem será o rei, neste tempo de decadência de reinados? É difícil identificar, mas ele vem sempre com um discurso de ordeiro, imparcial e de defesa da sua propriedade capital. Cuidado, os reis estão soltos e os seus bobos ainda os fazem rir.

Salve a palhaçada!



Alexandre Lucas

Pedagogo, Artista/educador e Coordenador do Coletivo Camaradas

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Espetáculo de Dança do Cariri será apresentado na Europa



A pré-estréia do espetáculo Arte e Cultura em Transe acontece nesta sexta-feira, no Teatro Salviano Arraes, no Crato. O espetáculo é resultado de pesquisa em torno da formação do povo brasileiro.

A diversidade e a junção dos elementos que compõe a dança brasileira a partir das influências indígenas, africana e européia estão presentes no espetáculo “Arte e Cultura em transe”. O espetáculo busca explorar predominante as raízes afro-brasileiras tão presentes na mistura do caldeirão cultural do nosso povo.

Arte e Cultura em transe será apresentado na Alemanha já agora no dia 14 de setembro e terá agenda preenchida até o dia 06 de outubro. O espetáculo é dirigido pela coreografa Edilânia Rodrigues e Elisangela Nepomuceno que fazem parte da Companhia de Dança Vid´Art do Projeto Nova Vida.

Para esse primeiro momento participarão cinco dançarinos, além da coreografa Edilânia Rodrigues e do músico Ronaldo da Silva.

A ida da companhia para Alemanha se deu pela parceria desenvolvida pelo Projeto Nova Vida e a entidade alemã Aktionskreis Pater Beda. O Nova Vida é uma ONG que foi criada em 1992, cujas ações têm como foco uma educação voltada para a cidadania através do acompanhamento educacional, cultural e formação profissional de crianças, adolescentes e suas respectivas famílias. A entidade funciona na Comunidade do Gesso no Crato, antiga zona de prostituição que por muitos anos sofreu com a inexistência de políticas públicas.

Além da Alemanha a Companhia participa em agosto do próximo ano da Jornada Mundial da Juventude que será realizada na Espanha. Para esse evento deverão participar um numero maior de integrantes.

Para a coreografa, Edilânia Rodrigues existe uma grande expectativa em torno da ida para Europa. Ela destaca que a intenção é aproveitar a oportunidade para fazer intercâmbio e compartilhar experiências tanto artísticas, como culturais. A coreografa enfatiza que o espetáculo foi montado a partir dos elementos da brasilidade, além de abordar outras questões como meio ambiente, seca e religiosidade de matriz africana.

O espetáculo poderá ser visto nesta sexta-feira, a partir das 19 horas, no Teatro Salviano Arraes, no Crato.Entrada franca. A pré-estréia no Cariri visa aglutinar e perceber os olhares dos dançarinos, coreógrafos, diretores teatrais, músicos e atores em torno do espetáculo.

Serviço:

Projeto Nova Vida

www.novavida.apoio.de

(88) 33523/4036/35234166

Coordenador do Projeto Hermano José de Sousa (88)88063056

Email: hermanojosedesousa@yahoo.com.br